CONHECIDO POR sua destacada produção literária, o médico gaúcho Moacyr Scliar, falecido domingo passado, dia 27, deixa também a sua contribuição na área médica.
Da mesma forma que na literatura ele aborda temas relacionados à sua origem, em sua tese de doutorado, aprovada na Escola Nacional de Saúde Pública, mostra a visão da saúde, da doença e da medicina dentro da cultura judaica.
Destaca Scliar que o conceito de raça não se aplica aos judeus. Suas características variam, como a cor da pele, exemplifica. Ela vai do branco europeu até o negro dos judeus “falashas” provenientes da Etiópia.
ALIMENTAÇÃO
Além de relacionar a influência da formação judaica em Sigmund Freud, entre vários outros médicos judeus, Scliar também analisa as várias interpretações para a proibição de consumir alguns alimentos.
Para a carne de porco, de aves de rapina e de répteis, como exemplo, a proibição não é pelo risco de enfermidades, mas pela impureza desses alimentos.
Ainda na área da alimentação, ele cita aforismos do Rabi Moisés bem Maimon (nascido na Espanha no ano de 1135), mais conhecido como Maimônides: a maioria das pessoas não morre por falta de alimentos, mas por comer demais.
Para uma vida mais sadia, o sábio Maimônides recomenda levantar cedo, fazer ginástica, leitura leve, conversação agradável e sesta após o banho.
[ O Dr. Júlio Abramczik escreve a coluna ‘plantão médico’ na Folha de São Paulo, onde foi publicado este texto ]