Comunicado do PAZ AGORA | 23|07|2022
Este é um momento importante. Vencemos!
O Israel democrático venceu!
Na batalha entre o fascismo e a democracia, o racismo e o Estado de Direito, um pequeno lobby contra o interesse israelense pela paz: os mocinhos venceram. Aqueles que lutam por uma paz justa, por Dois Estados lado a lado – Israel e Palestina – saíram triunfantes.
Depois de uma longa campanha na qual o lobby dos colonos anunciou que criaria 10 postos avançados ilegais, depois reduzidos a 3, nenhum novo posto avançado foi fundado.
É verdade que alguns criminosos dos postos avançados vagam pelos topos das colinas da Palestina e causam problemas para as forças de segurança israelenses. Mas esta campanha foi um fracasso para o lobby dos colonos e um triunfo para o Campo da Paz.
Por mais de um mês levantamos nossas vozes contra a intenção criminosa de tomar terras em plena luz do dia, de violar os direitos humanos palestinos e colocar em risco a segurança israelense. Dialogamos com todos os comentaristas políticos para exigir que essa operação criminosa parasse.
Viemos e bloqueamos com nossos próprios corpos os criminosos corruptos, para garantir que nenhum novo posto avançado fosse fundado sob nossa vigilância.
Mantivemos nossa palavra.
Este não é o fim, mas apenas o início da luta.
Há 150 postos avançados ilegais para evacuar. Mostramos que 63% dos incidentes de violência dos colonos saem de postos avançados ilegais. Não vamos parar até que todos os postos avançados ilegais sejam evacuados.
Mas hoje é um bom dia. Uma vitória para a Paz, para a Justiça, para o Estado de Direito.
Junte-se a nós! Fique do lado certo da História!
Relatório PAZ AGORA | Abortando Assentamentos Ilegais do Nachalá
22|07|2022
Até a tarde desta 6ª feira, todos os prédios temporários e as tendas usados na operação ilegal orquestrada pelo Nachalá, sob a incitação de Daniella Weiss, estavam demolidos. Hoje, havia algumas poucas pessoas, mas não houve presença contínua em nenhum dos pontos declarados pela operação para a fundação de postos avançados ilegais.
Assim, pode-se afirmar que a operação do Nachalá para fundar dez novos postos avançados ilegais (depois reduzida a três postos) fracassou.
A equipe do PAZ AGORA esteve nos locais desde a quarta-feira (parcialmente disfarçados entre os colonos do Nachalá, monitorando seus movimentos e seus planos para um futuro próximo).
Os colonos não estão ainda assumindo a derrota; em seus grupos de whatsapp, bem como no terreno mostram a intenção de retornar. No entanto, como mencionado, a partir da entrada do Shabat no dia 22|7, todos os locais dos postos avançados estavam desertos.
Foi um fracasso. Mas quem paga o preço?
O PAZ AGORA tem muito prazer em ver a evacuação desses outposts, e aguarda a evacuação de todos os outros 150 postos avançados da Cisjordânia Ocupada. Sem contar este resultado, que claramente é importante para todos que uniram forças contra esta operação criminosa de fundar outposts ilegais à luz do dia, é importante colocar as coisas em perspectiva.
Benny Gantz, Ministro da Defesa, disse que iria permitir protestos, mas não a fundação de outposts. Foi isso que aconteceu. Vale a pena pausar aqui sobre as implicações de permitir que cerca de 7.000 (!) colonos protestassem de forma a aplacar o lobby dos colonos.
O direito dos palestinos a protestar é muito reprimido, como outra característica das políticas de apartheid cometidas abertamente pelo governo de Israel. Deve também ser mencionado que o silêncio de Gantz sobre outras questões relativas à Ocupação torna esta ordem de evacuar 3 novos outposts – que realmente é bem vinda – uma exceção.
A pesada presença policial e militar na Cisjordânia Ocupada conseguiu abortar esta operação. Estas forças foram colocadas ali para se defender de uma operação ostensivamente ilegal, às custas dos pagadores de impostos israelenses e desviadas das funções de segurança do Estado. A dramática alta do custo vida dos cidadãos israelenses que obedecem as leis, a crise habitacional que toma o país e a inflação crescente tornam esse grande investimento para deter uma operação flagrantemente criminosa ainda mais revoltante.
Mas no final, como sempre, os palestinos pagam o preço mais alto. Desde o fechamento de estradas à construção de postos de controle para permitir que este “protesto” ocorresse, infringindo a liberdade de movimento palestina, até uma demonstração de poder em seu meio, numa performance colonialista na qual milhares de pessoas marchavam afirmando que ergueriam postos avançados ilegais, cantando canções nacionalistas e agitando a bandeira da força ocupante… Foi um dia triste, de fato, para o Estado de Direito em Israel, quando evitar uma operação criminosa foi considerado motivo de comemoração.
E agora?
O PAZ AGORA permanece alerta e irá informar quaisquer desdobramentos deste evento. No Shabat de 22|07 nenhum novo outpost habitado permanecia.
Forças israelenses evacuam postos avançados de curta duração criados por movimento de colonos da Cisjordânia
Milhares de colonos de extrema-direita filiados à organização de colonos Nachalá tentaram criar cinco novos postos avançados na Cisjordânia na quarta-feira, uma grilagem de terras que prepararam com meses de antecedência, num gigantesco esforço de arrecadação de fundos.
[ por Hagar Shezaf | Haaretz | 21|07|2022 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR | www.pazagora.org ]
As forças israelenses evacuaram acampamentos montados na véspera e detiveram vários ativistas na manhã de hoje, após milhares de colonos de extrema-direita filiados à organização de colonos Nachalá tentarem instalar cinco novos postos avançados ontem na Cisjordânia. A evacuação pôs fim a uma operação que o movimento vinha preparando ao longo dos últimos meses.
Durante a evacuação, 11 ativistas foram detidos e depois libertados. Perto do assentamento Barkan, no norte da Cisjordânia, forças israelenses e ativistas teriam brigado, deixando três ativistas levemente feridos. Um acampamento que foi montado em Kiryat Arba e imediatamente evacuado ontem foi reconstruído durante a noite por ativistas, que permanecem na área.
A ministra do Interior, Ayelet Shaked [do partido de direita Yemina], foi ao Twitter para criticar o que disse ser uma evacuação violenta dos postos improvisados. “A polícia deve economizar sua energia para erradicar o crime real no país”, escreveu Shaked. “Os maravilhosos jovens que se mobilizam para colonizar este país são uma verdadeira inspiração.”
O ministro da Segurança Pública, Omar Bar-Lev, contestou Shaked por suas observações, argumentando que “uma ministra sênior do governo não deve encorajar violações da lei e atividades criminosas, pelas costas de policiais dedicados – apenas por estar desesperada para reter sua base e superar o limite eleitoral”.
Na quarta-feira, milhares de ativistas, a maioria adolescentes, montaram tendas em seis locais da Cisjordânia como parte de um plano de meses do movimento de assentamento Nachalá para estabelecer novos postos avançados.
Os assentamentos israelenses na Cisjordânia são todos considerados ilegais pelo direito internacional; mas a lei israelense os reconhece, quando autorizados pelo governo. Tentativas independentes dos colonos de criar novos postos avançados de assentamento são geralmente considerados ilegais, mas alguns destes alcançaram status legal através do reconhecimento estatal.
O Nachalá liderou uma complexa campanha de arrecadação de fundos, somando 5 milhões de shekels (US$ 1,45 milhão), enquanto recrutava milhares de voluntários.
O grupo realizou conferências e reuniões com o objetivo de recrutar pessoas para sua última operação, instruindo os participantes a estocar água e alimentos que durassem até sexta-feira à tarde, e se preparassem para uma “longa estadia”.
Polícia remove todos colonos de novos postos avançados ilegais, encerrando campanha maciça
Após tentativa massiva de milhares de colonos estabelecerem sete postos avançados ilegais Cisjordânia, polícia evacuou todos os acampamentos dentro de um dia.
[ por JEREMY SHARON | The Times of Israel | 21|07|2022 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR | www.pazagora.org ]
O último posto avançado de assentamentos remanescentes da Cisjordânia estabelecidos pela organização ativista radical Nachalá nesta quarta-feira foi evacuado hoje pela polícia e outros serviços de segurança israelenses.
Centenas de colonos judeus, incluindo famílias com crianças pequenas, se reuniram em uma colina estéril nos arredores de Kiryat Arba, no sul da Cisjordânia, e estabeleceram o posto avançado “Orot Eliezer” na tentativa de forçar o governo a aceitar novos “fatos consumados” no território ocupado, que os palestinos buscam para seu futuro Estado.
No final desta tarde, no entanto, a polícia havia evacuado todo o local, carregando muitos ativistas em ônibus e removendo-os da área.
Não há agora acampamentos remanescentes dos sete núcleos improvisadas que milhares de ativistas colonos do Movimento de Assentamento Nachalá estabeleceram ontem.
Um porta-voz da organização disse que os líderes do movimento estavam agora examinando quando lançar o próximo esforço para criar novos postos avançados ilegais, dizendo que isso poderia acontecer já na próxima semana, ou em uma fase posterior.
Em um comunicado, resumindo os esforços das autoridades, o ministro da Defesa Benny Gantz elogiou as forças de segurança por “agirem profissional e decisivamente nos últimos dois dias, detendo o estabelecimento de postos avançados ilegais” na Cisjordânia.
Ele acrescentou que o fato de alguns legisladores apoiarem e encorajarem tal ilegalidade – uma referência a vários membros do partido de extrema-direita ‘Sionismo Religioso’ que estavam no campo com os ativistas – “é muito grave e digno de condenação”.
Em uma campanha maciça, organizada desde abril, cerca de 10.000 ativistas criaram [simultaneamente] postos avançados improvisados em sete locais nas zonas sul, central e norte da Cisjordânia, de acordo com o Nachalá.
A polícia e os soldados israelenses rapidamente desmantelaram a maioria desses acampamentos ilegais durante a noite de quarta-feira, mas centenas de ativistas colonos conseguiram passar a noite em ‘Orot Eliezer’ e começaram a colocar infraestrutura no local na quinta-feira de manhã.
Segundo o Nachalá, cerca de mil pessoas estavam presentes nos topos das colinas na manhã de quinta-feira, incluindo 700 jovens e 55 famílias.
O Nachalá circulou fotos e vídeos do posto avançado, mostrando inúmeros ativistas no local ao lado de várias tendas e dezenas de sacos de dormir.
Os ativistas limparam terras no topo da colina, construíram muros de pedra bruta e marcaram caminhos. Também ergueram várias tendas grandes para atividades comunitárias, incluindo uma yeshiva para estudos religiosos.
Um “evento familiar” foi encenado no local, com música, pipoca e máquinas de algodão doce. Os deputados Orit Strock e Simcha Rothman, do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, chegaram ao novo posto avançado para dar apoio à iniciativa.
Ativistas também começaram a construção de uma cozinha improvisada. Os colonos do Movimento de Assentamento Nachalá montaram tendas perto do assentamento de Kiryat Arba, com a intenção de estabelecer postos avançados ilegais na Cisjordânia, em 20 de julho de 2022.
Milhares de ativistas colonos participaram da operação na quarta-feira, e estabeleceram acampamentos em sete locais, três no distrito de Samaria, no norte da Cisjordânia, dois no distrito de Binyamin e dois na região da Judéia, no setor sul do território.
A polícia e o EDI rapidamente se mobilizaram para desmantelar os acampamentos, e prenderam cinco ativistas.
Em um comunicado conjunto emitido na quarta-feira à noite, o EDI e a polícia disseram que estavam “trabalhando para impedir o estabelecimento de postos avançados ilegais” em “vários locais”, acrescentando que o chefe do Comando Central do EDI havia emitido ordens de fechamento para os locais em questão.
A polícia prendeu ativistas israelenses ultranacionalistas em confrontos violentos na quarta-feira e no início da quinta-feira, enquanto os oficiais tentavam limpar locais em toda a Cisjordânia, onde se buscava estabelecer novos postos avançados ilegais.
Três jovens ativistas foram levados para o Hospital Beilinson de Petach Tikva com ferimentos leves. A organização radical de colonos Nachalá, que organizou a operação dos ‘gatos selvagens’, alegou que os oficiais estavam usando força excessiva para remover adolescentes das tendas que haviam montado no dia anterior.
