O Israel que Não Quer Paz

O ISRAEL QUE NÃO QUER PAZ

Quando o governo de Israel não deseja a calma, ele despacha soldados em uniforme policial para um lugar extremamente sagrado para os muçulmanos, durante o seu mês mais sagrado.

Quando o governo de Israel não quer tranquilidade, envia sua polícia para espancar barbaramente os fiéis, constrangendo centenas de pessoas nos tapetes da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, para humilhá-los diante das câmeras, para todo o mundo árabe ver.

Muitos jovens querem passar as noites de sexta-feira durante o Ramadã dentro da mesquita sagrada. Esse é o direito deles, certamente no último lugar na terra em que os palestinos ainda têm algum resquício de soberania…

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Não é Só o Bibi || D.Pedro Casaldàliga z”l

Não é só o Bibi, estúpido! Oposição israelense está fazendo o jogo perigoso de “Bibi-Não” A protester dressed up as Benjamin Netanyahu in Tel Aviv, August 5, 2020.Credit: Tomer Appelbaum [ por Gideon Levy | Haaretz | 08.08.20 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR] A direita deve muito aos protestos da esquerda. Esse protesto legitima a direita, “lava” seus crimes, consolida seu controle e lhe dá uma legitimidade que nunca teve. É assim que são as coisas quando um protesto focaliza apenas o destino de uma pessoa, com o alvo sendo “Bibi não”. Tal esforço torna o adversário real, a direita, como seu gêmeo quase desejado, caso exclua Benjamin Netanyahu. Qualquer coisa que não seja Bibi é um sonho. Qualquer um que não seja ele, é um redentor. Vamos nos livrar dele e ficaremos todos bem... Esta é uma abordagem perigosa. Acabará na perpetuação do domínio da direita, deixando sua ideologia como a única. O editor-chefe do Haaretz, Aluf Benn, o colocou bem nesta 6ª feira. Ele recordou a todos que celebram prematuramente, que mesmo quando Netanyahu tiver saído, seus apoiadores ainda estarão aqui. Sua advertência merece um asterisco: Veja o que está acontecendo. A repulsa sentida por Netanyahu está legitimando tudo que não é ele. De repente, a nomeação de Gilad Erdan e Tzipi Hotovely como embaixadores são uma perda para a política israelense. “Erdan, uma das faces mais respeitáveis do Likud”, escreveu Yossi Verter no Haaretz de 6ª feira. Usando uma palavra que também pode ser traduzida como “quase-estadista”. Erdan? Quase-estadista? Vamos jogar a toalha? Erdan, líder de uma guerra suja contra críticos de Israel em todo o mundo, é um quase-estadista? Ele foi o ministro da segurança pública que acusou falsamente um cidadão beduíno inocente que tinha sido assassinado sem motivo pela polícia, uma agência que estava a cargo dele. Eran nunca se preocupou em se desculpar. Foi o ministro que liderou a horrível política de criminalizar qualquer crítica à ocupação, baseada em fundos enormes, disfarces e outros esforços questionáveis, dos quais apenas alguns já foram expostos. E agora ele é considerado não apenas legítimo mas um quase-estadista. Se Erdan é um quase-estadista, quem não é? Um ministro que aperte o gatilho ele mesmo? E veja Hotovely. Como pode um político ultranacionalista alocado em Londres ser considerado uma perda para a cena política israelense? Parece que o fato desses dois terem sido menos obsequiosos com Netanyahu os tornou símbolos de política de estadista. Gideon Sa’ar é outro objeto das aspirações de centro-esquerda. É um dos políticos mais extremistas, racistas e perigosos na direita. Foi ele que propôs a criação do centro de detenção Holot e propôs um lei “anti-infiltração” instalando uma forte política de caça aos reivindicantes de asilo, Agora ele é considerado legítimo por um campo que se pretende ser da esquerda. Sa’ar deveria ser desqualificado para sempre, por qualquer pessoa consciente, mas não quando o vemos com o diabo encarnado, Netanyahu. Comparando com Bibi, vale tudo, todo resto é bom. E aí, claro, vem Naftali Bennett, atual menina dos olhos da esquerda, ora florescendo nas pesquisas de opinião. Um retorno de Ayelet Shaked, outra ex-queridinha da esquerda, também está acontecendo. Deixe que sejam racistas e ultranacionalistas, contanto que não sejam Netanyahu. Os inimigos do meu inimigo são meus amigos, não importa o que representam. É assim quando há incêndio e ódio cego. Essas pessoas continuarão a ameaçar juízes, perseguir requerentes de asilo, apoiar o capitalismo selvagem, incitar contra cidadãos árabes de Israel e consolidar o apartheid. Serão perdoados por tudo. Bibi destruiu coisas e Bennett irá construir; Netanyahu disseminou o veneno e Erdan, Sa’ar e Hotovely irão gozar um amor fraternal. Que venham mais 50 anos de ocupação, deixe que a política de discriminação e humilhação de cidadãos árabes e a perseguição a requerentes de asilo continuem, deixe que o exército continue matando manifestantes palestinos e deixe que a polícia continue usando violência e os deficientes continuem recebendo benefícios miseráveis. O principal é se livrar de Netanyahu. Ao final não haverá mais Netanyahu. Alívio, alegria e satisfação lavarão a esquerda e os juízes e o resto das instituições ameaçadas. Israel verá a alvorada de um novo dia. E então, seu sucessor será indicado, alguém da direita obviamente, e o campo, embriagado de sucesso e exausto de seu protesto, se verá neutralizado. É assim que as coisas acontecem, quando o vagão está vazio e nenhuma alternativa é oferecida. Então Sa’ar, Bennett ou outro da direita poderá aprovar leis no estilo de Victor Orban ou Jair Bolsonaro, sem impedimento. Afinal, o perigo terá passado, a vitória terá sido alcançada - e o demônio terá desaparecido.

Os protestos expontâneos que vem enchendo as ruas de Israel têm inúmeros motivos justificados, e nenhuma liderança destacada. São pacíficos, vigorosos mas difusos.

O único denominador comum entre todas elas é o repúdio às condutas criminosas de Benjamin Netanyahu. O perigo é que se a única mudança for a sua queda, o governo possa ser assumido por uma direita ainda mais extremista.

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O Profeta Amos Oz foi o Último dos Sionistas Morais (*)

Yeshayahu Leibowitz ao editor do jornal  Davar, Hannah Semer. “Eu sou próximo à opinião de Amos Oz de que a ocupação dos ‘territórios’ – que escravizam milhão e meio de árabes – irá destruir o povo e o país, e nos corromperá como judeus e como povo dos pontos de vista nacional, social, humanitário e moral”, escreveu Leibowitz .
A data era 8/9/67, três meses após a Guerra dos Seis Dias. Oz tinha 28 anos. O Profeta Amos.

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