Carta (imaginária) a Ban Ki-moon, visando um acordo de paz
Vossa Excelência Sr. Ban Ki-moon
Secretário-Geral da ONU
Em nome do Estado de Israel e do povo judeu, e como expressão de nossas sinceras intenções de chegar a uma paz abrangente e duradoura com o povo palestino, submetemos à consideração do Conselho de Segurança os seguintes compromissos, e não objetamos a que esses compromissos sejam expressos numa Resolução.
O povo de Israel e o mundo inteiro desejam uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, que deverá incluir a aplicação dos seguintes princípios:
A resolução do conflito israelense-palestino é baseada no reconhecimento mútuo dos direitos do povo judeu e do povo palestino à autodeterminação, como expresso na Resolução 181 da ONU, de 29 de novembro de 1947, conduzindo ao estabelecimento de dois Estados-Nação para dois povos no território que foi mandato britânico até 14 de maio de 1948.
O povo judeu aceitou o plano de partilha de 1948, que levou à criação do Estado de Israel. O mundo árabe rejeitou a resolução, e como resultado o Estado da Palestina ainda não foi estabelecido.
O governo de Israel, por mim liderado, concordou com o estabelecimento de um Estado Palestino que será estabelecido com a chegada de um acordo abrangente de paz entre a OLP e Israel. O estabelecimento do Estado de Palestina será feito com base nas fronteiras de 4 de junho de 1967, nas áreas da Judéia, Samária (Cisjordânia) e Gaza, com trocas territoriais acordadas que permitam um ajuste razoável das fronteiras que leve em conta os fatos ocorridos desde junho de 1967.
As trocas de territórios irão assegurar que o Estado de Palestina tenha a superfície igual ao dos territórios conquistados por Israel em junho de 1967, de forma que 22% do território entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo formará o Estado Palestino, sendo que 78% serão o Estado de Israel. As terras que forem trocadas de dentro do território de Israel serão desabitadas.
Baseados nesses princípios, o governo de Israel e a OLP entrarão em negociações imediatas diretas sobre as exatas fronteiras entre eles. As negociações incluirão procedimentos de segurança necessários para a paz, o future de Jerusalém, refugiados, água, relações econômicos e sustentação de uma cultura de paz;
Jerusalém é a capital eterna do Estado de Israel, mas observamos com desconforto que as nações do mundo ainda não a reconheceram como tal. Através do processo de paz, buscamos o total reconhecimento internacional de Jerusalém como nossa capital e, também, reconhecemos a necessidade de abordar as reivindicações palestinas sobre o seu futuro. Israel também reconhece a importância dos lugares santos em Jerusalém para as três religiões e irá considerar, juntamente com a liderança palestina, todas as propostas para garantir acesso livre e aberto para todas as pessoas que respeitem a santidade desses locais.
O tratado de paz permanente estabelecerá a Palestina como lar nacional palestino, assim como Israel é o lar nacional do povo judeu. Israel é um país democrático e amante da paz, que aceita suas obrigações contidas na Carta das Nações Unidas e, no espírito da ONU, conclama o povo palestino a unir as mãos conosco para solucionar este conflito através de negociação e diálogo. Ambas as partes são livres para levantar todas suas reivindicações e temas para resolução nas negociações.
Agradecemos a continua assistência dos Estados Unidos e do Quarteto na facilitação das negociações. Este é um tempo em que uma liderança histórica é necessária. Acreditamos firmemente que o conflito é resolúvel. Apelamos a todos os membros das Nações Unidas, especialmente os membros da Liga Árabe, a tomar passos positivos para estimular a moderação e apoiar nossos esforços pela paz.
Sabemos que quando avançamos para a paz, os inimigos dela irão redobrar seus esforços para destruir nossos avanços através do terrorismo. Os terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica são fiéis ao seu compromisso de destruir Israel. Isto nós não permitiremos, nem pode fazê-lo a liderança palestina.
Chamamos todas as nações a reprimirem os que apóiam e promovem o terrorismo. Chamamos todas as nações a colocar um fim ao fluxo de dinheiro e armas para organizações terroristas.. Terrorismo é inimigo mais perigoso da paz e da democracia, e precisamos todos enfrentar os desafios que esses criminosos apresentam, com compromisso e determinação resolutos.
Por negociações diretas, podemos chegar à paz. Uma vez que tenhamos concluído as negociações e chegado a um acordo para acabar com o conflito e todas as reivindicações de ambas as partes, o Estado de Israel ficará orgulhoso de patrocinar um pedido para admitir o Estado da Palestina como membro integral das Nações Unidas.
Em paz,
Binyamin Netanyahu,
Primeiro-Ministro de Israel
Gershon Baskin é fundador e co-presidente do “IPCRI – Israel/Palestine Center for Research and Information” (www.ipcri.org) e está trabalhando na fundação do “Center for Israeli Progress” (http://israeli-progress.org).
[ publicado no Jerusalem Post em 08|11|2010 e traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]