BEN GVIR: “Jerusalém é nossa capital eterna. Nós marcharemos em qualquer lugar dela”.
Opositores de Bibi advertem: Marcha sobre Jerusalém é tentativa de impedir coalizão. Hamas faz ameaças.
Líderes do Avodá, Meretz e Lista Unida temem consequências graves. Deputado do Yesh Atid diz que a parada em Jerusalém Oriental pode ‘incendiar a região’.
Líderes dos partidos de esquerda Avodá e Meretz e da Lista Unida alertaram hoje para as consequencias negativas potenciais de uma parada planejada para a próxima semana na Cidade Velha de Jerusalém por grupos de direita e “sionistas religiosos” e indicaram acreditar que esta seria uma tentativa deliberada de impedir a formação do assim chamado “governo de mudança”.
A marcha controversa foi agendada para 10|06, após a polícia ter cancelado a marcha anual do ‘Dia de Jerusalém’ em 10|05, quando o Hamas lançou uma barragem de foguetes em direção à cidade.
Chefes da polícia devem se reunir amanhã p0ara decidir se aprovam a marcha. Conforme o Canal 12, a parada deve ser aprovada, talvez com mudanças de rota, incluindo a proibição da passagem através da volátil área do Portão de Damasco, que foi o centro dos conflitos no mês passado.
“Estamos no início de dia difíceis em que muita pressão será feita para impedir a mudança do governo, mas no final uma nova era começará aqui. A vontade de formar um governo que una a divisão da sociedade israelense irá superar toas tentativas de sabotá-la”, disse Ben-Barak.
Após os distúrbios anteriores em Jerusalém terem sido usados pelo Hamas para atirar ontra a cidade em 10|05, iniciando 11 dias de conflito entre Israel e Gaza e diar de violência entre árabes e judeus dentro de Israel, alguns críticos de Benjamin Netanyahu o acusaram de explorar as chamas na capital para minar as tentativas dos rivais para tirá-lo do poder. Em meio à violência, o chefe do partido árabe Ra’am, Mansour Abbas, retirou-se das conversas para colizão, e Naftali Bennett, chefe do Yamina afastou-se do bloco da mudança.
Mas ambos acabaram retornando à mesa, e na noite da quarta-feira o bloco anunciou a formação de um governo, com uma maioria de 61 das 120 cadeiras, que deverá tomar posse entre 9|6 e 14|6.
A líder do Avodá, Merav Michaeli disse hoje ao Canal 12 que lhe parecia que a marcha parecia uma tentativa de incitar à violência, e que “com todo o drama que assistimos por causa das provocações em Jerusalém, e que acaba de se acalmar, seria flagrantemente irresponsável permitir sua repetição”.
Os deputados árabe-israelense Ahmad Tibi da Lista Unida e Issawi Frej do Meretz, emitiram cartas para o chefe da polícia, demandando o cancelamento da marcha. “Isto é uma provocação que aparenta ser uma tentativa de espalhar a violência em toda nossa região, talvez com a esperança de que sirva a certos interesses políticos”, disse Frej.
Tibi disse que a marcha planejada apresenta um “grande perigo de violência”.
O ex-primeiro ministro Ehud Barak falou que a marcha “parece uma tentativa desajeitada de provocar violência numa época sensível” e disse que estava nas mãos do Ministro da Defesa Benny Gantz, do Comissário da Polícia Kobi Shabtai e do chefe do Shin Bet, Nadav Argaman, evitá-la.
Enquanto isso, o deputado de extrema-direita Itamar Ben Gvir disse que a parada acontecerá, apesar dos alertas de violência: “Face à raiva do governo de extrema-esquerda, marcharemos em Jerusalém… Jerusalém é nossa capital eterna para sempre, e nós marcharemos por toda ela, alegremente…”
A decisão de Ben Gvir de transferir seu escritório para Jerusalém Oriental durante as tensões do mês passado é vista com uma das causas centrais dos dumultos que depois se espalharam para o Monte do Templo, levando o Hamas a lançar foguetes contra Israel e disparar o conflito do mês passado com Gaza a violência inter-étnica em cidades mistas israelenses.
Mas a marcha reagendada poderia reavivar a violência na capital e além, desafiando a aliança instável que pretende tirar Netanyahu.
O grupo terrorista Hamas advertiu hoje para as “consequências” caso a marcha passe pela entrada do Portão de Damasco para a Cidade Velha. Muhammad Hamadeh, portavoz do grupo em Jerusalém, convocou os palestinos a chegar à Mesquita de Al-Aqsa na 5ª feira, quando a marcha deverá ocorrer, para “protegê-la da malícia do sionismo e seus esquemas”.
A Jihad Islâmica, muito envolvida nas lutas em Gaza, disse que uma marcha seria vista como “uma ação hostil contra o povo palestinos e a terra palestina””. Chamou os palestinos a se reunir em Al-Aqsa e enfrentar qualquer tentativa de invação da área.
Muitos veículos de mídia em hebraico reportaram que os organizadores haviam recebido permissão policial para realizar o evento em 10|06, com permissão de marchar até o Muro das Lamentações através do Portão de Damsco, passando pelo Quarteirão Muçulmano. O trajeto tem sido considerado provocativo por críticos israelenses e palestinos, pois os lojistas árabes locais seriam forçados a fechar suas lojas para que as forças de segurança pudessem assegurar a área predominantemente palestina para a passagem dos nacionalistas judeus.
O anúncio foi elaborado por vários grupos de direita e extrema-direita, incluindo o movimento juvenil Bnei Akiva, Im Tirzu e os blocos de assentamento de Ariel e Etzion. Também foi assinado pelo partido de extrema-direita “Sionismo Religioso”.
A marcha anual ocorre tradicionalmente no ‘Dia de Jerusalém’, quando Israel comemora a reunificação da cidade após forças israelenses terem capturado Jerusalém Oriental. incluindo a Cidade Velha e seus lugares sagrados, na Guerra dos Seis Dias em 1967.
A Cidade Velha de Jerusalém, com o Monte do Templo, local dos Templos judeus bíblicos, agora cobertos pela Mesquitas de Al-Aqsa e Omar, sempre foram pontos nevrálgicos do conflito.
Desde o cessar-fogo declarado em 21|05, militares egípcios lideraram um esfoço para negociar uma trégua de longo-prazo entre Israel e Hamas, incluindo uma troca de prisioneiros. O Hamas advertiu que eventos em Jerusalém poderiam provocar a retomada de hostilidades.
[ publicado no Times of Israel | 05|06|2021 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]