Editorial Haaretz | Convocação

Israel deve deter a Violência dos Colonos, AGORA!

Grafiti em casa de família árabe:AQUI MORAM INIMIGOS

Por décadas, o padrão da violência de israelenses contra palestinos na Cisjordânia tem sido o de “ataques privados”, cujo objetivo declarado é expulsar os paletinos dos seus espaços públicos e privados, assim ganhando gradualmente o controle de mais um quilometro quadrado, mais uma fontes ou uma cisterna.

Um Relatório do B’Tselem calcula quanta terra foi tomada de palestinos através de  violência sistemática, apenas pelos moradores de 5 outposts ilegais e um assentamento em cinco partes diferentes da Cisjordânia que foram monitoradas. A área total usurpada foi de 28.000 dunams (7.000 acres).

O vetrano

O veterano líder dos colonos Ze’ev Hever estima que os aproximados 150 postos avançados ilegais (outposts) e fazendas individuais consguiram ganhar o controle de cerca de 200.000 dunams na Cisjordânia – mais que o dobro de todas as áreas construídas combinadas dos assentamentos.

A ‘santidade’ desta missão é evidencias pelo fato de que os ataques contra palestinos justificam a violação de proibições religiosas de feriados religiosos e do Shabat. Eles incluem o corte e queima de oliveiras, o incêndio de mesquitas,  depredação de automóveis, abate de ovelhas em pastagens e pomares palestinos, roubo de colheitas, uso de drones para espionar palestinos e ataques a agricultores e pastores com cães, pedras e até mesmo armas de fogo.

A impotência das forças policiais e militares face a esta violência dos colonos e à cultura dos outposts prova que este não é apenas um caso de falha burocrática. Se o establishment político e legal o desejasse, poderia encontrar formas de por um fim neste terrorismo judeu. A razão para esta inércia oficial é simples. O Relatório do B’Tselem explica: O governo e os colonos compartilham um objetivo comum: o de arrancar o controle de quanto território palestino da Cisjordânia for possível, empurrrando os palestinos para enclaves densamente habitados e não-contíguos.

Israel faz isto ao fictíciamente declarar áreas como zonas de tiro ou reservas naturais; proibindo construções palestinas, desenvolvimento urbano e conexões a redes de água e eletricidade na Área C; destruindo edifícios e cisternas; e cortando suprimentos de água.

Muitas comunidades palestinas continuam vivendo em suas terras, apesar das condições difíceis que Israel lhes impõe. Ataques por colonos armados, protegidos pelo exército e possuidores de imunidade pelo sistema legal, têm tido sucesso onde ações oficiais não funcionaram; é frequente que palestinos não mais podem chegar às suas terras e até abandonam suas casas. Os colonos estão exibindo seus músculos mais do que nunca.

Maior determinação e maio senso de urgência são necessários, tanto dos israelenses como da comunidade internacional para conter o número crescente de expropriações e deportações que os colonos estão realizando, em cooperação com o establishment israelense. A indiferença da sociedade civil israelense é equivalente a um consentimento, e ela pagará caro por isso.

O artigo acima é o principal editorial do Haaretz | 15|11|21 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR.

CONVOCAÇÃO

VAMOS DETER A VIOLENCIA DOS COLONOS
VAMOS DETER A VIOLENCIA DOS COLONOSReunião Urgente no Knesset | 22|11 | 12:00

Nas últimas semanas, houve dezenas de violências contra palestinos, israelenses e forças de segurança. Dezenas de palestinos ficaram feridos, muitas propriedades foram destruídas e centenas de oliveiras foram cortadas.

Há anos, esse fenômeno existe nos Territórios Ocupados, mas este ano houve um aumento de 60% no número de incidentes – estamos falando de 416 casos de terrorismo judaico até meados do ano, segundo dados do establishment de segurança, e neste momento essa tendência não parece mudar.

Em 22 de novembro, o Knesset realizará uma conferência sobre a violência de colonos – e como ela pode ser interrompida – por iniciativa dos deputados Mossi Raz, Abtisam Mar’aneh e Osama Saadi. A conferência será realizada na segunda-feira, 22|11, das 12:00 às 14:00, no Negev Hall, no Knesset.

Participarão membros do Knesset, testemunhas oculares e organizações da sociedade civil.

[ Evento organizado por PAZ AGORA, Breaking the Silence e Yesh Din ]

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