Pedido Urgente aos Líderes de Partido Gantz e Peretz para Impedir os Planos de Anexação no Próximo Governo
Hoje, os chefes de cinco organizações israelenses que apoiam a solução de Dois Estados enviaram uma carta de emergência para o presidente do Partido da Resiliência de Israel, deputado Benny Gantz, e o presidente do Partido Trabalhista, Amir Peretz, conclamando-os a vetar quaisquer ações a serem tomadas pelo novo governo no sentido de anexar áreas da Cisjordânia, o que teria graves consequências para o futuro de Israel.
Tais ações unilaterais, se empreendidas pelo assim chamado “governo de unidade” seriam uma bofetada no rosto daqueles que depositaram seu voto nos partidos Azul e Branco e Trabalhista, acreditando que eles iriam defender políticas prudentes com respeito aos palestinos. A anexação iria não apenas violar obrigações internacionais, como também comprometer o futuro de Israel como um Estado Judeu e Democrático. E poria em perigo crítico os acordos existentes e a harmonia regional com Jordânia, Egito e a Autoridade Palestina.
Enquanto as negociações da coalizão continuam, linhas vermelhas devem ser traçadas para evitar a adoção de uma agenda de extrema-direita.
Leia a carta completa endereçada ao deputado Benny Gantz
Israel, 30 de março de 2020
Ao honrado Presidente do Partido Resiliência de Israel, deputado Benjamin Gantz
Assunto: Pedido urgente para interromper planos de anexação no próximo governo.
Saudações,
Nós, uma coalizão de chefes de organizações israelenses que apoiam a solução de Dois Estados e a realização de um acoro de paz entre Israel e os Palestinos, o conclamamos a interromper quaisquer planos de anexação e assegurar que nas próximas decisões do governo não haja anexações unilaterais de assentamentos e territórios na Cisjordânia. Este compromisso deve ser claro e fundado em acordos básicos que lhe garantam, e aos membros do seu partido, o direito de veto neste tema.
Dos relatos das negociações para formação da coalizão, existe uma preocupação de que por trás da cortina de fumaça das batalhas de definição de artigos, a direita teve sucesso em adicionar ao acordo de coalizão uma fórmula que permitiria anexações, através de um palavreado vago, liberdade de voto ou supressão de direitos de voto de parceiros da coalizão.
Isto significa estabelecer um governo que pela primeira vez na história do país adotaria uma agenda de extrema-direita que promove a anexação de territórios e assentamentos da Cisjordânia a Israel.
A questão dos Territórios Ocupados e assentamentos permanece como uma importante fonte de controvérsia na sociedade israelense. Um governo que anexa assentamentos a Israel não é um governo de unidade. Ao contrário, é um governo de direita que opta por eliminar a chance de separação política entre Dois Estados, pondo em perito acordos existentes entre Israel e Egito, Jordânia e Autoridade Palestina, para não mencionar a violação de obrigações internacionais.
Até hoje, todos os governos israelenses, incluindo os de direita, abstiveram-se de fazer ações de tal alcance. A anexação de assentamentos deve ser uma linha vermelha que, caso cruzada, não pode permitir aqueles que apoiam a paz e Israel como Estado Judeu Democrático permanecer no governo.
No atual ambiente político, dar liberdade de voto ou redação aberta sobre este tema equivale ao Partido de Resiliência de Israel adotar e implementar os planos de anexação da direita.
Sem entrar nas questões política e ética de participar deste governo, acreditamos que ceder nesta questão primordial será uma ferida no lado de Israel por gerações, ainda mais se o Resiliência de Israel permanecer como parte de um governo que caminhe pela anexação; Os eleitores do Azul e Branco o escolheram, acreditando que você iria adiantar um processo de paz com os palestinos, para uma solução de Dois Estados. Acreditamos que você tem uma obrigação histórica de proteger a perspectiva de paz e de preservar Israel como um Estado Judeu e Democrático – e não ser um signatário de sua destruição.
Todos nós esperamos que, neste tema crítico, você e os membros do seu partido estarão vigilantes e deterão qualquer anexação e iniciativa que fira as chances de concretizar a solução de “Dois Estados para Dois Povos”, e trabalharão com o governo para avançar um processo político na direção desta visão.
Sinceramente,
Yariv Oppenheimer – Diretor da Coalizão de Dois Estados;
Gadi Baltiansky – CEO da Iniciativa de Genebra;
Dr. Nimrod Goren – Chefe do Mitvim, Instituto Israelense para a Política Regional e Externa;
Shaqued Morag – CEO do PAZ AGORA;
Ori Kol – Fundador e Diretor do Mehazkim
[ tradução e apoio dos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA ]