Trinta e três anos após a primeira ‘Carta dos Oficiais’, o PAZ AGORA está lançando nova campanha convocando oficiais, soldados e reservistas do Exército de Defesa de Israel a assinar a “Segunda Carta dos Oficiais”, para instar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a entrar imediatamente em negociações com os palestinos, baseadas no reconhecimento de que só um acordo de paz corajoso irá evitar o isolamento internacional de Israel e permitirá a continuidade da sua existência como Estado judeu e democrático.
Carta dos Oficiais II
Ao Primeiro-Ministro Menachem Begin Benjamin Netanyahu,
Caro Senhor,
Cidadãos que servimos como soldados, e também oficiais das forças de reserva, estamos enviando-lhe esta carta.
As palavras que seguem não foram escritas com o coração leve. Entretanto, neste momento em que novos horizontes de paz e cooperação estão, pela primeira vez, sendo propostos para o Estado de Israel, sentimo-nos obrigados a instá-lo a evitar a tomada de quaisquer medidas que possam causar problemas intermináveis ao nosso povo e ao nosso país.
Escrevemos isto com profunda preocupação.
Seria difícil para nós aceitar um governo que preferisse a existência do Estado de Israel com as fronteiras do “Grande Israel” à sua existência em paz e boa vizinhança.
Um governo que prefira a existência de assentamentos além da Linha Verde à eliminação deste histórico conflito e à criação de relações normais em nossa região, evocaria questões sobre a justiça do rumo que estamos tomando.
Uma política de governo que acarrete a continuidade do domínio sobre milhões de árabes feriria o caráter judeu-democrático do Estado. E tornaria difícil nossa identificação com os rumos do Estado de Israel.
Estamos cientes das necessidades de segurança do Estado de Israel, e das dificuldades que o caminho da paz deverá enfrentar.
Mas, sabemos que uma verdadeira segurança somente será alcançada com a chegada da paz.
A força do Exército da Defesa de Israel está na identificação de seus cidadãos-soldados com os rumos do nosso país.
Nós o chamamos a optar pelo caminho da paz, fortalecendo assim a nossa confiança na justiça do nosso caminho.”
Israel, março de 1978 setembro de 2011
Esta Carta tem exatamente o mesmo texto da ‘Carta dos Oficiais’ assinada em 1978 por 348 soldados e oficiais de reserva, dirigida ao então Primeiro-Ministro Menachem Begin, instando-o a empenhar-se pela paz com o Egito e priorizar a paz à idéia do ‘Grande Israel’.
A ‘Carta dos Oficiais’ original, de março de 1978, despertou enorme apoio popular e resultou na criação do Movimento PAZ AGORA – SHALOM ACHSHAV.
[ Publicado em 25|09|2011 pelo Movimento PAZ AGORA | tradução e apoio do PAZ AGORA|BR ]
Comentário
Reservistas assinam carta instando Netanyahu a retomar negociações de paz.
Um grupo de reservistas está “reassinando” o texto da famosa “Carta dos Oficiais” publicada em 1978, que instava o primeiro-ministro a escolher a paz em vez da “Grande Israel”. Planejam enviar a carta ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, num esforço para pressioná-los a lançar conversações com os palestinos imediatamente.
A carta original foi escrita em março de 1978, quando as negociações de paz entre Israel e Egito pareciam estar emperrando, e recolheu 348 assinaturas antes de ser enviada ao então primeiro-ministro Menachem Begin.
A assinatura daquela Carta levou à fundação do Movimento PAZ AGORA, poucos meses depois.
Itai Mazrav, comandante de companía de reserva e ativista do PAZ AGORA, diz que pretende dobrar o número de assinantes e fazer uma campanha para que os que assinaram a primeira carta assinem esta também.
Yiftah Yaakov, que foi ferido na Guerra do Yom Kipur na batalha pela ‘Fazenda Chinesa’ e condecorado por bravura, assinou as duas cartas, porque “todos nós temos memórias curtas. É importante lembrar a pessoa no alto que ela não é responsável pela guerra, mas pela paz”.
O secretário geral do PAZ AGORA, Yariv Oppenheimer, disse que as mudanças na região estavam “reforçando a sensação de destruição iminente. Há um grande temor de que as políticas de Netanyahu tragam uma nova onda de violência, e o primeiro-ministro pode evitar a póxima guerra.
“A primeira Carta funcionou então e chegaram a um acordo de paz com o Egito”, observou. “Agora, parece que irá ser bem mais difícil. Precisamos assegurar que uma voz diferente seja ouvida”.
[ por Gili Cohen | publicado no Haaretz | tradução PAZ AGORA|BR ]