Guerra na Ucrânia reflete doutrina de Dugin – o culto ao ‘Tradicionalismo’, diz Benjamin Teitelbaum sobre Putin, o ‘Olavo de Carvalho russo’

A Rússia também tem o seu Olavo de Carvalho. Trata-se do filósofo Aleksandr Dugin, 60, conselheiro informal do presidente Vladimir Putin e criador de uma doutrina segundo a qual os Estados Unidos e a Europa representam a encarnação do mal e, por isso, devem ser contidos.

“[O tradicionalista] olha para as instituições modernas como inerentemente corruptas. Pode ser a universidade, a mídia, a burocracia estatal, em suma, o que quer que tenha surgido em decorrência do Iluminismo, por assim dizer, deve ser posto sob suspeita”

Leia mais

KKL – Keren Kaiemet LeIsrael quer financiar oficialmente a Ocupação

O KKL , até agora operou na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental (onde promove o despejo de famílias palestinas) através de uma subsidiária, e deve discutir uma proposta para lhe permitir comprar terras oficialmente.

O projeto faz parte de um evidente esforço concentrado para inviabilizar a criação de um Estado Palestino viável. Se implantado poderá ser tipificado como Crime de Guerra.

Leia mais

Eleições em Israel: Mais do Mesmo?

Em qualquer caso, a direita com a extrema direita e os religiosos, tem uma sólida maioria no parlamento, e sua vantagem tende a aumentar.

A mensagem dos eleitores, segundo pesquisas recentes, é mais que clara: os israelenses estão a cada dia mais nacionalistas e resligiosos, mais radicais e reacionários…

Leia mais

Gantz e Bibi rompem coalizão de governo

O maior prejuízo real, que é impossível superestimar, será sofrido pela economia. A dissolução do Knesset – seja pela passagem de legislação na quarta feira ou via piloto automático se o orçamento não for aprovado até 23/12, irá paralisar a economia de Israel.

Esses orçamentos não foram atualizados desde 2018, devido ao carroussel das eleições, ficamos presos, porque um primeiro-ministro acusado de corrupção tentava escapar da justiça (e também devido à imperdoável fraqueza dos parceiros que o seguiram). Desde então, a população de Israel cresceu a 2% por ano e as necessidades – pensões a idosos, benefícios a crianças, infraestrutura, leitos hospitalares, escolas – cresceram igualmente.

Não seria por causa do coronavirus; programas especiais do governo estão ajudando os necessitados. É por causa dos orçamentos dos ministérios.

Leia mais

Não é Só o Bibi || D.Pedro Casaldàliga z”l

Não é só o Bibi, estúpido! Oposição israelense está fazendo o jogo perigoso de “Bibi-Não” A protester dressed up as Benjamin Netanyahu in Tel Aviv, August 5, 2020.Credit: Tomer Appelbaum [ por Gideon Levy | Haaretz | 08.08.20 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR] A direita deve muito aos protestos da esquerda. Esse protesto legitima a direita, “lava” seus crimes, consolida seu controle e lhe dá uma legitimidade que nunca teve. É assim que são as coisas quando um protesto focaliza apenas o destino de uma pessoa, com o alvo sendo “Bibi não”. Tal esforço torna o adversário real, a direita, como seu gêmeo quase desejado, caso exclua Benjamin Netanyahu. Qualquer coisa que não seja Bibi é um sonho. Qualquer um que não seja ele, é um redentor. Vamos nos livrar dele e ficaremos todos bem... Esta é uma abordagem perigosa. Acabará na perpetuação do domínio da direita, deixando sua ideologia como a única. O editor-chefe do Haaretz, Aluf Benn, o colocou bem nesta 6ª feira. Ele recordou a todos que celebram prematuramente, que mesmo quando Netanyahu tiver saído, seus apoiadores ainda estarão aqui. Sua advertência merece um asterisco: Veja o que está acontecendo. A repulsa sentida por Netanyahu está legitimando tudo que não é ele. De repente, a nomeação de Gilad Erdan e Tzipi Hotovely como embaixadores são uma perda para a política israelense. “Erdan, uma das faces mais respeitáveis do Likud”, escreveu Yossi Verter no Haaretz de 6ª feira. Usando uma palavra que também pode ser traduzida como “quase-estadista”. Erdan? Quase-estadista? Vamos jogar a toalha? Erdan, líder de uma guerra suja contra críticos de Israel em todo o mundo, é um quase-estadista? Ele foi o ministro da segurança pública que acusou falsamente um cidadão beduíno inocente que tinha sido assassinado sem motivo pela polícia, uma agência que estava a cargo dele. Eran nunca se preocupou em se desculpar. Foi o ministro que liderou a horrível política de criminalizar qualquer crítica à ocupação, baseada em fundos enormes, disfarces e outros esforços questionáveis, dos quais apenas alguns já foram expostos. E agora ele é considerado não apenas legítimo mas um quase-estadista. Se Erdan é um quase-estadista, quem não é? Um ministro que aperte o gatilho ele mesmo? E veja Hotovely. Como pode um político ultranacionalista alocado em Londres ser considerado uma perda para a cena política israelense? Parece que o fato desses dois terem sido menos obsequiosos com Netanyahu os tornou símbolos de política de estadista. Gideon Sa’ar é outro objeto das aspirações de centro-esquerda. É um dos políticos mais extremistas, racistas e perigosos na direita. Foi ele que propôs a criação do centro de detenção Holot e propôs um lei “anti-infiltração” instalando uma forte política de caça aos reivindicantes de asilo, Agora ele é considerado legítimo por um campo que se pretende ser da esquerda. Sa’ar deveria ser desqualificado para sempre, por qualquer pessoa consciente, mas não quando o vemos com o diabo encarnado, Netanyahu. Comparando com Bibi, vale tudo, todo resto é bom. E aí, claro, vem Naftali Bennett, atual menina dos olhos da esquerda, ora florescendo nas pesquisas de opinião. Um retorno de Ayelet Shaked, outra ex-queridinha da esquerda, também está acontecendo. Deixe que sejam racistas e ultranacionalistas, contanto que não sejam Netanyahu. Os inimigos do meu inimigo são meus amigos, não importa o que representam. É assim quando há incêndio e ódio cego. Essas pessoas continuarão a ameaçar juízes, perseguir requerentes de asilo, apoiar o capitalismo selvagem, incitar contra cidadãos árabes de Israel e consolidar o apartheid. Serão perdoados por tudo. Bibi destruiu coisas e Bennett irá construir; Netanyahu disseminou o veneno e Erdan, Sa’ar e Hotovely irão gozar um amor fraternal. Que venham mais 50 anos de ocupação, deixe que a política de discriminação e humilhação de cidadãos árabes e a perseguição a requerentes de asilo continuem, deixe que o exército continue matando manifestantes palestinos e deixe que a polícia continue usando violência e os deficientes continuem recebendo benefícios miseráveis. O principal é se livrar de Netanyahu. Ao final não haverá mais Netanyahu. Alívio, alegria e satisfação lavarão a esquerda e os juízes e o resto das instituições ameaçadas. Israel verá a alvorada de um novo dia. E então, seu sucessor será indicado, alguém da direita obviamente, e o campo, embriagado de sucesso e exausto de seu protesto, se verá neutralizado. É assim que as coisas acontecem, quando o vagão está vazio e nenhuma alternativa é oferecida. Então Sa’ar, Bennett ou outro da direita poderá aprovar leis no estilo de Victor Orban ou Jair Bolsonaro, sem impedimento. Afinal, o perigo terá passado, a vitória terá sido alcançada - e o demônio terá desaparecido.

Os protestos expontâneos que vem enchendo as ruas de Israel têm inúmeros motivos justificados, e nenhuma liderança destacada. São pacíficos, vigorosos mas difusos.

O único denominador comum entre todas elas é o repúdio às condutas criminosas de Benjamin Netanyahu. O perigo é que se a única mudança for a sua queda, o governo possa ser assumido por uma direita ainda mais extremista.

Leia mais