Netanyahu Lançou a Parte Decisiva do Seu Plano: Incendiar Israel

Netanyahu começou a incendiar Israel

O primeiro-ministro ofereceu uma condenação débil nas redes sociais pelos manifestantes feridos. E parece estar alimentando a violência dos extremistas de direita.

Nos últimos anos, Benjamin Netaniahu tem sido o principal instigador da violência em Israel e, em virtude de sua posição e reputação, também o mais perigoso. Seu aprendizado veio no outono de 1995, durante o período dos acordos de Oslo. Nos últimos dias, quando aumentaram suas angústias políticas, legais e familiares, ele está implementando a fase decisiva de seu plano: tocar fogo no país.

Alimentados por piscadelas e acenos de cabeça, na noite de terça-feira esquadrões de bandidos extremistas de direita, armados com bastões e garrafas, tomaram as ruas de Tel Aviv e atacaram manifestantes pacíficos e respeitadores da lei.

Netaniahu – o mais rápido no Twitter quando se trata dele mesmo ou de seu filho – esperou deliberadamente por 14 horas, antes de postar uma mensagem arrogante e hipócrita, que tratou principalmente dele mesmo e de ameaças direcionadas a ele e sua família.

Ele pediu que a polícia investigue e “chegue à verdade”, significando quem atacou quem – Shas Sekler, o jovem de aparência gentil que não parece exatamente um Rambo, ou os hooligans de camiseta preta incitados pela residência do primeiro-ministro, que cortaram sua cabeça com fragmentos de uma garrafa de vidro. Houve também uma condenação débil no post. Quando o primeiro manifestante for assassinado, Netaniahu rolará os olhos. Fiz uma condenação, ele dirá, e buscará alguma sentença do seu tuíte escondida no post.

Nós já quase esquecemos como tudo começou. Quando ele foi indiciado, escrevi que para evitar a continuação do seu julgamento, incluindo o depoimento de testemunhas com delação premiada que podem significar o seu fim político, ele não vai hesitar em “incendiar a sede do clube”. Literalmente.

Agora, a fase de testemunhos dos seus casos está se aproximando. Em cinco meses, a primeira dessas três testemunhas vai depor. O que pode impedir isso?  Uma guerra civil, por exemplo. O cerco ao Tribunal Distrital de Jerusalém, por exemplo.

Netanyahu não seria o primeiro primeiro-ministro a ser ameaçado. Ehud Olmert sofreu sérias ameaças por suas negociações com os palestinos, assim como Ehud Barak, e Ariel Sharon pela retirada de Gaza, incluindo os decretos religiosos contra si.

E claro, Yitzhak Rabin. As ameaças contra Rabin foram nas formas mais sérias – incluindo declarações de rabinos de que a lei religiosa permitia que fosse assassinado, a cena na Praça Sion em Jerusalém [com cartazes de Rabin em uniforme nazista ou Kefiah] e caixões. E proteção pessoal frouxa, que não chega perto de jeito nenhum dos inúmeros níveis de segurança de Netaniahu. Ainda assim, nenhum dos outros primeiros-ministros choramingou ou reclamou da manhã até a noite.

As pessoas estão sendo esfaqueadas e golpeadas nas ruas, por parte de admiradores de Netaniahu. Suas cabeças quase arrancadas por canhões de água apontados diretamente para elas por policiais cheios de ódio, e o cossaco roubado, na fortaleza da Rua Balfour, fica lamentando sua má sorte.

Na véspera de Tishá B”Av, Netaniahu ainda não está sonhando criar um gabinete da reconciliação, previsto no acordo assinado com Benny Gantz no final de abril. Sua atenção está voltada para as próximas eleições. Ele prefere uma campanha sangrenta a qualquer tipo de reconciliação. Ele prefere outra rodada de eleições em novembro, talvez no auge de uma terceira onda do coronavírus e com as UTIs colapsando por acúmulo dos pacientes de covid-19 e dos manifestantes que forem atacados e esfaqueados.

[ por Yossi Verter – publicado no Haaretz em 30|07|20 – traduzido por José Manasseh Zagury ]


NOA | HOJE

MANIFESTAÇÃO  PELA DEMOCRACIA, JUSTIÇA E PAZ
Diante da Fortaleza de Netanyahu
Rua Balfour, Jerusalém


Posted by Noa (Achinoam Nini) on Friday, July 31, 2020

 

Shalom Aleichem, Malachei Hashalom
DEMOCRATIA – Will Rock You !

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