Alvo de críticas da esquerda, incluindo de membros de seu próprio partido, por ter viajado a Israel, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse à Folha, em Tel Aviv, que voltará a Israel sempre que for convidado por ativistas de esquerda, ao contrário do cantor Caetano Veloso, que fez uma apresentação no país em julho de 2015, mas depois prometeu nunca mais visitá-lo.
Wyllys foi a Israel a convite da Universidade Hebraica de Jerusalém para participar do simpósio “Brasil e Israel: desafios sociais e culturais” (5 e 6 de janeiro). Depois da conferência, passou mais cinco dias na região, financiado por ativistas de esquerda da comunidade judaica brasileira, encontrando parlamentares, intelectuais e escritores, tanto em Israel quanto na Palestina.
Em sete crônicas em sua página do Facebook, Wyllys relatou a viagem e fez comentários que irritaram parte da esquerda brasileira:
“Minhas conversas confirmaram o equívoco imperdoável daqueles setores da esquerda brasileira que tratam o conjunto do sionismo, da sociedade israelense e, em alguns casos, ainda pior, do povo judeu, como uma coisa só. Culpar e condenar o conjunto desse país e seus habitantes pela opressão contra o povo palestino é tão equivocado quanto culpar o conjunto do povo palestino pelos atentados terroristas do Hamas ou o conjunto do povo americano pelos bombardeios que os EUA fizeram no Iraque”.
> leia AQUI > “A DOR É A MESMA…” (Jean Wyllys relata visita à Cisjordânia ocupada)
As postagens levaram a uma enxurrada de ataques de internautas e ativistas, incluindo alguns nomes de seu próprio partido, que apoiam o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel). Líder do partido, o ex-deputado Milton Temer, disse que a visita foi um “grande erro” porque “somente uma pequena minoria dos judeus israelenses está engajada na corajosa luta” pelo direito dos palestinos.
A Frente em Defesa do Povo Palestino afirmou que “um dos instrumentos que Israel utiliza é o chamado pinkwashing, “que permite ao país promover-se como um porto seguro LGBT em meio à barbárie”. Ainda segundo a carta, “Israel sequestra a justa causa contra a homofobia para justificar seus crimes contra a humanidade”.
O diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro chamou a viagem de Wyllys de “turismo histórico deslumbrado” em vídeo no Facebook (já retirado de seu perfil). A Frente em Defesa do Povo Palestino o acusou de se submeter à suposta tática de Israel de “pinkwashing” (lavar com rosa): usar a liberdade da comunidade LGBT no país para justificar “seus crimes contra a humanidade”.
Arturo Hartmann, jornalista e membro da FFIPP (Rede Educacional pelos Direitos Humanos em Palestina-Israel), entidade criticada por Wyllys após encontro em Israel, esclarece que a entidade não integra oficialmente o movimento BDS.
“O Jean é um consenso entre os membros da FFIP, nós o admiramos. Ele tem posições no Brasil que lidam com os direitos humanos”, diz Hartmann. “A nossa única expectativa era sentar com ele e falar: Jean, a realidade Israel-Palestina é um pouco mais complexa que isso”.
> ASSISTA > Entrevista do deputado federal Jean Wyllys (PSOL|RJ) pelo Conexão IsraeL..
Yafo|Tel Aviv – 08|01|2016
A seguir, trechos da entrevista de Jean Wyllys a Daniela Kresch, publicada na Folha de São Paulo em 14|01|2016
Folha – Qual foi o objetivo da viagem a Israel?
Jean Wyllys – Fui convidado pela Universidade Hebraica para participar de um seminário e tive a oportunidade de conhecer mais ao fundo este conflito. Minha posição quanto ao governo de Netanyahu mudou pouco. Ele flerta com o fascismo, manipula o medo, recupera traumas históricos para poder assegurar apoio da maioria da população à sua política belicista e de ocupação. Continuo solidário e aliado ao povo palestino. É um povo oprimido, que por conta da lógica de ocupação, colonialista, sofre bastante. Mas por outro lado, passei a enxergar o povo palestino de uma maneira menos estereotipada. Não é um bloco monolítico, tem disputas internas. Não dá também para eliminar as contradições desse povo, por exemplo, os tratamentos que dá às liberdades individuais, notadamente questão LGBT.
Que tipo de tratamento?
Não há discussão sobre esse tema. Nem mesmo entre os militantes, os ativistas pela paz, que pensam numa outra solução para o conflito. Mesmo entre esses progressistas, a questão do LGBT não é tratada. Também, não se pode dizer que Israel não é uma democracia. Dizer “Israel é um Estado genocida, é semelhante à Alemanha nazista” é um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e seus parentes.
Como foi sua visita?
Essa viagem foi transformadora. Oriente Médio era, para mim, um mapa reproduzido num livro de História ou da Bíblia que eu levava para a catequese. Foi muito importante atravessar o deserto da Judeia, conhecer os beduínos nômades, estar em Jerusalém, ver ali in loco. Foi emocionante e transformador. Não sou o tipo de homem que se abate com linchamentos, sobretudo com linchamentos virtuais, que são produzidos justamente para levar você a aderir ao coro.
> leia AQUI > “VER: AMOR” (Jean Wyllys no Museu do Holocausto e com o escritor David Grossman
Depois de uma semana na região, o senhor mudou suas opiniões?
Quando fui convidado pela Universidade Hebraica para participar de um seminário sobre antissemitismo, racismo, homofobia, a intenção era ver tudo de perto. Não só vir aqui falar e dar a minha contribuição sobre esses temas, mas também ter a oportunidade de conhecer mais ao fundo este conflito. Uma semana ainda é muito pouco para se aprofundar no conflito, mas tive uma programação intensa, que aprofundou o que eu tinha no Brasil de leitura. É muito diferente de você vir aqui e ouvir múltiplas e diferentes fontes, visitar diferentes locais, conversar com diferentes pessoas para elaborar uma posição mais clara.
Fronteira entre Israel e o território administrado pela Autoridade Palestina
O senhor elaborou?
Minha posição em relação ao governo de Netanyahu mudou muito pouco. E continuo solidário e aliado ao povo palestino, que sofre bastante com o impacto da ocupação na sua economia e cultura. Mas por outro lado, também, eu passei a enxergar o povo palestino de uma maneiro menos estereotipada. O povo palestino não é um bloco monolítico, tem contradições internas, disputas internas, diferentes concepções de como conduzir este conflito, então também não dá para tratá-los como “o povo palestino”. E não dá também para eliminar as contradições desse povo, por exemplo, o tratamento que dá às liberdades individuais, notadamente a questão LGBT. Nem mesmo entre os militantes, os ativistas pela paz, os que pensam numa outra solução para o conflito, os mais progressistas, a questão do LGBT é tratada.
E quanto a Israel?
Não se pode dizer que Israel não seja uma democracia. Acho uma irresponsabilidade dizer isso e acho que é desrespeitoso e ofensivo comparar Israel com a Alemanha nazista. Dizer a frase “Israel é um Estado genocida, é semelhante à Alemanha nazista” é um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e seus parentes, uma ofensa às pessoas que vieram para cá vindas dessa insegurança. É a pior maneira de tratar o conflito, é uma forma de estigmatizar as pessoas.
> leia AQUI > “SIONISMO DE ESQUERDA CONDENA A OCUPAÇÃO” (Jean Wyllys encontra ativistas e políticos progressistas em Israel)
O que o senhor pensa sobre o boicote a Israel?
A viagem serviu para fortalecer minha posição contra o boicote. Talvez parte da esquerda brasileira esteja incomodada com isso porque eu ousei desafiar o coro dos contentes. As pessoas estão aderindo ao boicote sem muita reflexão, sem pensar. É. Não, eu não sou desses que não pensa e não reflete antes de tomar uma posição. Então eu pensei e refleti a partir de toda a leitura que eu fiz, a partir do programa que eu cumpri aqui.
Os críticos disseram que o senhor não entende nada sobre a região…
É curioso, arrogante e um tanto homofóbico achar que eu não tenho informação sobre esse tema. Achar que eu, um professor universitário, interessado em História e em política internacional, um membro da Comissão das Relações Exteriores da Câmara, não tenho leitura sobre esse tema. Acho um desaforo, acho homofóbico. Como se eu fosse a bicha que se interessa apenas pela questão LGBT e mais nada.
Teve quem disse que “Israel lava mais rosa”…
Israel tem uma das maiores paradas gays do mundo e um dos destinos turísticos gays mundiais… Para esses, eu vim apenas para saudar isso sem me preocupar com o restante. Isso é arrogante, pretensioso, homofóbico e sobretudo desrespeitoso com as pessoas que me convidaram, montaram um programa que tinha como objetivo justamente mostrar para mim que há pessoas em Israel pensando de maneira semelhante à esquerda no Brasil.
O senhor esperava essa reação toda?
Não. Sou jornalista, professor universitário e parlamentar, certo? Sou um intelectual. Uma das minhas atividades é levar, receber e compartilhar conhecimento. Sou convidado pela Universidade Hebraica a participar de um evento dessa natureza. Aí eu venho para cá para participar e cumprir um programa que a esquerda israelense montou para mim. Jamais poderia imaginar que isso poderia despertar tamanha reação, primeiro porque muitas pessoas fizeram coisas muito semelhantes. Pouco antes de mim, Paulo Abrão veio aqui trazido pela mesma universidade e cumpriu um programa semelhante ao meu.
Sem contar outros parlamentares…
Sim. Antes de mim, Eduardo Cunha, presidente da Câmara, acusado formalmente de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, fez uma viagem que custou uma fortuna aos cofres públicos e você não viu uma histeria dessa natureza. Acho que tem aí um misto aí de homofobia, de revanche de setores da esquerda que nunca me toleraram, inclusive do meu próprio partido, porque eu ajo com discernimento, porque eu tenho liberdade de pensamento e sobretudo porque eu ouso desafiar o coro dos contentes da esquerda.
Essa decepção com o PSOL pode fazer com que você busque outros caminhos?
Não, não. Não vai me fazer procurar novos caminhos até porque o PSOL é um partido muito complexo. É um partido de tendências, de correntes. Não foram todas as correntes do partido que se comportaram dessa maneira, como é o caso do Milton Temer, notadamente, que foi, do partido, a pessoa mais irresponsável. Foi o que emitiu opinião sobre a viagem sem antes me mandar um e-mail perguntando “Jean, como é essa viagem, qual é o programa?”. A gente está vivendo tempos difíceis, tempos sombrios, para fazer uma referência à obra de Hannah Arendt. Esse fenômeno tem que ser estudado, essa adesão irrefletida a uma onda na internet…
A rapidez da internet…
Isso, a rapidez de julgar, condenar… É um fenômeno muito curioso, é como se fosse um curto-circuito de fascismo, as pessoas não pensam, não refletem, não se colocam no lugar, têm uma pretensão, uma arrogância… O que leva uma pessoa a pensar que ela, que nunca botou os pés no Oriente Médio, nunca visitou essas terras, nunca conversou com ninguém daqui, nem de um lado, nem de outro, nunca esteve na Palestina, tampouco em Israel, não conversou com intelectuais, escritores… O que leva essa pessoa a crer que ela está mais autorizada a falar desse conflito do que eu, que estou fazendo isso? Não é uma loucura? Quer dizer, uma pessoa que nunca leu um livro de História na vida… Gente que nunca acompanhou este conflito, mas que pertence a grupos de esquerda ou se pensa como de esquerda, ou frequenta DCEs, começou a emitir opinião! E a reproduzir. E aí há quem detone o estouro da boiada.
Quem?
Nessa caso, o Paulo Sérgio Pinheiro teve um papel fundamental nesse sentido. Aliás, eu acho que o Paulo Sérgio Pinheiro se envergonhou tanto do que fez que tirou todas as postagens e até mesmo o perfil dele do Facebook… Talvez esteja envergonhado, sobretudo agora que, ao que parece, o Itamarary decidiu, em troca de não receber Dani Dayan, declarar-se contra o boicote. A pergunta é: como o Paulo Sérgio Pinheiro sustentará o que disse no vídeo agora que o Itamaraty vai se declarar contra o boicote? Talvez tenha pensando na irresponsabilidade de um homem como ele, um intelectual da envergadura como ele, cometeu em relação a uma viagem de um parlamentar.
A reação do Paulo Sérgio Pinheiro te chocou?
Sim, porque foi um investimento desmedido numa reação que eu não entendi. Minha posição é muito semelhante à dele. Onde é que nós divergimos? Em questionar a eficácia do boicoto? Esse é o único ponto de divergência, em todo o resto a gente tem concordância. Minhas crônicas buscaram mostrar ao povo brasileiro que há uma distinção, uma pluralidade política em Israel, meus posts buscaram enfrentar o antissemitismo e a islamofobia.
O senhor acha que no Brasil está aflorando o antissemitismo e a islamofobia?
Sim, acho que ambos os ódios estão aflorando. O antissemitismo nunca foi varrido, foi adormecido, recalcado, e determinadas situações fazem com que esse antissemitismo recalcado retorne sem que as pessoas sequer percebam. O comentário de Milton Temer beira o antissemitismo. Por mais que ele não goste, que ele não admita, sim, evoca isso nele. As pessoas encontram na posição dele a chance de elas vomitarem todo o ódio que elas têm guardado, recalcado. E esse ódio tem a ver sim com o fato de eu ser homossexual orgulhoso da minha identidade sexual, de eu tocar essa agenda e a agenda de direitos humanos no Brasil, o fato de eu ter ganhado prestígio, protagonismo e ao mesmo tempo ter participado de um programa de massa de TV. É surreal.
Por que isso acontece?
JEAN WYLLYS: Parte da esquerda, sobretudo psolista, não tolera o fato de eu ter uma formação política distinta. Não sou o marxista clássico. Sei trabalhar com Marx, sem Marx e, às vezes, contra Marx. Abri a agenda da esquerda, que se concentrava na luta de classes, para trazer outras dimensões do que agente chama de política de afeto. Tratar da questão da mulher, do LGBT, da questão ambiental, da intolerância religiosa. Todo este rancor fez com que essas pessoas, diante desta situação, pensassem: é agora a hora da revanche.
Você teme isso?
Que nada! Eu sou uma pessoa livre! Talvez muitos políticos eleitos recuem, silenciem, e digam aquilo que não pensam porque querem se manter nos mandatos, garantir as próximas eleições. Mas eu não sou deputado, estou deputado. Sou uma pessoa livre inclusive para contrapor essas ondas. Eu não temo a impopularidade em nome da justiça e do discernimento. Se parte do meu eleitorado está equivocado em relação a essa questão, o meu papel é mostrar isso ao meu eleitorado para que ele cresça e se transforme junto comigo
O senhor vai voltar a Israel?
Essa viagem serviu para fortalecer minha posição contra o boicote, o que irrita e desafia o coro dos contentes da esquerda brasileira. Vou retornar a Israel. Basta vir outro convite da esquerda. Ninguém deixa de fazer suas “viagenzinhas” a Nova York porque os Estados Unidos tocam uma política belicista em outros países, enviaram drones e soldados para o Iraque. Ninguém propõe boicote ao Brasil porque Sérgio Cabral, Pezão e o PMDB tocam aquela política de ocupação das favelas, de UPP, e ninguém propõe um boicote ao Brasil pela fato de a juventude negra estar sendo exterminada numa política de segurança equivocada.
Uma das críticas foi a de que o senhor não tem conhecimento sobre o conflito e se curvou à tática do “pinkwashing”…
Achar que eu, um professor universitário, interessado em História e em política internacional, membro da Comissão das Relações Exteriores, não tenho leitura sobre esse tema é um desaforo. É arrogante e um tanto homofóbico. Como se eu me interessasse apenas pela questão LGBT e mais nada.
O senhor esperava essa reação da esquerda?
Não. Antes de mim, Paulo Abrão veio a Israel cumprindo um programa semelhante. Eduardo Cunha, presidente da Câmara acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, fez uma viagem que custou uma fortuna aos cofres públicos, apertou a mão de Netanyahu e não houve uma histeria dessa natureza. Pastores fundamentalistas brasileiros vêm para cá para firmar alianças com a direita israelense. Por que não houve histeria em relação a eles?
A decepção com o PSOL pode fazer com que você busque outros caminhos?
Não. Não foram todos que se comportaram como o Milton Temer, o mais irresponsável. Ele emitiu opinião sem antes me perguntar sobre a viagem. Seu comentário beira o antissemitismo, por mais que ele não goste e não admita. Há uma rapidez de julgar, de condenar. O Paulo Sérgio Pinheiro teve um papel fundamental nisso. Acho que se envergonhou tanto que tirou todas as postagens contra mim do Facebook. Foi um investimento desmedido numa reação à minha viagem. Afinal, minha posição é muito semelhante à dele. Só questiono a eficácia do boicote. As pessoas encontram nas posições deles a chance de vomitarem todo o ódio contra mim, que tem a ver sim com o fato de eu ser homossexual orgulhoso da minha identidade sexual, de eu tocar uma agenda de direitos humanos, de eu ter participado de um programa de TV de massa. É surreal.
O senhor teme isso?
Que nada! Sou uma pessoa livre! Não sou deputado, estou deputado. Não temo a impopularidade em nome da justiça e do discernimento. E não adianta me xingar, me chamar de “viado escroto”, dizer que sou ex-BBB.
Teve críticas da direita também?
Sim, mas isso eu já esperava. Vim aqui trazido pela esquerda. A direita usa deslizes de membros do PSOL nesta questão. Notadamente o fato de Babá ter queimado a bandeira de Israel. As pessoas usam isso para estigmatizar o PSOL, mesmo que eu, desde sempre, faço um paralelo entre a homofobia e o antissemitismo. Acho que vai haver um antes e um depois. Parte da esquerda brasileira, a parte com a qual vale à pena dialogar, sensata, ela vai refletir sob essa questão.
O senhor acha que tudo isso também tem a ver com o que tem acontecido internamente no Brasil, a polarização, o aumento do nervosismo político…
Não tem a ver diretamente, mas ajuda. Isso me parece estar disseminado no mundo onde há as novas tecnologias. Não estou demonizando essas novas tecnologias, elas são importantíssimas, elas aprofundam a democracia, permitem que determinadas informações cheguem muito mais rápido, permitem a mobilização. Mas também permitem isso: o fascismo, a disseminação de mentiras, de calúnias. Ela também leva a essa polarização, à detonação das pontes… É mais fácil você agir a partir dos preconceitos que você já tem e reforçá-los.
[ fontes: facebook do deputado federal (PSOL) Jean Willys, Conexão Israel e Daniela Kresch – edição do PAZ AGORA|BR ]