“Por anos, a política de sucessivos governos de Netanyahu foi a de enfraquecer a Autoridade Palestina e sustentar o Hamas através de uma estratégia de administração de conflito – envolvendo um jogo de “se atirar eu atiro mais”. O resultado é a atual situação em que nos encontramos.
“1. A violência que incendeia a vizinhança de Gaza a cada poucos meses representa o fracasso da política do governo israelense frente à organização terrorista do Hamas. As vítimas desta política são centenas de milhares de cidadãos israelenses e quase dois milhões de palestinos, reféns de lideranças políticas que se recusam a buscar uma solução política.
“2. Ao final de cada rodada de violência, Netanyahu recusa-se a aproveitar a cessação temporária de hostilidades e pressionar por um acordo político abrangente. Nem procura melhorar a situação humanitária de milhões de palestinos sob bloqueio – a despeito de recomendações do escalão de segurança [de Israel] – ao mesmo tempo que seu governo autoriza a transferência de milhões de dólares ao Hamas.
“3. Netanyahu tem interesse em manter a força do Hamas e de aprofundar a divisão entre este e a Autoridade Palestina. Seu governo o faz ao fortalecer o poder dos extremistas em Gaza e marginalizando a Autoridade Palestina na Cisjordânia que, não obstante, mantém-se comprometida com uma Solução de Dois Estados e a cooperação em segurança com Israel.
A Desculpa do Desligamento
“Para desviar a atenção da década de fracassos da liderança de Netanyahu no front de Gaza, seus apologistas se remetem ao Desligamento de 2005 para culpar o campo da paz. Esta linha de raciocínio simplistamente assume que nada poderia ter sido feito para mudar a trajetória dos últimos14 anos. E falseia a história:
4. O Plano de Desligamento foi concebido e implementado pelo Likud sob a liderança de Ariel Sharon. Netanyahu votou a seu favor em quatro ocasiões.
5. A esquerda demandou então um acordo prévio com os palestinos [Autoridade Palestina], como no esquema dos acordos antes feitos com Egito e Jordânia. E, apesar do apoio geral à retirada, advertiu contra iniciativas unilaterais. Sem nenhuma coordenação para entrega à Autoridade Palestina, o que a fortaleceria perante os palestinos, o Hamas encontrou um campo livre para dominar o território e difundir sua própria narrativa de que Israel recuara devido às suas operações terroristas.
6. Nos cinco anos que precederam o Desligamento, os assentamentos israelenses em Gaza eram alvos fáceis, resultando em 162 israelenses mortos (soldados e civis). A mortalidade caiu para um terço a partir do desligamento. Além disto, o disparo de foguetes havia começado anos antes do Desligamento.
“Os cidadãos israelenses merecem um governo corajoso que produza um acordo para o fim do conflito: uma Solução de Dois Estados com a Autoridade Palestina, baseado na segurança para sua população. Esta é a única solução apoiada pela grande maioria dos líderes da segurança israelenses atuais e anteriores.
“A segurança depende de uma solução política. Sem isto, a insegurança em torno de Gaza com certeza voltará.
Centenas de generais e oficiais de alto escalão das Forças Armadas de Israel assinaram este manifesto em 06/05/2018 pela Solução de Dois Estados de Paz com a Palestina.
Leia alguns dos argumentos dos que já foram responsáveis pela segurança do Estado de Israel.
> Leia o original em inglês
Leia também a”CARTA DOS OFICIAIS”, de março de 1978, o documento que ensejou a criação do PAZ AGORA e catalizou a paz duradoura com o Egito.
[ traduzido pelos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA – PAZ AGORA|BR – www.pazagora.org ]
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