O ex-líder do Partido Trabalhista, Isaac Herzog assumiu o cargo na 4ª feira, como 11º presidente de Israel, sucedendo Reuven Rivlin, do Likud.
Herzog fez seu juramento numa cerimônia festiva no Knesset sob gritos de “longa vida ao presidente” dos parlamentarese. Ele iniciou seu mandato de sete anos com um compromisso de servir como um “presidente para todos” e trabalhar para baixar o tom da retórica divisiva do país.
No seu primeiro discurso, o novo presidente — que tem pouco poder, pois o primeiro-ministro goza de autoridade executiva — advertiu que o ethos comum de Israel e os valores compartilhados estão mais frágeis do que nunca”.
“Ódio sem razão, polarização e divisão estão extraindo um preço muito pesado… o preço mais pesado é a erosão da nossa resiliência nacional”, disse Herzog.
“Minha missão, o objetivo da minha presidência, é fazer tudo para reconstruir a esperança”, adicionou.
Durante o discurso, Herzog também ressaltou a obrigação do país com suas minorias, instando o governo a combater os crimes nas comunidades árabes. Também proclamou que defenderá firmemente a posição militar de Israel frente à comunidade internacional.
“Como Estado judeu e democrático, devemos fazer de tudo para assegurar a integração das minorias que vivem entre nós. Devemos fazer tudo para reduzir cada fenômeno sério, como a terrível e mortífera violência nas comunidades árabes, e reduzir as diferenças”, disse Herzog.
Ele jurou sobre uma Bíblia de 107 anos que possui uma longa história na sua família — a mesma que seu pai, Chaim Herzog, usou em seu juramento como presidente em 1983. A Bíblia sobreviveu a duas guerras mundiais e foi dada à sua avó pelo pai dela, na véspera do seu casamento.
A cerimônia também incluiu um toque de shofar [trombeta ritual], e o novo presidente recebeu uma salva de palmas de pé, após o discurso.
Em seu discurso de despedida, Rivlin, oriundo do Partido Likud, instou os israelenses a se unirem e superar suas diferenças religiosas e políticas, frizando a importância de preservar Israel como um Estado judeu e democrático.
“O Estado Judeu não é algo garantido. Um Estado democrático não é algo garantido, E não existirá Israel, caso não seja democrático e judeu, judeu e democrático com a mesma intensidade”.
“Só prevalecermos se sobermos como abraçar a complexidade e rejeitar a simplicidades que é sempre tão atraente… se soubermos como segurar esta tensão, descobrindo dentro delas equilíbrios e compromissos. Só então seremos capazes de preservar este milagre, nosso Lar”.
Rivlin também instou ao engajamento com parceiros regionais de Israel em questões de segurança, economia e política e a encontrar soluções relativas a água, alimentos e mudanças climáticas. Defendeu que a coexistência entre judeus e árabes em Israel pode pavimentar o caminho para maiores engajamentos na região.
“Acredito que se formos capazes de viver aqui juntos, judeus e árabes, encontraremos a forma de viver juntos entre o Rio Jordão e o Mar [Mediterrâneo] e em toda região”.
Rivlin instou a nova geração de israelenses a “continuar inovando. Se algo não funciona, mude. Israel é um milagre e milagres devem ser cuidadosamente guardados”.
“Eu tinha nove anos quando o Estado de Israel foi criado. Eu via a bandeira israelense, azul e branca tremulando. Para mim, o Estado de Israel jamais será algo garantido. Longa vida ao 11º Presidente de Israel. Longa Vida ao Estado de Israel !!!”, concluiu, recebendo uma grande ovação.
Durante seu mandato, Rivlin manteve um alto grau de aprovação da opinião pública, com sua determinação de rpresentar o amplo espectro de comunidades israelenses e sua óbvia compaixão ressoando na população.
Um busto de Rivlin foi descoberto no jardim de estátuas da residência presidencial, ao lado de seus predecessores. Na placa sob o busto, uma frase de Rivlin: “Sem a capacidade de ouvir, não há capacidade para aprender. Sem a capacidade de aprender, não há capacidade para consertar”.
Após um brinde ao presidente no Knesset, Herzog dirigiu-se à Residência Presidencial para uma cerimônia de transmissão com Rivlin. “Não tenho dúvida de que você é o homem certo, no lugar certo, no tempo certo”, disse Rivlin a Herzog .
Herzog, ex-presidente da Agência Judaica, foi líder do Partido Trabalhista Avodá. Ao assumir essa liderança, apoiando a Solução de Dois Estados, trabalhou para voltar o foco do partido para a paz com os palestinos. Dez dias após a nomeação, encontrou-se com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramallah, Cisjordânia.
Como presidente da Agência Judaica, declarou (fev|2220) que “[a Anexação de territórios ocupados] não tem nada que ver com o direito de Israel à auto-determinação, ou o povo judeu por sua própria independência”.
Isaac “Búdgi” Herzog, 60 anos, foi eleito para o Knesset em 2003, após ser secretário do gabinete do primeiro-ministro trabalhista Ehud Barak, Depois de 2005 foi ministro de pastas como Habitação, Turismo e Bem-Estar.
Herzog, que foi líder da oposição nas eleições de 2015 que perdeu para Benjamin Netanyahu. disse que esperava “ser capaz de trabalhar com qualquer governo e qualquer primeiro-ministro”.
O presidente de Israel tem uma função mais cerimonial, mas tem um papel chave em decidir quem tem o mandato para formar um governo após eleições. Tem também o poder de perdoar crimes e conceder clemências.
Na corrida para o voto de junho, Herzog recusou dizer se consideraria perdoar Netanyahu, que está sendo julgado em três casos de corrupção.
Advogado por profissão, em um dos escritórios mais conceituados do país (fundado por seu pai), Herzog tem uma história familiar semelhante ao clã dos Kennedy..
É neto do primeiro rabino-chefe ashkenazi de Israel, Isaac Herzog, de quem herdou o nome. É filho do major-general do EDI e 6º presidente Chaim Herzog (1983-1993), nascido na Irlanda e que chefiou a Inteligência Militar e foi embaixador de Israel na ONU.
Seu irmão Michael é brigadeiro-general de reserva. Sua tia Suzy foi esposa do ex-ministro do exterior Abba Eban.
[ fonte: The Times of Israel | edição e tradução do PAZ AGORA|BR ]