Após duas semanas de várias análises políticas, aproxima-se o dia em que decisões importantes serão tomadas nas negociações lideradas por Yair Lapid para formar o próximo governo de Israel. E o partido direitista Yamina, liderado por Naftali Bennett, tem a chave para um acordo.
Com o apoio de Raam (árabe israelense), Tikvá Hadasha (direita) e dos partidos de centro e esquerda, a coalizão liderada por Lapid alcançaria o apoio de 55 parlamentares. Se os 7 assentos de Yamina forem adicionados, o mínimo de 61 seria excedido, um requisito para obter a maioria no Knesset.
Avaliando os últimos passos de Naftali Bennett e Ayelet Shaked, as principais referências do Yamina, pode-se entender que o vento sopra para o lado de Lapid. E a reação dramática do bloco de direita contra eles prova isso.
O retorno de Bennett e Shaked ao “bloco de mudança”, composto por partidos de direita, centro e esquerda que buscam acabar com o mandato de Benjamin Netanyahu após 12 anos como primeiro-ministro, foi bastante abrupto.
Até quarta-feira, as diferenças de Yamina com Lapid permaneciam, e apenas na quinta-feira uma reunião foi realizada.
Os acordos de Lapid com outras partes do bloco (Avodá, Meretz e Yisrael Beiteinu, por enquanto) foram baseados em entendimentos anteriores com Bennett.
Hoje Netanyahu declarou: “Fizemos grandes concessões para chegar a um acordo com Bennett e Shaked, mas eles se recusaram a assinar e continuam a avançar em direção a um perigoso governo de esquerda”.
Uma lista de eventos que ocorreram nos últimos dias mostra para onde Bennett está indo. A primeira é a versão de um acordo fechado com o Likud, que o Yamina nunca assinou. A segunda é a reunião privada entre Lapid e Bennett depois de vários dias offline. Adicione-se declarações de Shaked, afirmando que “está disposta a se sacrificar para o bem do país”.
A partir desses eventos, Bezalel Smutrich, antigo parceiro do Yamina e atual presidente do partido de extrema-direita “Sionismo Religioso”, criticou duramente Bennett e Shaked. Bennett informou a figuras-chave da política que neste fim de semana tomaria uma decisão.
Juntando as pontas, há apenas um resultado possível: Bennett entende que a possibilidade de um governo com Netanyahu é pequena ou impossível, e cruzou para o outro bloco. O caminho para formar um governo permanece longo e incerto. Mas parece que o Yamina já escolheu um caminho.
[ por Moran Azulay / Tom Wichter | Times of Israel | 28|05|21 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]