A Jordânia tem pressionado a União Européia para que tome “medidas práticas” a fim de se assegurar que a anexação [de partes das Cisjordânia] não aconteça, mas os países membros parecem demasiado divididos para tomar uma decisão conjunta.O rei da Jordânia advertiu Israel de um “conflito massivo” caso Israel continuar com os planos de anexar grandes partes da Judéia e Samária, após os ministros de Assuntos Exteriores da União Européia se reunirem na 6ª feira para discutir que medidas o bloco poderia tomar em resposta a tal movimento.
Israel se comprometeu a anexar os assentamentos judeus no Vale do Jordão, o que poderia significar o final do processo de paz com os palestinos. Benjamín Netanyahu se encontra mais próximo de lograr sua promessa política, após chegar a um acordo para formar um governo depois de mais de um ano de estancamento político.
O plano para o Oriente Médio do presidente Donald Trump, que favorece Israel e foi rechaçado pelos palestinos, deu luz verde à anexação, mas a maioria do resto da comunidade internacional se opõe firmemente.
“Os líderes que advogam por uma solução de um só Estado não entendem o que isso significaria”, assegurou o rei Abdullah II da Jordânia numa entrevista à revista alemã Der Spiegel publicada na 6ª feira.
“O que passaria se a Autoridade Nacional Palestina fosse derrubada? Haveria mais caos e extremismo na região. Se Israel realmente anexar Judéia e Samária em julho, isto conduziria a um conflito massivo com o Reino Hachemita da Jordânia”, agregou.
A Jordânia é um aliado próximo do Ocidente e um dos únicos Estados árabes que firmou um tratado de paz com Israel. Abdullah evitou dizer se a anexação ameaçaria esse acordo.
“Não quero fazer ameaças e criar uma atmosfera desfavorável, mas estamos considerando todas as opções. Estamos de acordo com muitos países da Europa e a comunidade internacional em que a lei da força não deveria se aplicar no Oriente Médio”.
O acordo de coalizão do novo governo permite apresentar uma proposta de anexação no 1º de julho e os ministros da UE estão lutando por tomar uma posição comum no caso de o movimento avançar.
O bloco de 27 nações tem condenado habitualmente a expansão dos assentamentos israelenses e advertiu conta a anexação, mas os países membros aparentam divididos para tomar medidas importantes, como impor sanções. Também se limitam a manter conversações informais por videoconferência devido à pandemia do coronavirus.
“Este é um tema muito divisivo dentro do Conselho” de ministros, comentou o chefe de política exterior da UE, Josep Borrell. “Tudo em política exterior requer unanimidade, especialmente sanções”.
Borrell manifestou que as conversações são importantes para estabelecer as posições dos 27 países sobre “o respeito do direito internacional, e como podemos julgar esta anexação para aclarar a posição da União Européiea”.
Em fevereiro, afirmou o compromisso do bloco com uma solução de Dois Estados no Oriente Médio, baseada na linhas de 1967, com a possibilidadw de intercâmbios de terras mutuamente acordados.
A UE já rechaçou o plano de Trump, que permitiria a Israel anexar cerca de um terço da Cisjordânia.
A Jordânia tem pressionado a UE para que tome “medidas práticas” para se assegurar de que a anexação não ocorra. Em comunicado, o ministro de Assuntos Exteriores da Jordânia, Ayman al-Safadi, enfatizou “a necesidade de que a comunidade internacional e a União Européia, em particular, tomem medidas práticas que reflitam o rechaço de qualquer decisão israelense de anexar”.
[ publicado no Ynet News | 20!05!20 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]