n938
Amig@,
Colocamos no ar uma carta de solidariedade ao rabino Sobel, à qual você pode aderir.
É muito importante apoiá-lo com o seu nome nesse momento tão triste. Repasse também aos seus amigos.
Imagine o quanto poderia significar para ele cada simples gesto de retribuição pelo tanto que ele já fez.
» MANIFESTE SUA SOLIDARIEDADE
em http://www.petitiononline.com/petsobel/petition.html
Ao amigo HENRY SOBEL
” Prezado senhor Henry Sobel,
O lamentável episódio que o envolveu mostra que todos somos humanos, e ninguém está livre de atitudes irracionais e autodestrutivas.
O acontecido em nada diminui a importância que o rabino Henry Sobel tem para o desenvolvimento da comunidade judaica brasileira, no sentido de uma abertura às melhores causas e ao diálogo ecumênico.
Neste momento extremamente difícil de sua vida, na véspera do Pessach e da Páscoa, apelamos à comunidade judaica e ao público brasileiro a manter o espírito de compreensão e compaixão, valorizando no homem público Henry Sobel aquilo que o destaca em todo o seu longo histórico de realizações: – a sua rara coragem de perseverantemente lutar pelas causas da Justiça, dos Direitos Humanos, e pela Paz entre os povos, mesmo quando contrariando as poderosas forças dominantes.
Com respeito e solidariedade “,
Amigos Brasileiros do PAZ AGORA, 30|03|2007
» assine também, clicando em http://www.petitiononline.com/petsobel/petition.html
[ Este texto, redigido por Bernardo Sorj e Moisés Storch, obteve em poucos dias mais de dez mil adesões ]
Sobel atuou na luta contra a ditadura
Nascido em 9 de janeiro em Lisboa, para onde seus pais haviam se refugiado do nazismo, Henry Isaac Sobel chegou ao Brasil em 1970, vindo dos EUA, país que acolheu a família, ainda nos anos 40, que fugia de uma Europa destroçada pela 2ª Guerra Mundial -o rabino tem cidadania norte-americana.
Cursou literatura hebraica no Jewish Institute of Religion. Após se formar rabino, veio para o Brasil, em 1970, e foi professor de estudos judaicos da USP até 1975.
Naquele ano ocorreu o episódio que o tornou conhecido no Brasil, quando se negou a sepultar como suicida o jornalista Vladimir Herzog, assassinado nos porões do regime militar. Foi um dos mais duros golpes no regime militar e um marco da aproximação de Sobel com a Igreja Católica e grupos defensores dos direitos humanos.
Sua atuação política vinha ainda dos libertários anos 60. Em Nova York, ao lado de outros religiosos, militou pelo fim da intervenção norte-americana no Vietnã.
Visto com liberal dentro do judaísmo, sempre defendeu a aproximação entre as religiões, incluindo judeus e muçulmanos, até hoje inimigos históricos, o que lhe rendeu críticas dos judeus ortodoxos.
Esse posicionamento multirreligioso o aproximou de outras figuras religiosas que resistiam ao regime, como o cardeal d. Paulo Evaristo Arns.
Em 1983, virou presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, uma das mais fortes entidades da religião no Brasil, cargo do qual se afastou temporariamente anteontem.
[ José Ernesto Credendio – Folha de S.Paulo 31|03|2007 ]
Solidariedade a Sobel
A diretoria da ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação presta solidariedade ao rabino Henry Sobel, nesta hora em que ele vive intenso drama pessoal. Liderança inconteste da comunidade judaica brasileira, o rabino Sobel sempre nos tratou com solicitude e elegância, ajudando a costurar importantes alianças táticas entre os setores progressista e religioso. Sua presença, em 2004, no evento em que lembramos o quadragésimo aniversário do golpe militar no Brasil reforçou a imagem do homem público sereno, firme e ousado. Um homem aberto ao diálogo.
Os democratas brasileiros jamais esquecerão o papel do rabino Sobel no trágico episódio do assassinato do jornalista Vladimir Herzog. Em 1975, ao lado de outras lideranças políticas e religiosas, ele desafiou a ditadura militar, ajudando a oficiar um culto ecumênico em homenagem a Herzog, morto sob tortura no DOI-CODI. O líder espiritual ultrapassou as paredes da sinagoga e juntou-se ao clamor popular por justiça.
Neste momento de perplexidade e dor, acreditamos que ele vai dar a volta por cima e continuar seu trabalho humanista e desbravador. Nas horas de angústia é que se revelam os verdadeiros amigos.
[ Rio de Janeiro, 30|03|2007 – www.asa.org.br ]