Biden Puxa o Tapete das Justificativas para a Ocupação Israelense
Nas suas memórias de 2010. “Decision Points” o ex-presidente George W. Bush escreveu, “Afganistão foi a última missão de construção de nação. Libertamos o país de uma ditadura primitica e tínhamos uma obrigação moral de deixar para trás algo melho. Também tínhamos um interesses estratégico em ajudar o povo afegão a construir uma sociedade livre, “porqueum Afganistão democrático seria uma alternativa de esperança à visão dos extremistas”.
Bin Laden de fato foi assassinado em 2011, mas a redução da ameaça do terrorismo – do Taliban – ainda demanda prova. O que não precisa ser provado é que os EUA deixaram de ser uma potência ocupante no Afganistão. Também parece que os americanos irão logo se retirar inteiramente do Iraque, e com isto por um fim no capítulo das ocupações modernas dos EUA. Isto também marcará o fim da fraternidade ideológica ligando Israel e os Estados Unidos como dois países ocupantes.
De agora em diante, Israel será o último país ocidental envolvido numa ocupação – à qual atribui importância de segurança estratégica, num esforço de não muito sucesso para camuflar seu plano-mestre ideológico, histórico e messiânico-religioso.
Isto também lembra o ultrajante discurso ao Congresso Americano em 2011, pelo então Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu onde este explicou aos anfitriões: “Meus amigos, vocês não precisam fazer construção de nação em Israel. Nós já construímos. Vocês não tem que exportar democracia para Israel. Já a temos”.
Mas ele só estava contando parte da verdade. Mesmo 10 anos após o discurso, período quase todo sob governo de Netanyahu, Israel ainda está engajado em construir para si uma nação. E sua democracia precisa se reconstruída.
- A short distance between the occupiers and the occupied
- The world is watching Afghanistan in horror, but may still make Taliban legitimate partners
- America’s debacle in Afghanistan ends with the right decision, however ugly
Porque, diferentemente da ocupação americana. quando se trata de seu objetivo, para Israel a ocupação é uma fundação central para moldar a sociedade e a cultura israelense, um componente essencial na construção da nação judia, que ao instilar uma consciência do direito de controlar outro povo e trazer à fruição promessas divinas, informa uma política colonialista e cria uma forma distorcida de democracia israelense.
Com tal forma de pensar, Israel não pode retirar-se dos territórios. Não tem o luxo de se retirar que os Estados Unidos tem. Esta é a base do temor sobre a retirada americana e particularmente das observações de Biden no mes passado, quando ele disse: “São o direito e a responsabilidade exclusivas do povo afegão decidir seu futuro e como querem governar seu país”,
É uma heresia na visão de muitos em Israel, sacudindo as fundações da nação judia e negando seu direito a uma ocupação ideológica que vê como completando a visão de seu estabelecimento como Estado.