[ por Canadians for PEACE NOW | 20|09|2023 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR | www.pazagora.org ]
O PAZ AGORA enviou cartas ao presidente Joe Biden e ao Secretário-Geral da ONU Antonio Guterres instando-os a não acreditar nas esperadas declarações de Netanyahu sobre compromissos com a paz ou com a Solução de Dois Estados.
Netanyahu está nesta semana en New York para um encontro de alto nível com o presidente Biden e para discursar na Assembléia Geral da ONU.
As cartas do PAZ AGORA ressaltam que, sob a liderança de Netanyahu, o governo de Israel tem executado ações para anexar a Cisjordânia e que ameaçam as perspectivas para uma solução justa e duradoura para o conflito israelense-palestino.
Foi anexado às cartas um recente Relatório da Equipe de Monitoramento de Assenamentos do PAZ AGORA que revela decisões e passos políticos tomados por Israel na Cisjordânia Ocupada nos últimos nove meses,
O Relatório mostra como essas atividades claramente contradizem compromissos prévios do primeiro-ministro Netanyahu, especialmente os mais recentes Acordos de Abraão, e estão levando a uma Anexação de facto da Cisjordânia.
Ações específicas que contribuem para esta realidade alarmante incluem:
- Criação da “Administração dos Colonos” – novo órgão governamental e civil criado para supervisionar todos os aspectos da vida dos colonos nos territórios ocupados;
- Aprovação recorde de unidades de habitação em assentamentos;
- Legalização e transformação de 15 postos avançados não autorizados em assentamentos;
- Promoção de novos assentamentos em Jerusalém Oriental;
- Revogação da Lei de Desengajamento e de uma série de decisões para aprofundar a presença dos colonos no norte da Cisjordânia;
- Mudanças significativas nos procedimentos de planejamento na Cisjordânia, concedendo ao Ministro Bezalel Smotrich autoridade irrestrita;
- Dotação orçamentária sem precedentes para infra-estruturas e desenvolvimento de assentamentos [na Cisjordânia];
- Estabelecimento de seis assentamentos turísticos dentro de áreas habitadas exclusivamente por palestinos;
- Criação de um novo assentamento em Hebron.
Estas ações, afirmam as cartas, estão alterando rapidamente o status quo na Cisjordânia e consolidando ainda mais o empreendimento de assentamento israelense.
O PAZ AGORA implora a Biden e Guterres que avaliem criticamente as falsas declarações do primeiro-ministro Netanyahu e responsabilizem o governo de Israel por minar a viabilidade de uma Solução de Dois Estados.
O PAZ AGORA enfatizou que continua dedicado à busca de uma resolução justa e pacífica para o conflito israelense-palestino e apela à comunidade internacional para que apoie os esforços que promovam a paz, a segurança e a justiça para todos.
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Líderes judeus dos EUA pressionam por uma Solução de 2 Estados
[ por Jacob Magid | The Times of Israel | 19|09|2023 | traduzido pelo PAZ AGORA | www.pazagora.org ]
Numa carta aberta, 75 proeminentes líderes da comunidade judaica americana instaram o presidente Biden a apenas buscar um acordo de normalização entre Israel e a Arábia Saudita que inclua “medidas que promovam tangivelmente as perspectivas de uma Solução de Dois Estados”…
“Em termos práticos, isto implicaria bloquear a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e aumentar a soberania territorial dos palestinos, ao mesmo tempo que responsabilizaria a Autoridade Palestina por reformas e reforçaria a sua estabilidade financeira”, afirma a carta. Os signatários incluem líderes das denominações religiosas reformistas e conservadoras, ex-executivos da AIPAC, do Comitê Judaico Americano, das Federações Judaicas da América do Norte, da ADL, da Conferência dos Presidentes e da Agência Judaica, juntamente com ex-embaixadores dos EUA em Israel.
Nos últimos meses, os EUA têm procurado mediar um acordo de normalização, com o secretário de Estado Antony Blinken considerando uma viagem a Israel, à Cisjordânia e à Arábia Saudita no próximo mês como parte desse esforço.
Em troca da normalização dos laços com Israel, a Arábia Saudita pede um grande pacto de defesa com os EUA, grandes negócios de armas e cooperação dos EUA no estabelecimento de um programa nuclear civil em solo saudita. Washington, por sua vez, espera que Riade reduza as suas relações económicas e militares com a China e a Rússia.
De acordo com reportagem publicada terça-feira no The New York Times, autoridades americanas e sauditas têm discutido um possível alinhamento de defesa modelado nos acordos dos EUA com o Japão e a Coreia do Sul, com os Estados Unidos e a Arábia Saudita se comprometendo a fornecer apoio militar se um deles for atacado na região ou em solo saudita.
Espera-se que os esforços de normalização dos EUA sejam abordados na reunião de Biden na quarta-feira com Netanyahu, onde o primeiro-ministro também deverá levantar a perspectiva de um pacto de defesa entre Israel e os EUA.