Colonos profanaram cemitério palestino

A ONG de direitos humanos Betselem acusa colonos israelenses moradores na Cisjordânia de profanarem um cemitério muçulmano perto da cidade de Nablus.

De acordo com a Betselem, colonos acompanhados por tropas israelenses entraram na aldeia de Awarta e pixaram e quebraram lápides no cemitério.

Segundo testemunhos colhidos pela Betselem, soldados armados acompanharam colonos israelenses à aldeia de Awarta para rezar junto a tumbas as quais consideram sagradas.

Os soldados e os colonos permaneceram na aldeia durante a noite da quarta feira e, de madrugada, os habitantes palestinos perceberam que vários dos túmulos no cemitério muçulmano haviam sido profanados.

Investigação

Cemitério muçulmano teria sido profanado pela 7ª vez

Cemitério muçulmano teria sido profanado pela 7ª vez

Os integrantes da ONG fotografaram as lápides despedaçadas, ouviram os testemunhos dos habitantes da aldeia e divulgaram as informações para a mídia israelense.

O Exército israelense prometeu investigar o episódio e declarou que “se for provado que soldados estiveram envolvidos, trata-se de um ato grave”.

Habitantes de Awarta reclamaram que esta foi a sétima vez que colonos israelenses profanaram o cemitério.

“Eles vêm, quebram tudo e nós consertamos”, disse Um Feissal, espôsa de um homem enterrado no cemitério, cujo túmulo foi destruído.

“Um homem velho e enterrado não constitui ameaça para eles, não sei porque fizeram isso no túmulo dele”, acrescentou a viúva.

‘Etiqueta de preço’

De acordo com diversas ONG’s israelenses de direitos humanos, nos últimos meses tornaram-se mais frequentes os ataques de colonos contra civis palestinos na Cisjordânia.

A violência de colonos contra habitantes palestinos se agravou depois da decisão do governo israelense de congelar temporáriamente e parcialmente a construção de assentamentos.

Embora a decisão tenha sido tomada pelo governo de Israel, segundo os colonos, são os palestinos que devem pagar o “preço” pela medida, vista por eles como uma “traição à terra de Israel”.

Em protesto contra o congelamento, vários dos colonos iniciaram uma campanha de ataques a civis palestinos que, nos últimos meses, incluiu o incêndio de veículos e de plantações.

Nesta semana a policia israelense prendeu quatro colonos do assentamento de Itzhar, no norte da Cisjordânia, suspeitos de terem incendiado a mesquita da aldeia de Yassuf, há cerca de um mês.

Na mesquita incendiada os autores pixaram os dizeres “etiqueta de preço”, deixando claro que o ataque faz parte da campanha contra o congelamento dos assentamentos.

[ publicado pela BBC Brasil em 28/10/2011 ]

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