A propaganda da direita de Israel conseguiu convencer muitos dos melhores liberais da Europa Ocidental de que críticas à Ocupação e a Anexações significam oposição ao sionismo, ou ao direito de Israel existir – sendo portanto antissemitas. Esta é uma completa mentira.
Apenas o entendimento mútuo entre judeus e palestinos, levando em conta suas respectivas aspirações nacionais no sentido de Hannah Arendt, pode trazer a paz, inclusive para uma futura solução pós-nacional para o conflito.
Esta é a realidade de ser um judeu politicamente ativo em muitos campi universitários estadunidenses. Se você se declara sionista porque sua família fugiu para Israel de um país do Oriente Médio como meio de sobrevivência, você é um cúmplice da limpeza étnica. Se você se declara sionista porque sua família fugiu da Alemanha para escapar de um campo de concentração, você é um colonialista. Se você se declara sionista porque a sua família fez aliá para Israel por causa de suas crenças religiosas ou espirituais, você é cúmplice do apartheid…
David Grossman, homenageia seu amigo ‘um dos maiores escritores da literatura hebraica e uma das maiores personalidades literárias do mundo’, que descreve ‘como nenhum outro a grande história de nossas vidas aqui em Israel’.
Oz dizia que Netanyahu era um “covarde”, o anti-Rabin em sua incapacidade de ter um pensamento grande ou generoso.
“Construir assentamentos em territórios ocupados foi o êrro singular mais grave e maior pecado na História do sionismo moderno, porque foi baseado na recusa a aceitar o simples fato de que não estamos sozinhos nesta terra”.
Cabe-nos hoje não deixar que se apague a voz deste profeta, e que continuemos o seu empenho pela solução dos Dois Estados e contra todos os extremismos que põem em risco o nosso modelo de democracia liberal, em Israel como em outro lugar do mundo,
Podemos condensar todas as leis morais, os Dez Mandamentos e todas as virtudes humanas em um único preceito: não infligir dor. Tudo está aqui. Não machuque. E se você não puder, pelo menos, tente causar o mínimo de mal que puder. Para infligir o mínimo de dor possível “
Palestra de Amos Oz na Universidade de Tel Aviv, em julho de 2018, sobre o sionismo e o conflito palestino israelense. Um testamento de esperança.
-Original em hebraico – legendas em espanhol – 48 min
Uma das poucas razões por que os israelenses podem continuar se sentindo mais ou menos bem consigo mesmos e diante de outros países é que temos o Rompendo o Silêncio, o B’Tselem e o PAZ AGORA.
Eles mostram que mantemos uma luta permanente para alcançar a justiça social e ma imprensa razoavelmente livre.
É isso que garante uma boa imagem a Israel e nos assegura ter defensores em todo o mundo, gente que ainda nos olha com esperança e até admiração.
Amós Oz defende a legitimidade de organizações como “Breaking the Silence”, “B’Tselem” e PAZ AGORA em suas críticas intransigentes à injustiça e violência da Ocupação de territórios palestinos.
Elas representam o Israel que será a luz entre as nações.
