A OCUPAÇÃO ISOLA ISRAEL E DESTRÓI SUA DEMOCRACIA

 

[publicado pelo Departamento de Estado dos EUA  | 13|02|23 |  traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

Estamos profundamente preocupados com a decisão de Israel, publicada ontem, de avançar a construção de quase 10.000 unidades habiracionais em assentamentos e iniciar um processo para legalizar retroativamente nove postos avançados na Cisjordânia, que anteriormente eram ilegais sob a lei israelense  [Todos os assentamentos na Cisjordânia são ilegais pelas normas internacionais – NT].

Como nos governos anteriores, democratas e republicanos, nos opomos fortemente a tais medidas unilaterais, que exacerbam as tensões e minam as perspectivas de uma Solução negociada de Dois Estados.

Como já afirmei anteriormente, qualquer coisa que nos afaste da visão de Dois Estados para Dois Povos é prejudicial à segurança a longo prazo de Israel, à sua identidade como  Estado judeu e democrático e à nossa visão de medidas iguais de segurança, liberdade, prosperidade e dignidade para israelenses e palestinos.

Apelamos a todas as partes para que evitem ações adicionais que possam aumentar ainda mais as tensões na região e para que tomem medidas práticas que possam melhorar o bem-estar do povo palestino.

Anthony Blinken
Secretário de Estado dos EUA
Washington 13|02|2023


https://www.cbsnews.com/video/thousands-of-israelis-protest-against-new-governments-far-right-policies/

Israel/Palestina: Declaração do porta-voz da União Européia  sobre decisão do governo de Israel para “legalizar” postos avançados de assentamentos na Cisjordânia Ocupada.

 13.02.2023 EEAS Press Team

[ publicado pelo Serviço Diplomático da União Européia | 13|02|23 |  traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

 

As autoridades israelenses anunciaram, neste domingo, que considerariam nove postos avançados para colonos ilegais na Cisjordânia ocupada como legais sob a lei israelense.

A União Europeia rejeita esta decisão e reitera a sua posição de que os assentamentos são ilegais à luz do direito internacional;  e de que não reconhecerá quaisquer alterações nas fronteiras de 1967 para além das acordadas pelas partes. A UE reitera o seu apelo às autoridades israelenses para que suspendam a construção de assentamentos e revertam urgentemente estas últimas decisões.

A UE está seriamente preocupada com o aumento das tensões e o aumento da violência.

No atual contexto preocupante, é importante considerar medidas para diminuir a escalada da situação e evitar decisões e ações unilaterais que minariam a viabilidade de uma Solução negociada de Dois Estados para o conflito, e que alimentariam mais tensões.

A União Européia está pronta a ajudar as partes a reconstruir um caminho para o diálogo e a trabalhar em conjunto, para inverter o ciclo negativo da violência e evitar mais perdas de vidas.


Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Estados Unidos emitiram ontem uma Declaração Conjunta, dizendo estarem “profundamente preocupados” pelos novos planos do governo Netanyahu para expandir assentamentos na Cisjordânia. O Secretário-Geral da ONU, Noruega, Turquia, Jordânia, Egito e Arábia Saudita também tornaram públicas sua rejeição às ações israelenses. A Autoridade Palestina encaminhou minuta de petição ao Conselho de Segurança para a Liga Árabe.
 [Haaretz 13-14|02]

Judeus progressistas norte-americanos estão se mobilizando

para que o governo Biden NÃO use seu poder de veto
caso o Conselho de Segurança da ONU se reúna para abordar a questão.

O deslocamento de populações da Potência Ocupante para Territórios Ocupados configura-se como Crime de Guerra
pela Legislação Internacional. 



Como a Ditadura está sendo Imposta em Israel:




RESISTÊNCIA CONTRA REFORMAS ANTI-DEMOCRÁTICAS

https://youtu.be/exO-upM3J_Y

J-STREET:  A CRISE DE ISRAEL DEMANDA NOSSA AÇÃO

[ por Jeremy Ben-Ami, Presidente da J Street |  13|02|2023  |  traduzido pelo PAZ AGORA|BR  |  www.pazagora.org  ]

Por quinze anos,  a J Street tem alertado sobre a terrível ameaça representada para o futuro de Israel – sua democracia, seus valores e sua segurança – pela agenda de ultranacionalistas de extrema-direita e fanáticos religiosos.

Nós nos manifestamos sobre essas ameaças iminentes porque nos preocupamos muito com o Estado e o povo de Israel, que são a nossa família, nossos amigos e nossos colegas.

Centramos nosso trabalho na oposição a assentamentos, demolições e anexação rasteira precisamente pelo ponto de que a Ocupação interminável acabará por prejudicar o Ocupante, não apenas o Ocupado – e levará à erosão da própria democracia de Israel.

Infelizmente, a extrema-direita – e o movimento de assentamentos em seu núcleo – que tem buscado o controle permanente sobre a Cisjordânia e o domínio sobre o povo palestino, instalou-se agora firmemente no controle do governo de Israel. Desde que assumiram o cargo, há seis semanas, eles estão se movendo na velocidade da luz para promulgar sua agenda, ameaçando tornar Israel irreconhecível para milhões de judeus e outras pessoas nos Estados Unidos que se preocupam profundamente com o país e seu povo, e que acreditam nos valores democráticos sobre os quais foi fundado.

As ações que estão sendo tomadas agora pelo governo de Israel deixam sua agenda clara e transparente: para garantir o compromisso fundador da coalizão com o controle antidemocrático sobre toda a terra entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, eles estão implantando planos para minar os próprios fundamentos legais e democráticos do Estado.

O chamado pacote de “reforma judicial” sob consideração do Knesset deve ser entendido como parte integrante da agenda anexacionista da direita.

Felizmente, os israelenses estão tomando as ruas para lutar por sua democracia e pelo Estado de Direito. Ex-primeiros-ministros, chefes de segurança e juízes da Suprema Corte – e até mesmo o atual presidente de Israel – estão soando o alarme. Eles entendem que este é o ponto de inflexão mais vital nos 75 anos de Israel, que moldará fundamentalmente o país daqui para frente.

A visão de centenas de milhares de israelenses nas ruas, em greve e protestando contra os planos do governo, nos enche de orgulho. A J Street está ao lado dos manifestantes, em nosso compromisso com o Estado de Israel e os valores sobre os quais ele foi fundado.

Aqui nos EUA, muitos líderes comunitários judeus e pró-Israel têm sido mais lentos para responder a esses desenvolvimentos radicais do que esperávamos. Talvez alguns desses líderes mantivessem a esperança de que o pior não aconteceria. Alguns temiam que suas críticas pudessem ser contraproducentes. Outros disseram que, embora o apoio dos EUA tenha sido vital para o desenvolvimento e a sobrevivência de Israel, é de alguma forma inapropriado – mesmo agora – que os judeus americanos critiquem as políticas do governo israelense, ou que o governo dos EUA se oponha significativamente a essas políticas.

Não há mais espaço ou tempo para hesitação ou desculpas.

Ao avançar, a toda velocidade, com os planos altamente impopulares de “reforma judicial”, o governo está ignorando o movimento de protesto em massa que trouxe centenas de milhares de israelenses às ruas. Ao avançar com grandes atos de anexação, está descaradamente desconsiderando a oposição do governo Biden – e cruzando uma grande linha vermelha.

Essas ações são uma ameaça direta ao futuro de Israel como Pátria democrática do povo judeu e ao relacionamento EUA-Israel.

O governo de Netanyahu anunciou que se moveria para “legalizar” nove postos avançados de assentamentos não autorizados, que até aqui foram considerados ilegais sob a lei israelense. Vários deles estão localizados em terras palestinas privadas. O governo também afirmou que em breve se moveria para autorizar um aumento dramático na construção de novos assentamentos em toda a Cisjordânia – potencialmente até 10.000 novas unidades habitacionais, inicialmente.

Enquanto Netanyahu e seu gabinete de extrema-direita afirmam que esses movimentos são uma resposta aos terríveis ataques terroristas recentes contra israelenses, a verdade é que esses atos de anexação de fato não têm nada a ver com segurança – e de fato tornarão os israelenses menos seguros.

O governo, e o movimento de assentamentos da extrema-direita em geral, não fizeram segredo de sua intenção de cimentar permanentemente seu controle sobre todo o Território Ocupado – e impedir qualquer resolução pacífica e negociada para o conflito israelense-palestino. Eles se aproveitarão de qualquer pretexto para realizar esses planos e manter seu poder – mesmo que isso signifique exacerbar o conflito e destruir a democracia liberal no processo.

Este não é um momento rotineiro para discordâncias educadas – é uma crise que exige uma ação pública e firme. O governo Biden e o Congresso devem deixar claro que essas ações terão consequências.


Eles devem declarar que não impedirão a comunidade internacional de responsabilizar o governo israelense por suas ações sob o direito internacional. Eles devem agir para garantir que nenhuma arma dos EUA ou dólar dos contribuintes americanos sejam sendo usados para promover a anexação de fato e ilegal de Israel do Território Ocupado. Devem demonstrar solidariedade inequívoca com as centenas de milhares de corajosos israelenses que estão tentando desesperadamente defender a democracia do seu país.

J Street e o movimento pró-Israel, pró-Paz e pró-Democracia continuarão a soar o alarme sobre os planos radicais da extrema-direita – e continuarão a dar voz à maioria de nossa comunidade, que se opõe firmemente a eles.

Não nos afastaremos dos nossos amigos e parceiros israelenses que estão avisando que o seu país está à beira de um desastre.



DISCURSO DE TZIPI LIVNI PARA MAIS DE 200 MIL DIANTE DO PARLAMENTO
JERUSALÉM 13|02|2023



LEIA O DISCURSO EM PORTUGUÊS AQUI

Tzipi Livni, advogada, nasceu em uma família de direita em Tel Aviv, em 1958.  Sua trajetória política começou no partido Likud, sendo que acompanhou Ariel Sharon e Ehud Olmert na saída daquele partido para formar o partido Kadima, onde também atuou com Shimon Peres, então saído do Partido Avodá,

O Kadima chegou a conquistar o governo de Israel, mas teve vida curta. Tzipi Livni liderou o novo Partido Hatnuá (‘O Movimento’) e a Coalizão ‘Campo Sionista’ de centro-esquerdista que perdeu para o Likud.  Desde então afastou-se da política partidária.

Foi Ministra da Justiça de Israel (2013–2014) e Ministra de Relações Exteriores, tendo participado em das negociações de paz com os palestinos em Annapolis.  Hoje é respeitada como uma reserva moral do centro político israelense, embora esteja afastada da política partidária.

Saiba mais AQUI.



A OCUPAÇÃO ISOLA ISRAEL E DESTRÓI SUA DEMOCRACIA

O deslocamento de populações – da Potência Ocupante para Territórios Ocupados pela força – configura-se como Crime de Guerra pela Legislação Internacional 



 

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