Duas pequenas histórias sobre líderes

Duas pequenas histórias sobre Bibi e Lapid contam uma maior sobre Israel.
Os dois políticos mais importantes de Israel responderam a críticos através de redes sociais.
As diferenças mostram o que são.
[ por Amir Tibon | Haaretz | 19|12|2022 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR www.pazagora.org ] 

 
Os dois políticos mais importantes de Israel – o primeiro-ministro em fim de mandato do país, e o que o substituirá – responderam no domingo a críticos através das redes sociais. As respostas oferecidas por Yair Lapid e Benjamin Netanyahu são anedóticas, mas contam uma história maior sobre seu estilo de política e o que se pode esperar deles enquanto se preparam para trocar de papel nos próximos dias.

Lapid, ainda primeiro-ministro de Israel e próximo líder da oposição, respondeu a um tuíte de um proeminente comentarista pró-Netanyahu que compartilhou uma imagem de seu rosto com dois buracos socados em seus olhos e velas de Chanucá brilhando através deles. Era uma imagem repugnante, que muitos israelenses interpretaram como incitação contra Lapid.

Mesmo que você não leve isso tão a sério – o homem por trás do tweet, Yinnon Magal, é um troll em série, desesperado por atenção – ainda assim é uma maneira horrível de celebrar o feriado judaico desta semana.

Depois que o tweet se tornou viral e atraiu centenas de comentários furiosos, Lapid escreveu sua própria resposta, curta: “Desejo a você e à sua família um feliz feriado”, twittou para Magal. “Se você queria deixar minha família triste neste feriado, conseguiu.” Foi uma maneira honrosa de responder a um ataque feio, que até mesmo alguns apoiadores de Netanyahu denunciaram.

Horas depois, Netanyahu respondeu a algo que aparentemente deixou sua família triste – um editorial do New York Times alertando que seu novo governo representará uma ameaça à democracia de Israel.

O artigo não continha nenhum ataque pessoal ao novo primeiro-ministro e, na verdade, terminou com um apelo ingênuo para que ele e o presidente dos EUA, Joe Biden, mantivessem fortes os laços entre seus dois países.

A resposta de Netanyahu foi criticar o NYT por ser anti-Israel e não cobrir o Holocausto – duas reivindicações que não têm absolutamente nada a ver com o artigo válido sobre o próximo governo de Netanyahu.

Esta é a maneira de Netanyahu lidar com críticas válidas: atacar, desviar e projetar. Em vez de responder às preocupações importantes que o conselho editorial levantou, ele optou por usar o teclado de um assessor para jogar lama.

Dois pequenos exemplos de um dia tranquilo na política israelense. Duas pequenas histórias que contam uma maior sobre Israel, seu próximo primeiro-ministro e o homem que tentará desafiá-lo da oposição.

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