A Proposta Eleitoral de Netanyahu:  Guerra Agora

 

A Proposta Eleitoral de Netanyahu:   Guerra Agora

 

Após o anúncio pelo primeiro-ministro Netanyahu de sua intenção de aplicar a soberania (ou seja, anexar) ao Vale do Jordão. O PAZ AGORA publicou a seguinte declaração:

 

A promessa de Netanyahu de anexar o Vale do Jordão, no dia seguinte à eleição, é outro atestado do infinito cinismo de um primeiro-ministro que está afogado até o pescoço em sérios casos de corrupção, após resistir por anos à pressão da extrema direita para anexar territórios palestinos ocupados. Sejamos claros. Esta é uma declaração eleitoral de um primeiro ministro interino que já demonstrou em várias ocasiões sua irresponsabilidade com a nação.  As distâncias que este homem percorrerá para se curvar às vozes dos líderes da extrema direita, Ben Gvir e Smootrich revelam mais uma vez seu desespero para assegurar sua imunidade penal no próximo Knesset.

O PAZ AGORA acrescenta que: a anexação unilateral do Vale do Jordão ou qualquer outra parte da Cisjordânia é politicamente ruim, em termos de segurança e relações internacionais para Israel. Mesmo que estes sejam lugares que venham a ser incorporados a Israel num futuro acordo, o que mais provavelmente não são, a anexação unilateral irá prejudicar severamente o prospecto de paz e nos tornará mais próximos de um apartheid. Parece que Netanyahu está disposto a vender o futuro de todos nós e a enviar uma mensagem aos cidadãos de Israel, aos palestinos e todo o mundo de que sua sobrevivência política é importante o suficiente para incendiar um conflito sangrento, acabar com a democracia de Israel e extinguir as perspectivas de paz.

RAZÕES POLÍTICAS:

  • Uma ação unilateral – Determinar fatos consumados de forma unilateral equivale a uma declaração de que Israel não apoia a paz e corre contra acordos anteriores que Israel assinou.

A anexação futura de algumas das áreas na Cisjordânia próximas da Linha Verde a Israel só deve ser feita no contexto de negociações para um status final e na base de trocas de terras de área equivalente para definir as fronteiras definitivas entre Israel e um futuro Estado Palestino.

  • Séria violação da solução de Dois Estados – A anexação dos assentamentos irá recortar a Cisjordânia, evitando uma continuidade territorial palestina, necessária para se chegar a uma solução de Dois Estados mutuamente acordada no futuro.

RAZÕES DE SEGURANÇA:

  • Risco de deterioração em outra onda de violência – uma ação unilateral poderia frustrar as ruas palestinas e arrastar a área para outra rodada de violência, como autoridades graduadas de segurança já advertiram repetidamente.
  • Reforçar Extremistas Palestinos – anexação unilateral, sem negociações é um golpe nos moderados do lado palestino, que ainda acreditam no diálogo e numa solução de Dois Estados. E fortalece extremistas que apoiam uma solução de um Estado e a luta contra Israel.

RETROCESSO INTERNACIONAL:

  • Prejuízo nas relações com Egito e Jordânia – a anexação levará a um prejuízo sem precedentes nas relações com Egito e Jordânia, com quem Israel assinou tratados de paz que não são compatíveis com anexações unilaterais.
  • Crise Internacional – a anexação de partes dos territórios ocupados e a aplicação neles da soberania infringe a lei internacional. Uma anexação unilateral que não seja acordada e não seja feita no contexto de trocas de terras não será reconhecida por aliados de Israel que apoiam a solução de Dois Estados e arriscam Israel a entrar numa severa crise internacional com prolongada deterioração nas relações.
  • Acenar com estímulos significativos aos movimentos de boicote e BDS – em vez de insistir numa separação justa e moral entre o soberano e legítimo Estado de Israel e os territórios ocupados e assentamentos, o governo borra as linhas entre os dois, assim fortalecendo os movimentos que pregam o boicote a Israel e proclamando que a ocupação é uma folha de figueira para o apartheid de um Estado de Israel entre o Jordão e o Mediterrâneo.

O Primeiro-Ministro está enviando uma mensagem aos cidadãos de Israel, aos palestinos e ao mundo inteiro de que Israel prefere a continuidade de um conflito sangrento e a realidade de um Estado não democrático.

No lugar de justiça, democracia e Paz.  PAZ AGORA!

Dizemos SIM à Paz

Dizemos SIM à Paz

 

[ publicado pelo PAZ AGORA em 09|09|2018 – traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

 

 

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