Centenas de famílias palestinas estão sendo despejadas e substituídas por colonos judeus, no coração de bairros palestinos de Jerusalém Oriental.
Além do grave problema humanitário, fica prejudicada a Solução de Dois Estados ao se impedir o estabelecimento da Capital da Palestina na Jerusalém Oriental.
Ainda é possível reverter este quadro e deter a injustiça e crueldade de se despejar famílias que viveram legalmente em suas casas por décadas.
Herzog alerta para os perigos da polarização. No seu primeiro discurso, o novo presidente advertiu que o ethos comum de Israel e os valores compartilhados estão mais frágeis do que nunca”.
“Como Estado judeu e democrático, devemos fazer de tudo para assegurar a integração das minorias que vivem entre nós…”
Como presidente da Agência Judaica, declarou (fev|2220) que “[a Anexação de territórios ocupados] não tem nada que ver com o direito de Israel à auto-determinação, ou do povo judeu por sua própria independência ”
Se o governo de mudança quer manter o caráter do Estado de Israel como judeu e democrático, ele tem uma missão suprema – evacuar todos os postos avançados. AGORA!
“O outpost [Eviatar] será evacuado”, disse Yair Lapid. “Ele é ilegal. Não é questão de direita ou esquerda. É uma ordem do exército e da Administração Civil.”
Após recusa de Benny Gantz de acatar ordem de Netanyahu para não evacuar o outpost, o Comandante Central do exército rejeitou um apelo dos moradores de Evyatar contra sua expulsão do assentamento da Cisjordânia.
Este será o primeiro grande teste para o novo primeiro-ministro Bennett, que já foi chefe do Conselho dos Assentamentos da Judéia e Samária. Será que ele ficará ao lado da Lei, contra a Ocupação?
CONHEÇA o STANDING TOGETHER – um movimento de base popular em Israel. Nós organizamos judeus e árabes, local e nacionalmente, em torno de campanhas pela paz, igualdade e justiça social, de forma a juntar forças e transformar a sociedade israelense.
Agora que terminou o longo monopólio de poder de Netanyahu, que em 12 anos não deu uma chance para negociar a paz, está na hora de reativar o diálogo e recolocar na mesa os importantes avanços já conquistados.
“Se um acordo de paz inspiraro no Acordo de Genebra fosse apresentado por Israel e respondesse a todos os pontos apresentados pelos palestinos — um acordo que antigas autoridades da Autoridade Palestina já tivessem formalmente assinados com os israelenses (por acaso, eu estava lá) — isto seria aceito hoje pelos palestinos?”
Mesmo com um novo governo, a ameaça à coexistência israelense-árabe é real.
Um cessar-fogo foi negociado e, enquanto escrevo, o longo regime de Netanyahu pode finalmente ter terminado. Mas a “rodada” de Gaza ainda produziu dois tipos de perdedores: os inocentes e os moderados.
“Se Netanyahu e Smotrich (“Sionismo Religioso”) incendiarem Jerusalém na próxima semana, não haverá nenhuma dúvida sobre o motivo e objetivo”, disse o líder do Meretz Nitzan Horowitz. “Não permitiremos que eles queimem o país na saída de Balfour (residência oficial do primeiro-ministro)”.
POSIÇÃO DO PAZ AGORA|BR: A “Coalizão da Mudança” deverá se consolidar nas próximas horas ou dias, para finalmente tirar Netanyahu do poder em Israel.
Só este fato significaria o prenúncio significativo do avanço da democracia israelense.
Mas ainda não se avista um céu de brigadeiro à frente. A coligação reuniria partidos da esquerda à direita, muitas vezes antagônicos, o que tornaria impraticável a tomada de decisões fundamentais para o país, particularmente no tocante à Ocupação e o Processo de Paz com os palestinos.
A chefia do governo seria feita de forma rotativa, sendo que no 1º período caberia a Naftali Bennett e o 2º a Yair Lapid.
Note-se que Bennett é lider do partido Yamina [literalmente, ‘à direita’] e sempre defendeu a expansão ilegal da Ocupação, enquanto Lapid defende uma Paz com os palestinos que mantenha Jerusalém unificada como parte de Israel.
Uma efetiva mudança dependerá de uma permanente negociação dos termo da coalizão.
Canal Livre Baneirantes: o professor de direito internacional da FGV/SP Salem Nasser e o pesquisador do Centro de Estudos Judaicos da USP e diretor do Instituto Brasil-Israel Daniel Douek dialogam sobre o conflito entre israelenses e palestinos.
