Novo partido árabe-israelense Ma’an quer parceria com o Yesh Atid

MA’AN – Novo partido árabe-israelense quer parceria com o Yesh Atid

Mohammad Darawshe

O recém formado partido árabe-israelense « MA’AN » gostaria de ser parceiro de partidos judeus centristas como o Yesh Atid, mas apenas se estiverem comprometidos em acabar com a discriminação dentro da sociedade israelense.

“Precisamos nos mudar para o centro da sociedade israelense para nos legitimar. Mas principalmente para criar a capacidade de sermos influentes”, disse o chefe do partido Ma’an, Mohammad Darawshe, que é também o diretor de planejamento, igualdade e sociedade compartilhada do Centro Árabe-Judeu de Educação para a Paz em Givat Haviva.

A identificação de partidos árabe-israelenses e seus políticos, exclusivamente com a extrema esquerda do mapa político israelense tem sido um equívoco, disse.

“Não posso estar na extrema-esquerda do cenário político e esperar ser eficaz”, disse Darawshe.

Se mobilizada adequadamente, a comunidade árabe-israelense poderia eleger 20 mandatos, disse, adicionando que os eleitores árabe-israelenses “têm número, mas não eficácia”.

Uma coalizão de 20 parlamentares árabes com parceiros que tenham o poder de eleger outros 20 já forma um bloco de 40 assentos, disse Darawshe.

Questionado se estaria disposto a fazer uma parceria com o Partido Yesh Atid, chefiado pelo Yair Lapid, disse: “Esta é uma resposta fácil: claro que sim”.

Darawshe disse que também consideraria correr junto com o prefeito esquerdista de Tel Aviv Ron Huldai, do novo ‘Partido dos Israelenses’. Foi tão positivo sobre a idéia que disse até considerar uma “parceria antes das eleições e correr juntos em uma lista”.

“Não somos inflexíveis sobre correr sozinhos”, disse Darawshe. “Estamos nos organizando como se fôssemos concorrer sozinhos, mas podemos fazer parcerias com outros partidos políticos judeus”.

Mas quando se tratou da capacidade de parceria com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu partido Likud, foi cético. “Ele é o candidato menos provável para uma parceria”. Netanyahu estava por trás da Lei da Nação-Estado e da Lei Kaminitz, que permitiu a demolição de construções ilegais e é usada para demolir edifícios árabes, disse Darawshe.

Netanyahu usou uma “retórica para ajudar a marginalizar cidadãos árabes” e é “inconfiável”, disse, adicionando que não queria trabalhar com gente indigna de confiança”.

Darawshe disse que sua experiência passada em política mostrou-lhe que quanto mais próximos os partidos árabes estão do governo, maior sua capacidade de promover mudanças. Mas seu Partido Ma’an só sentaria com partidos comprometidos em acabar com discriminação e apoiar a igualdade para todos cidadãos.

É possível para Israel manter sua identidade como Estado judeu e democrático, oferecendo, ao mesmo tempo, igualdade para seus cidadãos, disse.

O tipo de igualdade que Darawshe disse querer é precisamente o descrito na Declaração de Independência de Israel: que o país “assegure completa igualdade de direitos sociais e políticos para todos seus habitantes, independentemente de religião, raça ou sexo”.

Estas palavras, proclamadas na fundação do Estado em 1948 devem tornar-se a força-guia para a política de Israel em 2021.

Israel é um Estado judeu há 72 anos e deve continuar assim, mas “está na hora de que seja também um Estado israelense”, disse Darawshe.

A discriminação deve ser posta fora da lei. Os israelenses árabes devem receber recursos iguais para habitação, alocação de terras, educação, emprego e para combater o crime, disse. Cerca de 47% dos árabes-israelenses estão abaixo de linha de pobreza.

Darawshe disse ter concorrido nas últimas eleições pela Lista Árabe Unida, para ajudar no voto. Ele observou ironicamente que teve tanto sucesso en 2015 que Netanyahu divulgou sua famosa advertência de que “os árabes estavam correndo para as urnas em massa”, como resposta direta ao seu estímulo ao voto.

Darawshe, que vive no vilarejo de Iksal, próximo a Nazaré, diz que decidiu entrar na política por seus quatro filhos. Um está estudando administração, outro genética, outro odontologia e outro estudos gerais. Ele teme que, sem um horizonte de oportunidade, eles emigrarão para a Europa ou Estados Unidos.

“Eu quero que eles fiquem em casa”

 

Mohammad Darawshe é um veterano ativista do diálogo árabe-judeu em Israel, tendo ocupado desde décadas a co-diretoria de instituições como o Centro Árabe-Judeu de Educação para a Paz de Givat Haviva (em parceria com Movimento Kibutziano Socialista) entre outras.

[ por TOVAH LAZAROFF  | publicado no Jerusalem Post em 12|01|2021 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]


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