[ por Americans for PEACE NOW | 07/08/23 | traduzido pelos
Amigos Brasileiros do PAZ AGORA | www.pazagora.org ]
A Americans for Peace Now (APN) enviou hoje uma carta ao presidente Biden assinada por 163 líderes judeus que se preocupam com o futuro de Israel, pedindo ao presidente que tome medidas concretas para salvaguardar a democracia israelense.
A carta é única, ao ir além de declarações genéricas e pedir ações específicas que o presidente possa tomar para afirmar sua preocupação com o fato de o governo israelense prejudicar seus valores compartilhados com os Estados Unidos. Ao fazer isso, diz a carta, Biden “protegeria o futuro de Israel e seu relacionamento com os Estados Unidos”.
A APN instou líderes judeus americanos proeminentes a endossar a carta e, em poucos dias, reuniu um grupo impressionante de signatários.
Alex Soros , presidente da Open Society Foundations, disse: “ Os americanos que se preocupam com Israel estão horrorizados ao ver o ataque do governo às normas e instituições democráticas do Estado. As preocupações do presidente Biden foram ignoradas. Chegou a hora de agir para proteger a democracia de Israel e os interesses dos Estados Unidos na região”.
Randi Weingarten , presidente da Federação Americana de Professores e membro do Conselho de Administração da APN, disse: “O presidente Biden defende a democracia em casa e no mundo. Israel precisa dele agora, para abraçar todos os que estão lutando para proteger e aprofundar a democracia em um momento tão crítico. .”
Hadar Susskind , presidente e CEO da APN | Americans for PEACE NOW, disse: “Enviamos esta carta porque o primeiro-ministro Netanyahu deixou claro que não vai dar ouvidos às palavras do presidente Biden, então é hora de agir. Estamos satisfeitos em ver que tantos líderes judeus se juntaram a nós para assinar esta carta e esperamos que o presidente Biden siga nosso conselho”.
A seguir, a íntegra da carta. Para visualizar a original em PDF e ver a lista completa de signatários, siga ESTE LINK .
Prezado Presidente Biden,
Obrigado por seu compromisso inabalável em defender a democracia e por seus esforços consideráveis para impedir o primeiro-ministro Netanyahu de prosseguir com a reforma judicial em Israel. Suas expressões de preocupação com a democracia de Israel e suas críticas francas à campanha do governo israelense para enfraquecer o judiciário do país ajudaram a fortalecer a oposição popular a esse alarmante retrocesso democrático.
Infelizmente, devemos reconhecer que as advertências dos Estados Unidos não impediram o governo israelense de agir de acordo com essa agenda. Como resultado, agora nos encontramos em uma conjuntura crítica em que novas ações são necessárias para salvaguardar os valores democráticos, nos quais a relação EUA-Israel se baseia.
Como líderes judeus americanos que se preocupam profundamente com Israel e desejam vê-lo cumprindo seus valores fundamentais de democracia, liberdade, justiça e paz, compartilhamos seu sentimento de profunda preocupação com o futuro de Israel.
Embora apreciemos profundamente suas expressões públicas de preocupação, pedimos que o senhor vá além das palavras e tome medidas decisivas para demonstrar a gravidade da situação.
Sr. Presidente, a campanha do atual governo israelense é tão severa e conseqüente que merece uma reação proporcional por parte do principal aliado de Israel, os Estados Unidos da América.
Portanto, acreditamos que chegou a hora de tomar medidas concretas para enviar uma mensagem clara ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ir além das palavras deixará claro para o governo de Netanyahu que suas ações têm um preço. Onde há menos valores compartilhados, o relacionamento especial torna-se menos especial.
Não é nossa intenção defender medidas punitivas contra Israel, nem o Estado nem o povo. A maioria dos israelenses se opõe à campanha antidemocrática de seu governo. Centenas de milhares deles têm protestado contra a insistência do governo em enfraquecer a Suprema Corte, que trabalha para garantir os direitos e liberdades básicos de todos os israelenses. Esses patriotas merecem elogios, não punição.
Embora o governo de Netanyahu pareça alheio aos protestos domésticos, ele se preocupa justificadamente com o relacionamento de Israel com Washington. Essa relação é o principal ativo estratégico de Israel.
Para proteger o futuro de Israel e seu relacionamento com os Estados Unidos, pedimos que o senhor considere várias medidas concretas que o seu governo pode tomar, incluindo, mas não se limitando a:
- Nomear um novo embaixador em Israel imediatamente, pois a gravidade desta crise exige os mais altos níveis de diplomacia
- Tomar medidas para reabrir um consulado americano separado em Jerusalém, que atenderia a população palestina na Cisjordânia e em Gaza
- Reemitir a orientação alfandegária dos EUA sobre rotulagem de assentamentos para refletir com precisão a distinção entre Israel e os assentamentos da Cisjordânia, alinhando-se com a política de longa data dos EUA
- Não mais vetar automaticamente os esforços para responsabilizar Israel nas Nações Unidas por suas atividades de assentamento e violações de direitos humanos contra palestinos
- Garantir que Israel atenda a todos os requisitos, incluindo tratamento recíproco para todos os cidadãos americanos, antes de considerar sua admissão no Programa de Isenção de Vistos
- Comunicar ao governo israelense que o estado em evolução da democracia de Israel figurará nas deliberações para o próximo MOU [auxílio externo] de dez anos entre os EUA e Israel
- Fazer esforços para elevar a missão diplomática palestina nos EUA e promover um envolvimento significativo com diplomatas palestinos nos EUA
Acreditamos firmemente que a adoção dessas ações específicas enfatizará o compromisso dos Estados Unidos com os valores democráticos, direitos humanos e paz na região. Ao alavancar o relacionamento especial EUA-Israel, podemos encorajar o governo de Israel a reavaliar sua trajetória atual e defender os valores fundadores da democracia, liberdade, justiça e paz.
Agradecemos por sua atenção a este assunto crítico.
Estamos prontos para apoiar qualquer esforço para preservar a democracia de Israel e salvaguardar seu futuro.
(Assinado inicialmente por 163 líderes judeus norte-americanos)
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