Israel confiscou 19 hectares de território palestino na localidade de Karyut, na Cisjordânia, para legalizar o outpost (posto avançado de assentamento) de Hayovel, informou nesta sexta-feira a organização israelense de direitos humanos Shalom Achshav (PAZ AGORA).
A ordem da Administração Civil (corpo militar israelense que administra a ocupação dos territórios palestinos) foi emitida no último domingo e declara territórios palestinos como “terras do Estado”, usando para isso uma legislação que permite fazê-lo com terras que não estiverem sendo cultivadas.
É a primeira vez em três anos que o governo liderado por Benjamin Netanyahu leva a cabo uma medida similar. “A ordem tem como objeto possibilitar a legalização do assentamento ilegal de Hayovel e da estrada que leva a ele, e acontece mesmo com o pedido judicial do PAZ AGORA e de outras organizações contra as casas do assentamento”, assegura a ONG em comunicado.
A organização lembra que “o primeiro-ministro Netanyahu declarou repetidamente que o governo está comprometido com os compromissos adquiridos pelos executivos anteriores israelenses, o que inclui a promessa de não confiscar mais terras para a expansão dos assentamentos”.
Os ex-primeiros ministros Ariel Sharon e Ehud Olmert se comprometeram com a Casa Branca a frear a prática da desapropriação de terras, enquanto Netanyahu também fez pública sua intenção de não construir novos assentamentos, lembra hoje o diário israelense Ha”aretz.
A colônia de Hayovel está construída em terrenos privados de palestinos, segundo o relatório sobre assentamentos preparado em 2005 pela promotora israelense Talía Sasson.
[ Publicado em 08/07/2011 pela Agência EFE ]