Uma nova pesquisa de opinião, divulgada pelo Yachad, organização “pró-Israel e pró-paz” na Grã Bretanha, revelou uma abordagem matizada dos judeus britânicos com relação a Israel. Uma grande maioria se considera pró-Israel, mas ao mesmo tempo é crítica às ações do seu governo, particularmente quanto aos assentamentos.
As respostas mostraram que 90% dos judeus do Reino Unido apoiam o direito de Israel existir como Estado judeu, com 93% dizendo que o país tem um papel “central”, “importante” ou “de alguma importância” na sua identidade.
Ao mesmo tempo, entretanto, 75% acreditam que a expansão dos assentamentos de Israel é um “grande” obstáculo à paz, com 68% concordando com a frase: “Tenho uma sensação de desesperança toda vez que Israel aprova uma expansão nos assentamentos”.
Mais ainda, quase um quarto das respostas diz apoiar “algumas sanções contra Israel” caso isto “estimule o governo de Israel a se engajar no processo de paz”.
73% acham que a atual abordagem de Israel com relação à paz abalou sua posição no mundo e que o país “será visto como um Estado de apartheid caso tente reter o controle sobre fronteiras que contenham mais árabes do que judeus”.
As pesquisas também revelaram que as preocupações com as ações do governo israelense são mais pronunciadas na geração mais jovem: só 37% dos judeus britânicos com menos de 30 anos sente que “não há justificação para exigir que Israel rotule os produtos importados da Cisjordânia”, comparados com 68% entre os maiores de 70.
Foram examinadas as percepções dos entrevistados sobre como se enquadrariam no espectro político. Houve grande disparidade entre “direita” e “esquerda”, categorizados no relatório como “falcões” e “pombos”, respectivamente.
Os “falcões” superestimam a prevalência de suas idéias. Por exemplo, os “falcões” acreditam que 48% dos judeus britânicos acham que os palestinos não tem direito à própria terra, enquanto a pesquisa revelou que este número só chega a 14%.
Os “pombos”, por outro lado, subestimaram a prevalência de suas idéias em 10%.
“A comunidade está mudando”, disse a diretora do Yachad, Hannah Weisfeld, num press release. “Sentimentos de desesperança, conflitos entre a lealdade a Israel e as preocupações com as políticas do seu governo são posições da grande maioria e não marginais”.
“A maioria concorda que a única saída para as contínuas ondas de violência é através de um acordo com o povo palestino. Isto é ainda mais relevante face ao cenário de eventos trágicos na região durante o último mês”, acrescentou Weisfeld.
“Os membros da comunidade judaica devem estar confiantes para levantar e dizer, em alto e bom som, que a parcela majoritária da comunidade acredita que só criando um Estado Palestino – e não pela manutenção do status-quo – os cidadãos de Israel poderão ter a segurança que precisam e merecem”.
A pesquisa foi patrocinada pela ONG Yachad (*) e realizada pelo Department of Sociology School of Arts and Social Sciences City University London.
> Leia AQUI a íntegra do Relatório da pesquisa (.pdf em inglês)
> Leia AQUI a Carta de Príncípios do Yachad (inglês)
> Embora crítico às políticas do governo de Israel, o Yachad contesta ativamente as teses do BDS, organização que prega o boicote econômico e acadêmico ao país.
[ publicado em 12|11|15 pela YnetNews e traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]