 [ publicado em 19|12|2023 – traduzido pelo PAZ AGORA|BR – www.pazagora.org] veja fotos e mapas das localidades nos respectivos links O PAZ AGORA está soando alarmes sobre iniciativas israelenses sem precedentes de construção em Jerusalém Oriental desde o início da guerra em Gaza. A parte oriental de Jerusalém foi conquistada por Israel na Guerra de 1967, quando toda sua população era de origem árabe. Foi considerada como futura capital de um Estado Palestino em todas as negociações de paz havidas desde então. O movimento pela paz alerta que este aumento é uma estratégia do governo para obstruir qualquer potencial resolução política do conflito israelense-palestino que envolva Jerusalém Oriental. A expansão de uma agenda de colonos dentro e ao redor de Jerusalém Oriental mostra como a coalizão de Netanyahu está dobrando sua oposição a uma Solução de Dois Estados. Surge quando mais do que nunca é necessária uma visão a longo prazo para um novo paradigma nas relações israelense-palestinas. Em vez disso, o atual governo israelense está criando novos pontos de atrito entre os dois povos e enviando a mensagem de que pretende apenas aprofundar a Ocupação. PAZ AGORA “Não apenas por meio de palavras, mas também por meio de suas ações, Netanyahu e seu governo estão correndo para bloquear qualquer chance de uma solução política futura”. Os relatórios da Equipe de Monitoramento de Assentamentos do PAZ AGORA detalharam recentemente sete obras decisivas na Ocupação em Jerusalém Oriental: 1– Kidmat Sion As autoridades de planejamento israelenses adiantaram planos para um novo assentamento judeu chamado Kidmat Zion a ser construído no coração do bairro palestino de Ras al-Amud, a sudeste da Cidade Velha. Iniciado pela organização de colonos Ateret Cohanim, o projeto incluiria 384 unidades habitacionais e estaria localizado em um dos poucos terrenos abertos remanescentes na borda leste de Ras al-Amud. O bairro fica na barreira de separação entre Jerusalém e Abu Dis. PAZ AGORA: “Mesmo em tempos de guerra e apenas dois dias após o maior desastre de segurança na história do Estado de Israel desde a sua criação, o governo israelense não se esquece de promover pontos de conflito e confrontos adicionais. Parece que o fato de todo o país estar enredado nas linhas de frente do sul, do norte e do oeste e na tensão da Cisjordânia não lhe impede de promover potenciais fontes de conflito futuro. O assentamento de Jerusalém Oriental é uma declaração clara das prioridades do governo. Já vimos quem paga o preço.״ Leia mais. 2 – Bairro do Aqueduto Inferior Um plano aprovado em 29 de novembro prevê a construção de 1.738 unidades habitacionais entre os bairros de Givat Hamatos e Har Homa. Chamado de bairro do Aqueduto Inferior, metade dele estaria situado além da Linha Verde [na Jerusalém Oriental]. A localização é particularmente problemática do ponto de vista político. O projeto efetivamente obstruiria o último corredor restante que liga os bairros palestinos de Beit Safafa e Shorafat com o resto de Jerusalém Oriental. Representaria um desafio para o contínuo urbano palestino em Jerusalém Oriental e bloquearia as conexões entre Belém e Jerusalém Oriental. PAZ AGORA: “O governo israelense continua a minar qualquer solução viável de Dois Estados. Enquanto o EDI está envolvido na Faixa de Gaza e centenas de israelenses que vivem em zonas fronteiriças no norte e no sul não têm certeza sobre quando poderão regressar às suas casas, o governo está avançando na construção para além da Linha Verde [Cisjordânia], colocando ainda maior risco na segurança de todos. israelenses que buscam um futuro promissor com fronteiras seguras.” Mais informações. 3- Givat HaShaked é um bairro a ser construído em terras das aldeias palestinas de Beit Safafa e Sur Baher. As cerca de 700 novas unidades habitacionais para colonos judeus limitarão significativamente o potencial de desenvolvimento dos bairros palestinos adjacentes e impactarão negativamente o contínuo territorial para um futuro Estado palestino. Leia mais. 4 – Teleférico para a Cidade Velha Em 2017, Israel iniciou um projeto de teleférico para conectar Jerusalém Ocidental com bairros de Jerusalém Oriental. Um desses bairros é povoado por palestinos, mas que também inclui um enclave de colonos e escavações arqueológicas apoiadas por colonos. Em 9 de dezembro de 2023, placas foram penduradas em Silwan informando os moradores sobre a proposta de desapropriação de terras para os pilares do teleférico, uma aceleração notável do projeto. O teleférico é um dos maiores investimentos do governo destinados a cimentar o controle israelense sobre os bairros palestinos ao sul da Cidade Velha. Leia mais. 5 – O Bairro Armênio Representantes de um empresário judeu-australiano e seus associados têm buscado ativamente projetos de desenvolvimento e infraestrutura no estacionamento do Bairro Armênio da Cidade Velha, afirmando que adquiriram legalmente o terreno da Igreja Armênia. Essa medida provocou forte oposição da comunidade armênia, que alega que a aquisição foi ilegal e que os empresários estão ligados a organizações de colonos. A comunidade está preocupada que o objetivo é transformar um dos últimos lotes não desenvolvidos na Cidade Velha em um novo assentamento judaico. Mais aqui.  6 – Givat Hamatos O plano “Strip” no sul de Jerusalém está localizado ao longo da Estrada de Hebron , cobrindo uma área de aproximadamente 140 dunams, e destina-se a 3.500 unidades residenciais, hotéis e uma área comercial. O projeto é uma iniciativa conjunta da Igreja Ortodoxa Grega, do proprietário do terreno, e da Dyani Holdings. Cerca de dois terços da área do plano está localizada além da Linha Verde. Este é mais um projeto que bloquearia a contiguidade territorial entre Belém e partes palestinas de Jerusalém e, assim, dificultaria a possibilidade de um futuro Estado palestino. Leia mais e mapas. 7 – Demolições em Jerusalém Oriental desde o início da guerra O governo israelense e o município de Jerusalém demoliram 212 edifícios palestinos em Jerusalém Oriental em 2023. Cerca de um quarto dessas demolições – 53 edifícios – ocorreram desde o início da guerra de Gaza e 216 palestinos perderam suas casas como resultado. O PAZ AGORA afirma que a decisão das autoridades de não interromper as demolições de casas – e até de intensificá-las – está alinhada com a política israelense de reduzir a presença palestina em Jerusalém Oriental e empurrar os palestinos o máximo possível para além das fronteiras da cidade. Os dados são baseados em publicações do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Detalhes aqui.  Muro de separação perto de Abu Dis |
