[ Editorial do Haaretz | 19 \02|2023 | traduzido pelos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA | WWW.PAZAGORA.ORG ]
Espera-se que o Conselho de Segurança da ONU discuta AMANHÃ a decisão do gabinete interno de Israel de”legalizar” vários postos avançados de assentamentos na Cisjordânia. Também pode dar o passo incomum de votar uma resolução denunciando Israel e exigindo o fim de tais movimentos.
Os postos avançados aprovados pelo gabinete cobrem uma área de cerca de 275 acres. Além disso, de acordo com uma análise conduzida pelo PAZ AGORA, vários desses postos avançados estão situados em terras cujo status não foi determinado, e que podem ser de propriedade privada [de palestinos]. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está ciente dos danos diplomáticos de tal decisão, mas seus esforços para escapar da justiça o tornam dependente dos seus parceiros, colonos messiânicos, em primeiro lugar do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich.
Embora a resolução da ONU, que exige que Israel “cesse completa e imediatamente todas as atividades de assentamento no território palestino ocupado“, esteja sendo promovida pelos palestinos, que a elaboraram junto com os Emirados Árabes Unidos, a discussão no Conselho de Segurança não ocorre no vácuo.
Os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha e Estados Unidos emitiram uma declaração conjunta condenando a decisão do gabinete interno. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que, “como os governos anteriores, democratas e republicanos, nos opomos fortemente a tais medidas unilaterais”. A União Europeia disse que “não reconhecerá quaisquer mudanças nas fronteiras de 1967 além daquelas acordadas pelas partes”. [Aqui na América Latina, os governos da Argentina, Brasil, Chile e México já adotaram posições oficiais semelhantes – NT]
- When will the U.S. get tired of helping Israel with UN vetoes?
- UN Security Council likely to vote Monday on call for Israel to stop settlements
- Israel’s double standard: There’s no occupation, but it’s temporary
As discussões no Conselho de Segurança da ONU sobre as relações entre Israel e os palestinos não são um evento incomum. Mas não devemos esquecer que desta vez o debate será realizado no contexto da preocupação mundial com a composição extrema do atual governo israelense, e em vista de seus planos de enfraquecer o judiciário e colocar em risco o sistema de governo, e o protesto cívico contra ele.
Os Estados Unidos geralmente vetam resoluções anti-Israel que são colocadas em votação no Conselho de Segurança. Mas o presidente Joe Biden está bem ciente da Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 2016, afirmando que os assentamentos nos territórios são ilegais. Biden também sabe muito bem que o Israel de Netanyahu, teimosa e consistentemente, se recusa a negociar com os palestinos, de modo que o crime dos assentamentos não será resolvido dessa maneira, se depender de Israel.
Se os Estados Unidos realmente têm em mente os melhores interesses de Israel, não devem frustrar uma iniciativa internacional contra a expansão do empreendimento de assentamentos. Como verdadeiro amigo, os EUA devem abster-se de exercer o seu poder de veto relativamente a esta resolução no Conselho de Segurança.
[ Editorial do Haaretz | 19 \02|2023 | traduzido pelos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA | WWW.PAZAGORA.ORG ]