NOVO RELATÓRIO ANUAL DA EQUIPE DE MONITORAMENTO DE ASSENTAMENTOS
GUERRA E ANEXAÇÃO
[ por PAZ AGORA | 14/11/2024 | tradução Amigos Brasileiros do PAZ AGORA ]
Como o governo de Israel alterou a Cisjordânia durante o primeiro ano de guerra.
ZOOM em inglês – nesta quarta-feira – 20 de novembro Hora Local 11:30 : San Francisco | 13:30 : México | 14:30 : New York – Toronto 16:30 : São Paulo – Buenos Aires – Santiago 20:30 : Madri – Paris – Roma 21:30 Jerusalém REGISTRE-SE AQUI! |
com YONATAN MIZRACHI, da Equipe de Monitoramento de Assentamentos do PAZ AGORA
Esta atividade foi organizada pelo PAZ AGORA (ISRAEL), em conjunto com seus parceiros internacionais – Americans for Peace Now, Amigos Brasileiros do PAZ AGORA, Argentinos Amigos de PAZ AHORA, Canadian Friends of Peace Now e La Paix Maintenant.
Yonatan Mizrachi, destacado especialista da Equipe de Monitoramento de Assentamentos do PAZ AGORA , apresentará revelações do último relatório anual do PAZ AGORA, “War and Annexation: How the Israeli Government Changed the West Bank During the First Year of War.“
Yonatan (“Yoni”) Mizrachi, co-lidera a Equipe de Monitoramento do PAZ AGORA. Também é co-fundador e ex-diretor executivo da Emek Shaveh, ONG dedicada a proteger achados arquelógicos de prejuízos pelo conflito israelense-palestino,
Yoni explicará como Israel vem avançando uma agenda de anexação sob a cobertura da guerra. Mostrará como o PAZ AGORA e seus aliados estão reagindo contra esta agenda perigosa.
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No mês passado, o PAZ AGORA divulgou um novo Relatório que denuncia a clara e preocupante política do governo de Israel relativa à Cisjordânia Ocupada, após mais de um ano de guerra em Gaza e quase dois anos sob o governo pró-colonos de extrema direita.
Esta política é inequivocamente focada em anexar a Cisjordânia e diminuir o espaço para os palestinos na Área “C”.
As ações do governo são evidentes em vários sentidos alarmantes: a criação de um número record de postos avançados ilegais, um dramático aumento na violência de colonos – descrita pelo próprio chefe do Shin Bet como “terrorismo judeu“, fechamento de estradas e rodovias, e ações sem precedentes para legalizar e prover fundos para postos avançados ilegais.
Ao mesmo tempo, o governo está concluindo uma rede administrativa para anexar terras, transferindo poderes de uma “Administração Civil” (militar) para a recém criada “Administração dos Assentamentos”, que está sob controle direto do ministro Smotrich.
Este Relatório revela esses fatos em detalhe, demonstrando a atual escalada de políticas que minam as perspectivas para a paz e uma solução política.
b) Acelerando a Ocupação da Cisjordânia durante a Guerra em Gaza:
- Pelo menos 43 postos avançados de assentamento ilegais foram criados;
- Numerosas estradas (não autorizadas) vedadas a palestinos foram construídas para facilitar a tomada de terras;
- 8.681 unidades habitacionais foram construídas para colonos;
- 24.193 dunams foram declarados como “terras do Estado”, quase a metade desde os Acordos de Oslo, configurando um confisco para sua colonização ilegal;
- O gabinete de Israel “legalizou” 5 novos assentamentos em postos avançados ilegais;
- 70 postos avançados foram reconhecidos para fins de aporte financeiro e desenvolvimento de infra-estrutura.
No norte de Gaza, crimes de guerra horríveis estão sendo cometidos como parte de uma operação maior que visa deslocar, matar de fome e expulsar centenas de milhares de palestinos da área, para abrir caminho para assentamentos judeus. Uma ordem para cometer um crime de guerra é uma ordem ilegal — que deve ser recusada.
O que é o “Plano do General”?
O “Plano do General” visa limpar etnicamente o norte da Faixa de Gaza — do corredor Netzarim até a fronteira — de toda a sua população palestina. Este plano afeta cerca de 300.000 moradores. Originalmente apresentado como uma “necessidade de segurança” por Giora Eiland, foi recentemente exposto pelo Channel 12 News que o verdadeiro objetivo é o estabelecimento de assentamentos judeus em Gaza.
As Etapas do Plano
Estágio A:
A IDF informa os moradores que eles têm uma semana para evacuar para o sul.
Estágio B:
Após uma semana, a IDF declara a área como zona militar fechada. Qualquer um que permaneça é rotulado como terrorista do Hamas, diante da escolha cruel de rendição ou morte.
Um cerco completo é imposto à área, criando pressão por meio da fome e uma crise de saúde que os moradores presos não conseguem suportar.
O plano em si é um claro crime de guerra, razão pela qual o ex-ministro da Defesa Gallant foi rápido em negar sua existência.
O que está acontecendo no terreno?
O que está acontecendo é muito pior do que “o plano” descrito. A operação começou imediatamente — sem a semana prometida de aviso para evacuação. Moradores relatam que aqueles que tentaram fugir foram baleados por atiradores ou drones, e equipes de resgate que tentavam ajudar os feridos também foram alvejados.
UMA ORDEM PARA COMETER UM CRIME DE GUERRA É UMA ORDEM ILEGAL
Deslocamento de populações fome e a expulsão de centenas de milhares de moradores palestinos da região estão sendo realizados para restabelecer a colonizaação judia em Gaza.
Uma ordem para cometer um crime de guerra é uma ordem ilegal, que deve ser repelida.
E os que ficaram?
Dezenas de milhares de mulheres, crianças e idosos permanecem no norte de Gaza, enfrentando condições terríveis. Estimativas sugerem que cerca de 90.000 moradores da área estão sofrendo de fome e falta de ajuda.
Como é isso?
A situação é caracterizada pela fome, o colapso dos serviços médicos e a prevenção de ajuda e evacuação para os feridos. Um bloqueio completo foi imposto à entrada de alimentos e medicamentos, uma política deliberada de fome que persiste há mais de cinco semanas. Este cerco ao norte de Gaza é parte de um bloqueio maior e contínuo de toda a Faixa de Gaza.
O que sabemos sobre a crise da fome?
Em 10 de outubro, Israel bombardeou o único armazém de farinha no norte de Gaza — nenhuma atividade do Hamas foi relatada dentro ou ao redor dele.
Em 14 de outubro, a IDF bombardeou um centro de distribuição de alimentos da ONU em Jabalia, matando 10 pessoas. As duas últimas padarias na área fecharam há duas semanas, e a IDF está bloqueando a entrada de alimentos na zona sitiada.
Sem serviço médico
Desde o início da operação, a IDF ordenou que três hospitais no norte de Gaza fossem evacuados em 24 horas, ameaçando que qualquer um que permanecesse seria capturado ou morto. Um depoimento chocante de um trabalhador humanitário internacional, publicado no Haaretz, descreve a cena horripilante:
“O cheiro de cadáveres em decomposição permeia toda a Faixa de Gaza. Ele emana dos escombros, sob os quais as pessoas foram enterradas, e cães correm por aí com restos humanos em suas bocas… Um dos meus colegas perseguiu um cachorro que estava segurando o pé de uma criança morta em sua boca. Às vezes, quando passamos por postos de controle militares, coletamos corpos de pessoas baleadas lá e os entregamos à Cruz Vermelha.”
O Panorama Maior
Os crimes de guerra em andamento no norte de Gaza ocorrem um ano após uma guerra alimentada por ideologias messiânicas, mantidas por aqueles que agora controlam o governo israelense.
Os reféns foram abandonados, e o objetivo permanece inalterado: o estabelecimento de assentamentos judaicos no norte de Gaza.
Declaração do PAZ AGORA em resposta à recente declaração do Ministro Smotrich de que iniciou medidas concretas em direção à anexação de jure da Cisjordânia Ocupada:
” Um governo perigoso, que está sacrificando nossos reféns no altar de assentamentos em Gaza, continua desenfreadaments minando a nossa segurança e transformando Israel num Estado de apartheid, do Rio ao Mar.
A anexação oficial da Cisjordânia Ocupada serve a uma minoria messiânica e está levando Israel à catástrofe.
As ações deste governo estão condenando o país à perpetuação do conflito, guerra e derramamento de sangue, um ciclo de violência sem fim, que a maioria dos israelenses querem desesperadamente terminar.
PAZ AGORA “
Nova Lei pretende autorizar compras ilimitadas por colonos de terras da Cisjordânia Ocupada |
Hoje, o Comitê Ministerial para Legislação discutirá uma lei proposta pelo deputado Moshe Solomon (partido sionista religioso) que busca autorizar que colonos comprem terras diretamente de palestinos na Cisjordânia Ocupada. Atualmente, israelenses são proibidos de comprar terras diretamente. Só podem fazê-lo através de empresas registradas Administração Civil. A lei, intitulada “Eliminação da Discriminação na Compra de Imóveis na Judéia e Samária”, que foi anteriormente proposta por Smotrich, pretande facilitar a compra de terras e propriedades por colonos , em praticamente toda Cisjordânia, sem supervisão. |
Energia para os colonos. Em 31/10/24, o governo israelense decidiu construir na Cisjordânia Ocupada 2 usinas de eletricidade e alocar 2.000 dunams para projetos de energia solar, como parte do “Plano Econômico para 2025 – Mudanças estruturais. |
RABIN ESTAVA CERTO
Ontem, no dia em que o Parlamento lembrou o assassinato de Yitzhak Rabin, a deputada Naama Lazimi foi removida do plenário do Knesset simplesmente por usar uma camisa que dizia “Rabin estava certo”.
Violando sua imunidade como membra do Knesset, sua remoção do plenário foi um ataque flagrante à liberdade de expressão.
Rabin foi assassinado há 29 anos por aqueles que hoje detem o poder no Knesset e no governo.
Sua visão de paz e de uma solução política ameaçavam as forças que prefeririam ter violência, ocupação, guerra e destruição.
29 anos depois, ainda dizemos: “Rabin estava certo.”
E é exatamente por isso que o mataram.
Devemos e continuaremos a honrar sua memória e sua mensagem de paz, não importa as forças contrárias.
NÓS LEMBRAMOS
Em 4 de novembro de 2024, o PAZ AGORA marcou o 29º aniversário do assassinato de Yitzhak Rabin, um momento trágico que marcou uma virada na história da nossa nação. Sua morte representou a perda de uma visão de paz e uma solução política e, desde então, Israel muitas vezes tomou o caminho da guerra e da Ocupação como sua única escolha.
Apesar dos obstáculos e contratempos, nós do PAZ AGORA continuamos comprometidos com o caminho da paz. As dores da paz, embora reais e desafiadoras, são muito menos destrutivas do que as agonias da guerra. Honramos a memória de Rabin e seu compromisso com um futuro melhor e mais justo, e continuaremos a trabalhar incansavelmente pela paz — não importa as forças que trabalhem contra ela.
CURSO PARA NOVOS ATIVISTAS
Na semana passada, como parte do nosso novo seminário para jovens ativistas pela paz, tivemos o privilégio de conhecer Fakhri Abu Diab. Em fevereiro, Israel demoliu a casa de Fakhri em Silwan, Jerusalém Oriental, citando uma “falta de autorizações necessárias”. Mas autorizações como essas são quase impossíveis para os palestinos obterem em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. A família de Fakhri viveu na casa por gerações, com partes da estrutura datando de antes de 1967, quando Israel ocupou Jerusalém Oriental.
Agora, centenas de famílias em Silwan enfrentam a ameaça iminente de despejo. Tragicamente, a casa dos parentes de Fakhri, junto com muitas outras em Jerusalém Oriental, foi demolida na semana passada. Enquanto a atenção do mundo estava focada na guerra em Gaza, casas como a de Fakhri foram silenciosamente demolidas por razões políticas.
Isso faz parte de um plano maior e sistemático: anexar a Cisjordânia ocupada e Jerusalém Oriental e estabelecer um único estado baseado na supremacia judaica, do rio ao mar.
Nessa visão – promovida pelas políticas messiânicas e criminosas de nosso governo – Jerusalém se tornaria uma capital exclusiva para os judeus, e não para os dois povos que compartilham essa terra.
É por isso que estamos preparando a próxima geração de jovens ativistas: para evitar um futuro como esse e construir uma nova realidade baseada na justiça e na igualdade. Porque somente uma solução política pode trazer a verdadeira segurança, liberdade e paz para todos.
É MELHOR TER AS DORES DA PAZ DO QUE SOFRER AS AGONIAS DA GUERRA
Nada pode mudar o fato de que continuamos a pagar o preço de apenas administrar esse conflito e não de acabar com essa guerra.
Inúmeras famílias ainda são sacrificadas no altar da guerra; reféns permanecem em cativeiro; e muitas outras vidas inocentes estão pagando o preço. Mas uma verdade se tornou inegavelmente clara:
É hora de acabar com a guerra.
É hora de acabar com o derramamento de sangue.
É hora de fazer um acordo para os reféns.
É hora de uma solução política. Precisamos do que a maioria das pessoas aqui – tanto israelenses quanto palestinos – realmente deseja: segurança e paz.
Nossa região merece mais.
Nosso povo merece mais.
Os palestinos merecem mais.
Precisamos de líderes que priorizem a paz, a estabilidade e um futuro para todos. A verdadeira segurança e liberdade não podem vir de guerras, violência e destruição intermináveis. O momento já passou há muito tempo.
A única questão que resta é: quando perceberemos que não há outra solução senão a política? Porque é melhor ter as dores da paz. Agora! CHEGA DE GUERRA!
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