Pessach 2019: As 10 Pragas do Faraó Netanyahu… e uma palavra sobre seu pior inimigo – A Esperança
Foi então que aconteceu, no lugar onde habitavam os filhos de Israel – que um Faraó se impôs sobre eles.
E eis que no primeiro ano de seu reinado, o Faraó proclamou que os descendentes de Hagar e Abraham seriam livres em sua própria nação. E os descendentes de Sara e Abraham seriam livres em sua própria nação.
Mas o coração do Faraó foi se tornando duro. E ele não escutava aqueles que eram oprimidos. E uma terrível escuridão cobriu toda a terra.
E eis que pragas se espalhavam sobre a terra, e o povo sofria gravemente.
E estas foram as pragas da terra do Faraó, cujo nome era Netanyahu:
1. Ocupação
2. Anexação
3. Segregação
4. Humilhação
5. Demolição de Casas
6. Encarceramento de Crianças
7. Tribalismo
8. Kahanismo – Racismo
9. A Lei da Nação-Estado
10. Sinat Chinam – Ódio Gratuito
Mas não, o pior inimigo do Faraó não eram os hebreus. O inimigo do Faraó era a Esperança. E então ele semeou no coração dos seus súditos o Ódio. Ódio um do outro e uma grande animosidade.
E o Faraó fez alianças com governantes que se haviam fortalecido por multitudes que odiavam os hebreus. E o Faraó deixou presentes aos pés dos governantes, com eles festejou e os elogiou muito, e esses governantes prestaram testemunhos falsos sobre a herança dos hebreus. E o Faraó, cujo nome era Netanyahu, ficou em silêncio.
E o Faraó falou mal dos estrangeiros. E todas as pessoas que não eram sua gente, tornaram-se Párias. E o Faraó decretou que os filhos de Hagar e Abraham jamais seriam livres em suas próprias terras. E os hebreus que eram Párias entenderam disto que eles, também, jamais seriam livres em sua própria terra.
E, ainda, havia aqueles entre os hebreus que se reuniam no Pessach para contar a seus filhos uma história de Esperança, num tempo de terrível escuridão.
Numa noite de Pessach, há muito tempo na terra de Goshen, onde viviam os hebreus, dezenas de milhares de famílias juntaram seus pertences, pegaram seus animais, levantaram-se e se libertaram.
Seu Faraó os havia traído. E ao traí-los, os libertou.
E os hebreus chegaram à beira de um mar amplo e profundo. E lhes disseram que com Esperança na liberdade e a fé de uma multidão, o mar se partiria em dois e eles caminhariam através da areia de seu leito.
E fez-se o milagre, mas os hebreus ainda não estavam livres. Seus senhores eram agora hebreus, que lhes diziam para renunciar a sua herança, trair sua fé, construir um bezerro de ouro, dançar em sua homenagem e tornarem-se novamente escravos. De um deus que não era deles.
E aconteceu que várias gerações ficaram errando, perdidas no deserto, sem rumo, presas ao seu desespero e desilusão, antes que os hebreus finalmente encontrassem a terra prometida.
E eis que, nos nossos dias, os hebreus ainda vagam, ainda erram com desesperança
Mas nesta noite, como todo ano, eles contarão às suas crianças a história dos hebreus que, num Pessach distante, embora esvaziados de qualquer esperança, levantaram e empreenderam uma jornada impossível rumo à Liberdade!
E assim, um dia, acontecerá. O Faraó, cujo nome é Netanyahu, ao trair os filhos de Israel, os terá libertado. Para se libertarem.
No próximo ano em Jerusalém, que o governante, seja ele quem for, possa espalhar as seguintes pragas, da herança dos hebreus:
1. Igualdade – Shivión
2. Compaixão – Hemlá
3. Bondade – Chéssed
4. Tolerância – Savlanut
5. Coexistência – Du-Kium
6. Cuidado com os Necessitados – Guemilut Chassadim
7. Justiça – Tzédek
8. Libertação – Shichrur
9. Liberdade – Cherut
10. Amor Gratuito – Ahavat Chinam
Que no próximo ano, em Jerusalém, possamos ser atingidos pelo amor do migrante, do estrangeiro e do Outro.
Pois está escrito: Nós fomos, uma vez, o estrangeiro, o migrante, o Outro, quando habitamos na terra do Faraó. Cujo coração se endureceu.
[ por Bradley Burston | Haaretz 15|04|2018 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]
No ano que vem em Jerusalém!
Cidade da Paz
Capital de Dois Estados