Yair Lapid, líder do partido de centro “Yesh Atid”, apresenta as prioridades do ministério que pretende implementar, caso seja confirmado como novo primeiro-ministro de Israel nesta semana, em substituição aos 12 anos de desgoverno de Netanyahu.
Infelizmente, entre as prioridades não estão incluídas o fim da Ocupação da Cisjordânia e a Paz com os palestinos. Provavelmente a composição desta coalizão não sugere avanços nestas agendas básicas.
É o que temos para hoje… Mas a mera substituição de Netanyahu representa uma nova fase de mudanças promissoras.
Na quarta-feira, à meia noite, o mandato para formar um governo que me foi dado pelo Presidente Rivlin expirará.
Não sei se formaremos ou não um governo. Estamos fazendo todos os esforços possíveis, tudo o que podemos, mas não depende apenas de nós.
Mas há uma coisa que eu sim sei – se eu tivesse 40 cadeiras, eu formaria o mesmo governo com os mesmos parceiros, com a direita, a esquerda e o centro. Um governo cuja característica básica diz: estamos aqui juntos, nossa luta é conjunta, somos todos responsáveis por este país. Acima de tudo, um governo que diga – não nos odiamos uns aos outros.
Mesmo se o Yesh Atid tivesse 40 cadeiras, mesmo se Netanyahu não estivesse no poder, ainda assim esse seria o governo que necessitamos. É o governo que o povo de Israel e o Estado de Israel precisam, nós precisamos dele como do ar que respiramos.
Um governo no qual Naftali Bennett e Nitzan Horowitz trabalhem juntos para melhorar o sistema de saúde. Gideon Sa’ar e Merav Michaeli trabalhem juntos para reduzir a desigualdade social (ele da perspectiva de Jabotinsky e ela desde um enfoque social-democrata).
Um governo no qual Avigdor Liberman e Chili Troper encontrem juntos soluções que permitam que Israel seja um estado judeu que respeita o princípio de que a religião não pode ser coercitiva. Um governo que recorde ao povo de Israel que Benny Gantz, Tamar Zandberg, Yifat Shasha-Biton e Matan Kahana são todos patriotas israelenses que se importam profundamente.
Eles têm diferentes opiniões mas compartilham um princípio – está na hora de ir trabalhar para o púbico israelense.
Com reservas, é claro – o número de ministros que parece que vamos ter, os assuntos que decidimos não tocar no primeiro e segundo ano, até que consigamos trazer alguma estabilidade.
Ainda assim, considerando todas as opções, esse seria o governo que eu escolheria. E o escolheria porque precisamos de um governo com religiosos e seculares juntos, onde a esquerda e a direita se associem ao amplo bloco centrista liberal nacional, onde judeus e árabes que pensam e falam em voz alta que acreditam em coexistência, em viver aqui juntos e no estado de direito, sentem juntos.
Não sei se o governo será formado, mas esse é o governo que necessitamos. Não será perfeito, haverá questões, mas será sem ódio e reiniciará a maravilhosa ideia da unidade israelense.
Será um governo que nos recordará que em uma democracia viva a liderança às vezes muda.
Transigir não é uma palavra suja, mas sim a base para uma existência conjunta. Pessoas que pensam diferente de nós não são inimigos e não querem nos fazer mal (e serão os primeiros a ficar do nosso lado contra nossos verdadeiros inimigos – o Hamas, o Hezbolah e o Irã).
Se formarmos este governo, em seis meses as pessoas se surpreenderão em descobrir que Israel não ficou menos judaico ou menos sionista, ele apenas reduziu o nível de violência e raiva, trouxe crescimento e prosperidade e nos recordará que ficamos melhor do que o que temos agora.
Yair Lapid