Um filme de amor palestino
Comentário de um crítico egípcio depois de ver o filme Últimos dias em Jerusalem (Tanathur), do cineasta palestino Tawfik Abu Wael, ” mas é um filme israelense e não palestino! “. A falta das imagens conhecidas dos palestinos, num filme de amor também foi colocada no encontro com a imprensa, provocando a resposta da atriz palestina Lana Haj Yahia de que os palestinos também têm sua vida cultural, seu teatro, suas atividades normais como os israelenses, mesmo se vivem no lado Leste. Em outras palavras, os palestinos também têm sua burguesia com seus típicos problemas existenciais e de amor.
O filme mostra o muro, agressivo e bruto, separando as duas comunidades, há também um controle israelense ao qual o casal é submetido, mas o conflito com os israelense não aparece. As personagens vivem um caso de amor, complicado por sinal, como qualquer outro casal. Talvez com uma diferença, logo no início, Iyad, a personagem atriz de teatro, sempre insatisfeita consigo mesma e instável, vai procurar um médico para abortar.
O aborto é possível entre os palestinos do Fatah laico ou secular, maioria em Jerusalam, porém não seria possível na parte dominado pelo Hamas, islamita ou fundamentalista.
Ambos vão emigrar a Paris, mas um acidente de ônibus com colegiais palestinos faz Nour cancelar a viagem, já no aeroporto, para retornar ao hospital e prestar socorro urgente aos feridos.
O filme, apresentado no Festival de Locarno, é resultado de uma coprodução israelopalestina , francogermânica e suíça.
[ Publicado no Expresso OnLine em 12/08/2011 ]