COMUNICADO DO PAZ AGORA Prezados amigos, Uma semana se passou desde os trágicos e chocantes acontecimentos do dia 07.10.23. Os sentimentos e feridas estão longe de cicatrizar. Os relatos horripilantes dos sobreviventes e a quantidade esmagadora destas histórias não permitem descanso. Embora cada um de nós experimente a dor pessoalmente, a experiência também é coletiva, e nossas emoções estão cheias de medos existenciais e temores sobre o que o futuro reserva. Estamos com uma dor profunda e arrasados, lamentando a perda de cada uma das centenas de vítimas e das suas famílias, que agora estão pagando o preço mais alto. Israel experimentou uma onda de terror injustificada e monstruosa – de uma magnitude que nunca poderíamos imaginar. O massacre cometido pelo Hamas contra os habitantes de Israel é um dos mais terríveis crimes de guerra já verificados na nossa região. Mulheres, bebês, jovens e idosos estão agora nas mãos de uma organização terrorista implacável, em Gaza. É insuportável pensar no destino de crianças que foram tiradas dos pais pelas mãos de terroristas sem coração. Cada dia e cada hora é fundamental. Depois de todos os terríveis fracassos que ocorreram, temos a obrigação de salvar vidas e, portanto, devemos exigir a libertação dos cativos agora. Hoje, estamos lutando para entender o que aconteceu e o que devemos fazer para que o nosso lugar, nosso espaço, nossa casa, sejam justos, normais e seguros. Como PAZ AGORA, temos um papel importante. Muita gente entende que nada mais será como foi. Todos sabemos dos fracassos do governo, das pessoas indignas que nos lideraram, que preferiram a anexação, os assentamentos e a ditadura ao Estado e aos seus cidadãos. Todos nós entendemos o fracasso dos militares, sua falta de prontidão e da inteligência que não nos avisou. E, pior ainda, um exército que deixou os cidadãos por horas expostos ao terror implacável. Todos nós compreendemos as falhas do Estado, que ainda hoje não atende a muitos cidadãos em seu momento de necessidade. Por outro lado, também vemos a coragem da sociedade israelense, se unindo para ajudar, para preencher o vazio de um Estado disfuncional. De todos os fracassos, o papel do PAZ AGORA é apontar o enorme fracasso político. Preferiram pagar uma “taxa de proteção” a uma organização terrorista implacável para permitir a anexação contínua da Cisjordânia e o enfraquecimento do Estado Palestino. Pensaram que poderiam ignorar completamente os palestinos, tratá-los como “palha ao vento” que deve ser meramente “administrada” ou, na melhor das hipóteses, “reduzida”. Eles disseram que poderíamos fazer a paz com a Arábia Saudita e prosperar. Assim disseram. As questões que incomodam a todos, neste momento, são questões existenciais. Não sabemos o que o futuro nos reserva e tememos que seja duro e cheio de violência. A guerra apenas começou e seu fim não parece estar próximo. Mas sabemos que, PARA REALMENTE GARANTIR A NOSSA CASA, PRECISAMOS DE UMA SOLUÇÃO POLÍTICA. Não se trata apenas de um slogan ou de uma ilusão. É a realidade das nossas vidas. Sabemos o que os principais líderes da segurança vêm dizendo há anos: NÃO EXISTE SOLUÇÃO MILITAR SE NÃO HOUVER UM HORIZONTE POLÍTICO. Só assim poderemos garantir uma segurança profunda e verdadeira, e não apenas uma falsa sensação de segurança que existe num Estado semelhante ao de Esparta, com residentes armados e um ciclo permanente de guerras. Precisamos de um acordo político, tal como temos com o Egito e a Jordânia. Também sabemos O QUE OS LÍDERES DO SIONISMO E OS FUNDADORES DO ESTADO JÁ SABIAM: QUE UMA SOLUÇÃO POLÍTICA É UMA GARANTIA PARA A EXISTÊNCIA DE ISRAEL COMO ESTADO-NAÇÃO DO POVO JUDEU E COMO DEMOCRACIA. Um adesivo do “PAZ AGORA” numa janela estilhaçada do kibutz Be’eri, após o trágico ataque terrorista do Hamas há uma semana. O Hamas é, de fato, uma organização terrorista condenável e assassina, um grupo absolutamente maligno. A conclusão clara e imediata das suas recentes ações terroristas é que o Hamas nunca será um ator legítimo na arena política. No entanto, paralelamente, temos de preservar a nossa própria condição humana. O DESEJO DE VINGANÇA E DESTRUIÇÃO – mesmo que compreensível e humano – NÃO LEVARÁ A UMA SOLUÇÃO! No campo da direita, já há pedidos de um segundo round de ocupação com a reintrodução de assentamentos na Faixa de Gaza. Nós, que nos orgulhamos de nossa moralidade, de ações militares sábias e de saber que nunca devemos prejudicar levianamente os inocentes, sabemos que não podemos ser tentados por provocações inúteis. Tais ações podem dar origem a organizações terroristas ainda mais implacáveis. Enquanto lamentamos nossos entes queridos e amigos, e refletimos sobre o que pode estar reservado para nós nas próximas semanas e meses, CONTINUAMOS COM A CLAREZA DO NOSSO PAPEL E PROPÓSITO – APRESENTAR A ÚNICA ALTERNATIVA PARA O FUTURO DESTE LUGAR. Isso é possível, porque não temos escolha, porque não temos outra casa. Com a esperança de que, deste desastre, a salvação emergirá e a paz finalmente virá. Israel, 15|10|2023 LIOR AMICHAI – Diretor Executivo do Shalom Achshav (PAZ AGORA) Para se manter informado sobre os últimos desenvolvimentos, siga-nos nas redes sociais e visite nosso site. | Para mais informações, entre em contato: Mauricio Lapchik, Diretor de Relações Externas e Desenvolvimento externalrelations@peacenow.org.il |