A direita lunática israelense enlouqueceu há muito tempo. Se comportou como tal ao ver que a Guerra de Yom Kipur se aproximava e, no entanto, nada fez para impedi-la. Estava louca quando percebeu que a paz com o Egito era um fato e tratou de detê-la, quando iniciou a Primeira Guerra do Líbano e quando construiu assentamentos em Gaza e na Cisjordânia.
A direita lunática estava louca quando derrubou Shamir em 1992; quando derrubou Netanyahu em 1998; quando promoveu a incitação contra Rabin que levou ao seu assassinato. E quando se revoltou raivosamente contra Sharon.
A direita radical perdeu a cabeça ao tornar-se messiânica, transtornada e racista. Não só operou completamente fora de toda lógica dos parâmetros internacionais, mas enlouqueceu inclusive segundo seus próprios princípios. Negou-se a ver a realidade, atuou irracionalmente e causou um dano irreparável ao sionismo.
Mas, atualmente, a direita lunática se mostra particularmente louca. Por que? Porque agora, com o coronavírus por cima, sabemos o preço que deveremos pagar por todas suas ações. Agora vemos o abismo ao qual nos guiou. Percebemos la deslegitimação, a opressão e a falta de valor dado ao próximo.
Agora compreendemos que mais é menos. Vemos que ter tudo não constitui a realidade que se queria dividir; que se não estabelecermos uma fronteira para o Estado Judeu, não existirá nenhum Estado Judeu; que a ocupação está prestes a converter Israel numa África do Sul; que os assentamentos estão por destruir o sionismo.
Apesar de tudo isto, a direita segue seu caminho. Continua acreditando que a anexação da Cisjordânia é mais importante que um esquadrão de F-35. Ainda considera que os assentamentos ilegais constituem um assunto mais determinante que a pandemia. Ainda supõe que o poder de Israel se mede em que Bibi continue no poder, apesar de seus delitos. Seus retrógrados pontos de vista em assuntos de Estado a levam a crer que ele realiza um grande serviço a Israel, quando em realidade sabota o país.
A direita lunática não faz nada além de espernear e gritar, ameaçar e perder freneticamente o controle.
A conclusão é inequívoca: se Israel deseja sobreviver, tem que ser capaz de se libertar por completo do domínio da direita lunática. Os colonos não são o Estado de Israel. Tampouco Bibi e seus sócios. Eles ganharam o poder unicamente devido ao anacrônico sistema eleitoral israelense. Os atuais protestos que tomam a todo o país, somados à desgraças do coronavirus, causarão que Netanyahu não siga recebendo apoio como até agora.
Enquanto isto, o Israel louco pode nos levar à borda da catástrofe. E o Israel rico, gordo e satisfeito se mostra indiferente. Não por uma ação divina, mas por causa da nossa vontade débil e do nosso completo desânimo, deixamos que esses grupos excêntricos, brutais e lunáticos assumam a agenda nacional. Deixamos que os loucos nos conduzam aos lugares mais perigosos.
Só um governo com líderes honestos pode impedir que a direita lunática nos deixe a todos à borda do abismo.
[ por Alberto Mazor | publicado pelos Argentinos Amigos de PAZ AHORA | 02|08|2020 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]