Jon Stewart e os pacotes de liberdade dos Estados Unidos


Por vários anos Jon Stewart, âncora do The Daily Show  na TV americana, vem se mostrando a única grande personalidade na mídia a desafiar sem medo a “linha oficial” do conflito israelense-palestino. Repetidamente, tem criticado a ocupação e muitas vezes imita representantes da AIPAC. que (junto à Liga Anti-Difamação e o AJC) trabalha duro para manter formadores de opinião, assim como membros do Congresso, distanciados de abordar o conflito de uma maneira honesta.

No último programa, Stewart voltou a fazê-lo. Ele e o correspondente do Daily Show John Oliver fizeram um sketch onde descreveram a hipocrisia americana ao tratar de desastres de direitos humanos (como na Líbia). Apontaram que, para receber assistência dos EUA, as populações que lutam pela liberdade precisam atender a certos critérios.

Por exemplo, ajuda se o governo responsável por abusos for inimigo dos EUA e não tenha petróleo.

O Sudão, por exemplo, seria deste tipo de país – pobre e sem os recursos naturais desejados – aos quais se oferece palavras de apoio – e não muito mais do que isso.

 

The Daily Show – America’s Freedom Packages


E aí veio uma lista de critérios que um povo oprimido precisa atender para receber o tipo de assistência que damos à Líbia.

Foi uma lista longa que disparou na velocidade dos efeitos colateriais numa propaganda de remédio. Mas essa oferta não se tratava de algum comprimido, mas da ajuda americana para derrubar regimes opressivos.

E aí veio a ressalva:

 ” ESTA OFERTA NÃO É VÁLIDA PARA A CISJORDÂNIA OU GAZA “

A audiência explodiu em aplausos.

Como de costume, Jon Stewart é a voz da geração jovem (incluindo judeus como eu) que não embarca cegamente na sabedoria convencional aceita e transmitida pelos mais velhos.  O apoio acrítico e incondicional a Israel é um exemplo disto.

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