06|06|2016 marca o 49º aniversário da miraculosa vitória de Israel na guerra dos Seis Dias. Foi uma Guerra travada contra terríveis desafios, em autodefesa da jovem nação de Israel.
E foi uma guerra de onde nasceu uma oportunidade histórica para Israel ter relações diferentes e melhores com os palestinos e seus outros vizinhos árabes, trocando terras capturadas na guerra por paz.
Todos nós do Americans for Peace Now (APN) esperamos um futuro em que 06|06 seja um dia de real celebração. Mas, tragicamente, esse dia ainda não chegou. Mais ainda, ele parece mais distante do que nunca. Porque o 06|06|1967 também marcou o início da catastrófica política de Israel de uma incessante – e cada vez mais profunda – ocupação militar da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza;
Por 49 anos, essa ocupação cresceu na Cisjordânia e Jerusalém, numa ampla e complexa rede de formas de dominação civis e militares, controles, usurpação de territórios e recursos, de forma entrelaçada com o tecido econômico, político, e a segurança nacional do próprio Estado de Israel.
Territórios que, há anos, deveriam ter servido como moeda de troca num acordo de terra por paz, foram transformados numa incubadora de ideologias malignas, cujos aderentes confiscam, dos cidadãos israelenses, o direito de viver em paz dentro de fronteiras reconhecidas, com uma capital reconhecida, gozando do respeito internacional.
A Ocupação roubou de milhões de palestinos os seus direitos mais básicos.
Ao longo desses anos de ocupação, o movimento israelense PAZ AGORA e a APN se recusaram a ignorar as difíceis verdades do conflito:
- Israel não conhecerá uma segurança real, até que seja negociado um acordo de paz com os palestinos;
- A sobrevivência de Israel como Estado judeu e democrático depende da paz com os palestinos;
- Israel jamais terá relações normais com o resto do mundo árabe, até que termine a ocupação e faça a paz com os palestinos;
- As relações de Israel com o resto do mundo continuarão cada vez mais restritas e movimentos como o BDS continuarão ganhando apoio, enquanto a ocupação e os assentamentos continuarem a se reforçar;
- O mundo nunca reconhecerá Jerusalém como a capital de Israel, até que um acordo de paz também reconheça a capital palestina em Jerusalém Oriental;
- Israel não tem um futuro. que não seja a solução de Dois Estados.
Quarenta e nove anos atrás, Israel venceu uma batalha em que lutou pela autodefesa; hoje é mais claro do que nunca que esta guerra não acabou e não por causa de emaças do Irã, Hizballah, e Hamas, ou qualquer parte externa. Israel pode se defender com relativa facilidade de todas essas ameaças.
A maior ameaça a Israel atualmente vem de dentro. É o legado da guerra de 1967 – que deu vida a um novo status quo definido por um projeto ideológico, extremista, antidemocrático de assentamento, que por 49 anos se desenvolveu descontroladamente. E ao qual foi permitido sequestrar o futuro de Israel.
O PAZ AGORA e o Americans for Peace Now jamais irão se resignar com esse status quo. Jamais permitiremos que Israel – suas políticas, sua identidade, o seu future – sejam definidos por seus ultranacionalistas e fundamentalistas religiosos.
Assim como apoiamos o direito de Israel a se defender, como na guerra de 1967, estamos juntos com aqueles, dentro e for a de Israel, que se recusam a aceitar o status quo que foi legado por aquela guerra.
Esta ocupação pode e deve acabar.
49 anos já foi muito. Mas não é tarde demais.
Lara Friedman é diretora de relações governamentais da APN – peacenow.org]
[ traduzido e endossado pelos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA – pazagora.org ]