Planos de expandir assentamentos racham governo de Israel

[ por Associated Press/Ynet | 25|10|2021 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

Planos de Israel para construir milhares de novas casas em assentamentos na Cisjordânia estão irritando os palestinos e levantaram críticas de membros da esquerda da frágil coalizão de governo. Israel anunciou neste domingo uma licitação para se construir 1.355 unidades habitacionais na Cisjordânia. É a primeira atitude deste tipo desde que o presidente americano Joe Biden assumiu o cargo, declarando que iria ser duro no combate aos assentamentos.

 new houses in the West Bank Jewish settlement of Bruchin near the Palestinian town of Nablus,

Também pareceu contrariar os próprios sinais do governo de reduzir as tensões com os palestinos, que vêem os assentamentos como o principal obstáculo à paz.

Israel deve autorizar mais cerca de 3.000 casas na Cisjordânia ainda esta semana, o que já motivou advertências do governo americano. As publicações de licitações são uns dos passos finais antes que as obras efetivamente se iniciem.

 new houses in the West Bank Jewish settlement of Bruchin near the Palestinian town of Nablus,

Elas dão sinal verde para a contratação de centenas de unidades habitacionais em Ariel, Beit El e outros assentamentos judeus na profundeza da Cisjordânia – capturada por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias. Os palestinos desejam o território para formar a principal parte do seu futuro Estado. O ministro de Habitação e Construção, Zeev Elkin saudou as licitações.

ישיבת סיעה מרצ

Mas o ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, líder do partido pacifista Meretz, disse em entrevista à rádio Kan que sua bancada “discordará explicitamente de ações que ameacem as chances de alcançar uma solução” com os palestinos.

“Eu entendo que este governo, na situação existente, não assinará um tratado de paz com os palestinos agora, mas ainda assim, devemos evitar ações que piorem a situação”, disse Horowitz. Ele se mantém confiante de que a coalizão irá se manter unida e aprovará um orçamento nacional até a data-limite de 14|11, apesar das diferenças.

Foreign Minister Yair Lapid

O ministro do Exterior, Yair Lapid, dirigindo-se ao seu partido centrista Yesh Atid, disse que quando o governo foi formado no início do ano, foi compromissado que não haveria construção de novos assentamentos, mas apenas o “crescimento natural” dos já existentes.

“Nos próximos quatro anos, atuaremos, questionaremos e aprovaremos orçamentos e reduziremos o custo de vida e continuaremos a liderar o mundo na luta contra o coronavirus” disse. “E também lutaremos de quando em quando sobre os assentamentos , os palestinos, a segurança e a economia”.

“Além dos projetos de assentamento, o governo também planeja autorizar 1.600 unidades habitacionais para palestinos na Cisjordânia. Mas os palestinos e as ONGs de direitos humanos dizem que esta é apenas uma pequena fração da sua necessidade.

Mais de 2,5 milhões de palestinos vivem no território, além de quase meio milhão de colonos judeus.

Demonstrators hold Palestinian flags as members of Israeli forces stand guard during a protest against Israeli settlements in Masafer Yatta, in the Israeli-occupied West Bank

Palestinos dizem que décadas de expansão do assentamento tornaram quase impossível estabelecer um Estado viável ao lado de Israel, o que é visto internacionalmente como a única maneira realista para resolver o longo conflito. A maior parte da comunidade internacional vê os assentamentos como ilegais.

Mohammad Shtayyeh, primeiro-ministro da Autoridade Palestina, que tem autonomia limitada em partes da Cisjordânia, condenou no domingo os planos de assentamento de Israel e chamou os Estados Unidos e a comunidade internacional a pressionar o país.

A Comunidade Européia instou Israel a interromper a construção de assentamentos e não prosseguir com as licitações anunciadas.

“Os assentamentos são ilegais sob a lei internacional e constituem um grande obstáculo ao alcance da Solução de Dois Estados e a uma paz justa, duradoura e abrangente entre as partes”, declarou a União Européia.

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