O autor israelense A.B. Yehoshua pediu a Israel na segunda-feira que pare de impedir o reconhecimento de um Estado Palestino na ONU, em uma Conferência de Paz patrocinada pelo Haaretz.
[ por Lee Yaron | 08|05!2017 | Haaretz | traduzido pelo PAZ AGORA|BR | www.pazagora.org ]
A conferência se concentrou na questão da paz entre Israel e os palestinos, dizendo que a primeira rodada de negociações de paz fracassou, “O Haaretz não se desesperará e insiste em pensar junto com os jovens israelenses como dar uma segunda chance à paz”.
O autor A.B. Yehoshua propôs novas ideias que acha que poderiam levar a um avanço nas negociações entre Israel e os palestinos, incluindo o fim da demanda israelense pelo fim do conflito como parte de um acordo de paz. Ele também sugeriu permitir que as Nações Unidas reconhecessem um Estado Palestino. “Precisamos reconhecer a gravidade e a singularidade do conflito [israelo-palestino]. Esse conflito é tão teimoso que é único”, disse Yehoshua.
“Não existe um precedente histórico de uma terra com 550.000 árabes e 50.000 judeus, de um povo veio de todo o mundo e diz que estavam aqui há 2.000 anos e estão voltando a ela”, disse Yehoshua.
“Devemos dizer aos palestinos: vocês tem um país.” Pare de impedir seus desejos na ONU e diga aos Estados Unidos que lhes permitam o reconhecimento como Estado”, acrescentou. Quanto à exigência israelense de um fim oficial ao conflito, Yehoshua disse: “É impossível pedir isso a qualquer um, é um pedido ridículo. Um documento que diz que é o fim das demandas tem algum valor?”
Entre os participantes da conferência estavam os deputados Shuli Moalem-Refaeli (Habait Haiehudi) e Aida Touma-Suliman (Lista Árabe Conjunta), bem como o ex-deputado Haim Oron (Meretz), que é o presidente do conselho de curadores da Beit Berl. O editor-chefe do Haaretz, Aluf Benn, e os jornalistas do Haaretz Ravit Hecht e Gideon Levy também participaram da conferência.
Moalem-Refaeli disse estar decepcionado com a forma como o governo tem agido em relação a Trump e insistiu que Israel não é um poder de Ocupação. “Fiquei decepcionado com nossas ações. Nunca houve um presidente mais de direita.”
“Devemos dizer explicitamente que não há Ocupação em nossa terra, voltamos aqui depois de 2.000 anos”, e apenas um país com uma forma de autonomia para os palestinos deve existir na Terra de Israel, acrescentou.
Sobre se existe um parceiro palestino para fazer a paz, Oron disse que Israel tem potenciais parceiros para um acordo de paz e a alternativa para uma Solução de Dois Estados são décadas de separação racista, com um único Estado árabe no final.
“Acredito que temos um parceiro agora: a pessoa que está à frente da Autoridade Palestina, e aquele que está em nossas prisões, Marwan Barghouti. Vamos fazer as pazes e conversar com aqueles que lutam conosco, à maneira como falamos com [Yassir] Arafat”, acrescentou Oron.
“A única possibilidade é Dois Estados, a alternativa é um Estado árabe com 30 a 40 anos de apartheid ao longo do caminho, e eu não quero estar em nenhuma dessas fases”, acrescentou Oron.
Touma-Suliman concordou com Oron: “Devemos fazer a pergunta, com quem os palestinos farão a paz? Este governo preservará a situação existente, as horas extras e criará uma situação sem falar em paz e no fim da Ocupação.” Ela alertou que Israel está se aproximando de uma situação de “verdadeiro caos de um Estado de Apartheid se não houver uma mudança radical nos próximos anos. Há um povo sob Ocupação que está pagando um preço muito alto e também judeus israelenses e árabes que pagarão um preço. Se não houver segurança para o povo palestino, então não haverá segurança para os israelenses”, disse Touma-Suliman.
[ por Lee Yaron | 08|05!2017 | Haaretz | traduzido pelo PAZ AGORA|BR | www.pazagora.org ]