Rússia apóia reativação da Iniciativa de Genebra
O Ministro do Exterior russo Sergei Lavrov disse hoje que gostaria de ver um governo israelense que adotasse “uma postura respeitável” com vistas ao conflito israelense-palestino e afirmou que uma solução de Dois Estados é necessária à sua resolução.
Genebra em Moscou 19|09|19
Falando em Moscou com líderes israelenses e palestinos da Iniciativa de Genebra, Lavrov disse que a solução de Dois Estados é necessária, porque o “conflito israelense-palestino é uma bomba relógio que acabará explodindo”.
Os chanceler russo disse aos representantes israelenses Yossi Beilin e Gadi Baltiansky e aos representantes palestinos Samih Al-Abed e Nidal Foqaha’a que “a continuação do conflito é a principal justificativa dos elementos extremistas para recrutar jovens e fomentar o ódio”.
Lavrov acrescentou que os “esforços para promover o processo de paz não foram muito significativos nos últimos anos.
Os chefes da Iniciativa de Genebra ressaltaram a urgência de “pôr em movimento um processo político real” e apelaram para se usar a nova realidade política em Israel para promover um plano que possa ser aceito por ambas as partes. O vice primeiro ministro Mikhail Bogdanov também participou do encontro.
O presidente russo Vladimir Putin planeja visitar Jerusalém e Ramallah em janeiro para participar de uma conferência contra o antissemitismo e será recebido pelo presidente de Israel Reuven Rivlin. Putin também encontrará com Benjamin Netanyahu e o presidente palestino Mahmoud Abbas.
A chancelaria russa condenou a declaração de Netanyahu de que iria anexar partes da Cisjordânia após as eleições desta semana.
A chamada Iniciativa de Genebra (ou “Acordo de Genebra”) foi costurada no decorrer de 2003 por líderes civis e militares das sociedades israelense e palestina, que discutiram pessoal e exaustivamente em reuniões temáticas os principais pontos do conflito. Suas conclusões formam um roteiro seguro para chegar a acordos definitivos em temas espinhosos como fronteiras, Jerusalém, refugiados, segurança, recursos naturais, etc…
Seu lançamento e publicação despertou apoio unânime de governos da América do Norte e União Européia, além do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
O texto completo foi então traduzido ao português pelos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA [ www.geneva-accord.org/mainmenu/portuguese ]. Mapas, incluindo trocas de territórios podem ser vistos em [www.geneva-accord.org/mainmenu/static-maps/ ]
Enquanto a Autoridade Palestina deu apoio explícito, através da vários ministros que participaram das negociações, os governos de Ariel Sharon e Netanyahu ignoraram solenemente o documento.
No entanto, os núcleos israelense e palestino da Iniciativa continuam ativos, promovendo atividades de estudos e intercâmbio, ininterruptamente.
Após um longo tempo em que as negociações foram estagnadas por pressões de Trump e Netanyahu, o apoio da Rússia chega num momento crítico para que o Acordo de Genebra seja de fato implementado e contribua com a instauração de uma paz justa e estável.
[ fonte: Noa Landau | Haaretz 19|09|2019 e PAZ AGORA|BR]
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