Venezuela
Chávez: freie a escalada antissemita!
O Centro Simón Wiesenthal, dedicado a combater o antissemitismo, pediu ao presidente venezuelano Hugo Chávez frear o que classifica como ataques difamatórios, publicados em mídias estatais contra o candidato presidencial opositor para os comicios de outubro.
Especificamente, o centro condenou uma coluna de Adal Hernández publicada no site da Radio Nacional da Venezuela – controlada pelo “Gobierno Bolivariano de Venezuela – intitulada “El enemigo es el sionismo: un barranco como solapada promesa“, neste 13 de fevereiro .
Antissemitismo em Site Oficial bolivariano
A coluna destaca e critica a origem judia do opositor Henrique Capriles Radonski, político de orientação centro-esquerdista que foi eleito em primárias na semana passada como candidato presidencial único da coalizão de oposição “Mesa de la Unidad Democrática” (MUD).
O texto foi publicado em meio a uma onda de ataques dirigidos contra Capriles por Chávez e seus aliados, depois que o governador de Estado ganhou as primárias em 12 de fevereiro.
Henrique Capriles Radonski, candidado da oposição venezuelana
Chávez comparou Capriles a um “porco”, numa sessão do Legislativo na qual acusou o líder da oposição de ocultar suas inclinações ideológicas e de representar os interesses da elite venezuelana.
A coluna, que aumentou a preocupação na comunidade judia, expressa que “este é o nosso inimigo, o sionismo que Capriles Radonski hoje representa, que não tem nada a ver com uma força nacional e independente”. O texto insta os venezuelanos a rechaçar “o sionismo internacional, que ameaça com a destruição do planeta que habitamos”, elegendo Chávez no 7 de outubro.
Como a grande maioria dos venezuelanos, Capriles pratica o catolicismo. É descendente de uma família de emigrantes poloneses judeus sobreviventes do Holocausto nazista, segundo informou o próprio candidato. Capriles ainda não se pronunciou sobre a polêmica coluna.
O Centro Wiesenthal, baseado em Los Angeles, comunicou ontem que seu diretor de relações internacionais, Shimon Samuels e Sergio Widder, representante na Argentina, enviaram carta a Chávez pedindo-lhe evitar novos ataques antissemitas contra Capriles.
- Hugo Chávez
“Chávez tem a máxima responsabilidade pela midia estatal e pode, pessoalmente, deter suas diatribes, neste caso, através de sua própria condenação pública… a esses comentários antissemitas”, escreveram. “A falta de uma resposta efetiva sua seria um apoio e um estímulo em favor do racismo”, agregaram ao texto.
O governo venezuelano resolveu em janeiro de 2009 romper relações com Israel e ordenou a retirada do embaixador desse país em Caracas, em condenação às ações militares israelenses na Faixa de Gaza.
Em meio à crise diplomática, em 30 de janeiro de 2009, um grupo de delinquentes profanou a maior sinagoga de Caracas. Um mês depois, foi lançado um explosivo de baixa intensidade contra um centro comunitário judeu no norte da Capital, gerando pequenos danos.
Perfil eleitoral da Henrique Capriles
[ Publicado em 17/02/2011 no Clarin.com e traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]