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O primeiro assentamento judeu dentro de Hebron foi posteriormente estabelecido em 1979, como recordam, como epopéia, os colonos:
“Uma semana e meia após Pessach [1979], um grupo de 10 mulheres e 40 crianças deixou Kiriat Arba no meio da noite e atravessaram num caminhão as ruas desertas de Hebron. Chegaram ao edificio Beit Hadassa, construído originalmente na década de 1870 como clínica médica para judeus e árabes, e abandonado desde as revoltas de 1929. As mulheres e crianças, auxiliadas por homens, entraram no Hadassa por uma janela dos fundos…
Quando acordaram de manhã, as crianças começaram a cantar: ‘v’shavu banim l’gvulam…’ [‘e as crianças voltaram para casa…’]. Soldados de guarda no telhado do prédio, ao descer para investigar, surpreenderam-se ao ver as mulheres e crianças. Logo reportaram a seus superiores, e as ‘mulheres de Beit Hadassa’ virou um assunto nacional. O primeiro-ministro Menachem Begin [líder do partido de direita Likud] não era favorável ao assentamento judeu no coração da cidade, mas se opunha a expulsar fisicamente o grupo. Ordenou que o edifício fosse cercado pela polícia e soldados, e ordenou que nada, incluindo comida e água, entrasse no prédio.
Begin foi logo visitado pelo rabino Moshe Levinger, cuja esposa Miriam e muitos dos filhos estavam dentro do Beit Hadassa. ‘Quando o exército israelense cercou o 3º exército egípcio no Sinai durante a Guerra do Yom Kipur, demos aos soldados do inimigo comida, água e suprimentos médicos. Se o demos aos soldados egípcios que tinham atacado e matado nossos soldados, ao menos permita o mesmo às mulheres e crianças em Hebron’.
Begin não teve opção a não ser concordar. As mulheres e crianças viveram assim, sob cerco, por 2 meses. Ninguém podia entrar, e ninguém que saísse podia voltar. Depois disso, as mulheres e crianças foram autorizadas e sair e voltar, mas nenhum outro poderia entrar. Viveram assim por um ano.
Nas noites de 6ª feira, após as rezas de Shabat na Maarat HaMachpelá, os religiosos, incluindo estudantes da Yeshivá Nir de Kiriat Arba, íam até o Beit Hadassa, cantavam e dançavam em frente ao prédio, recitavam Kidush para as mulheres e voltavam a Kiriat Arba. No início de maio de 1980, um ano depois que as mulheres chegaram ao Beit Hadassa, o grupo de homens foi atacado por terroristas posicionados no telhado de um prédio em frente. Os terroristas árabes, atirando e jogando granadas de mão, mataram seis homens e feriram vinte. No final daquela semana, o governo israelense finalmente emitiu uma autorização oficial para a renovação de uma comunidade judia em Hebron”
Qual foi o papel do governo de Israel ao permitir que os colonos se mudassem para o coração de Hebron?
Embora o governo israelense tivesse inicialmente resistido aos esforços dos colonos de se mudar para dentro de Hebron, ao final deu uma permissão oficial e desde então vem fornecendo apoio financeiro e militar. O Ministério israelense de Relações Exteriores relata a participação do governo:
“A comunidade judaica [no centro] de Hebron foi restabelecida permanentemente em abril de 1979, quando um grupo de judeus de Kiriat Arba se mudou para o Beit Hadassa. Após um sangrento ataque terrorista em maio de 1980, no qual 6 judeus voltando de orações na Tumba dos Patriarcas foram assassinados e 20 feridos, o governo do Likud liderado pelo primeiro-ministro Menahem Begin concordou em reformar o Beit Hadassa, e permitir que judeus mudassem para os adjascentes Beit Chason e Beit Schneerson, no antigo Quarteirão Judeu. Um andar adicional foi construído no Beit Hadassa, e 11 famílias se mudaram para lá em 1986.
Desde 1980, outras propriedades e prédios em Hebron foram reformados e reconstruídos. Hoje [em 1996] a comunidade judaica em Hebron abrange 19 famílias vivendo em prédios próximos à área de Avraham Avinu, onde há também dois jardins de infância, os escritórios do comitê municipal e uma pensão. Sete famílias vivem em casas móveis em Tel Rumeida, 12 moram Beit Hadassa, 6 em Beit Schneerson, uma família em Beit Kastel, 6 em Beit Chason. Beit Romano, onde fica a Yeshivá Shavei Hevron, em reforma.
A administração e os serviços locais para a comunidade judaica de Hebron são fornecidos pelo Comitê Municipal de Hebron, criado pelos Ministérios da Defesa e do Interior, e suas funções são similares às de outros conselhos locais de Israel. O Ministério da Habitação e Construção estabeleceu a “Associação para Renovação da Comunidade Judaica em Hebron”, para realizar projetos na cidade. A Associação recebe fundos do orçamento nacional e de contribuições privadas.
Os colonos de Hebron vivem numa série de locais distintos (não contígüos), cada qual ancorado em um terreno que já foi de propriedade de judeus, que os colonos “recuperaram”, renovaram e expandiram. Os maiores deles são a área de Avraham Avinu (que inclui sinagoga, escolas e escritórios), Tel Rumeida (sítio arqueológico no qual viveram colonos em trailers, entre 1983 e 2003 e em 2003 receberam permissão para construir edifícios permanentes, apesar da importância arqueológica do lugar), Beit Hadassa, Beit Schneerson, Beit Kastel, Beit Chason e Beit Romano.
O que foi o Massacre de Hebron de 1994?
Nascido no Brooklyn e criado como cidadão americano, Goldstein era um membro da “Liga de Defesa Judaica” do rabino Meir Kahane, e veterano apoiador do partido Kach (que, junto ao Kahane Chai, foi proscrito por Israel após o massacre). Seu massacre deu início a um período de caos em Hebron, quando mais 26 palestinos e 9 israelenses foram mortos e muitos outros feridos.
Como responderam os israelenses ao massacre?
A maioria dos israelenses ficaram chocados e indignados pelo massacre. Muitos instaram o então primeiro-ministro Rabin a reagir removendo os colonos de Hebron. Rabin optou por não fazê-lo. Geoffrey Aronson, da Foundation for Middle East Peace escreveu:
“…A maioria do gabinete [de Rabin] era favorável à remoção dos 400 colonos de Hebron, a maioria crianças – todos verdadeiros crentes no destino de Hebron como cidade judia, o que expressavam bem com seu slogan favorito ‘Árabes, Fora!’.
As circunstâncias não poderiam ser mais favoráveis à evacuação. O movimento dos colonos ficara na defensiva após os assassinatos… Rabin nunca recuou à sua rejeição nesse caso… Ficou firme em sua determinação de que o processo de Oslo deveria proteger os assentamentos e não pô-los em perigo. Rabin estava determinado a não ceder em sua diplomacia com Yasser Arafat sobre remover assentamentos de territórios considerados patrimônio de direito [algo não explicitado ou mesmo mencionado nos Acordos de Oslo], e certamente não em conseqüência do furor criado por Goldstein…
O movimento Hamas também foi influenciado singularmente pelo massacre. Por muitos anos eles foram conhecidos, e se orgulhavam disso, por atacar somente alvos militares. Goldstein mudou para sempre essa estratégia. Só após os seus assassinatos foi tomada a decisão e encontrados voluntários para imitar os homens-bomba que o Hizbolá enviava no Líbano…”
Para os extremistas judeus, o túmulo de Goldstein, situado dentro do assentamento de Kiriat Arba, tornou-se um local de veneração, onde se reúnem, todo ano, para celebrar o aniversário da morte de Goldstein e do massacre (que coincide com o feriado judaico de Purim). Uma capela erigida no local por esses extremistas foi demolida em 2000 pelo governo de Israel. Entretanto, apesar de alguma controvérsia, nenhum passo foi dado para remover ou alterar a inscrição na placa que marca o túmulo de Goldstein, que diz:
“Aqui jaz o santo, Dr. Baruch Kappel Goldstein, abençoada seja a memória do justo e sagrado homem. Que Deus vingue seu sangue, que dedicou sua alma aos judeus, à religião judaica e à terra dos judeus. Suas mãos são inocentes e seu coração é puro. Ele foi morto como um mártir de Deus no dia 14 de Adar, no ano de 5754 [1994]”
O que é a “TIPH”?
O massacre de Hebron resultou em protestos internacionais e demandas para que Israel garantisse a segurança dos palestinos na cidade. As reações incluíram a Resolução 904 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 18/03/1994, que condenou o massacre e, entre outras coisas, instou “por medidas para garantir a segurança e proteção dos civis palestinos por todo o território ocupado, incluindo uma presença temporária internacional ou estrangeira, que seria proposta numa Declaração de Princípios…”
Israel e a OLP acordaram então em estabelecer uma Presença Internacional Temporária em Hebron (TIPH = Temporary International Presence in Hebron), uma missão apenas de observação (sem nenhuma conotação militar ou de manutenção de paz), que seria composta por observadores e funcionários da Itália, Dinamarca e Noruega. A primeira missão TIPH foi criada em maio de 1994, mas foi retirada em agosto do mesmo ano após uma discussão entre Israel e a OLP sobre a extensão de seu mandato.
A TIPH voltou a Hebron em maio de 1996, sob termos previstos no Acordo Interino sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza (também chamado de Oslo II ou Acordo de Taba). Esta segunda encarnação da TIPH foi depois substituída por uma 3ª missão, estabelecida nos termos de um acordo assinado em 21/01/1997, em conjunto com o “Protocolo para Redisposição [Redeployment] em Hebron”.
> para mais detalhes, veja em www.tiph.org.
Como são hoje os arranjos de segurança em Hebron?
Sob esse acordo, a cidade foi dividida em áreas designadas como H-1 (18 km2 sob total controle da Autoridade Palestina) e H-2 (4,3 km2, sob total controle israelense e incluindo a maioria dos colonos de Hebron além de mais de 35 mil palestinos).
Desde o início da segunda intifada, o exército israelense retomou operações abertas dentro da área H-1. Em abril de 2002, como parte da “Operação Escudo Defensivo”, o EDI retomou o controle da área. Em agosto de 2003 começou a construção de dois postos fortificados permanentes nos bairros de Abu Sneina e Harat al-Sheikh, com vista para as casas dos colonos judeus no centro de Hebron. Isto marcou o primeiro estabelecimento de uma presença permanente do exército na H-1 desde a implementação do Acordo de Hebron. A região imediatamente vizinha aos novos postos militares foi declarada como “zona militar fechada” sem qualquer aviso aos moradores, que foram barrados da área. Cerca de 50 dunams de terra foram expropriados.
Além disto, durante a intifada moradores palestinos da área H-2 e de terrenos vizinhos à H-1 foram sujeitos às mais duras restrições a movimentos que qualquer população da Cisjordânia. Conforme o B’Tselem:
“No início da intifada, a área esteve sob cerco por três meses consecutivos. Após o assassinato da menina israelense Shalhevet Pass [março/2001], um toque de recolher foi imposto por 3 semanas. Após o atentado no “caminho dos religiosos” [novembro/2002], no qual 9 soldados e 3 auxiliares de Kiriat Arba foram mortos, o EDI impôs um toque de recolher de 6 meses. Ele se aplicava também à área de Bab a-Zawiya (localizada na àrea H-1 próximo à àrea H-2), que o EDI controlava desde a Operação Escudo Defensivo (abril/2002].
O exército também impôs um cerco sobre a área H-2, em resposta aos tiros de palestinos contra colonos da área H-1. Em outros casos, o EDI impõe toques de recolher sobre palestinos para permitir que colonos mantenham sua rotina e façam eventos públicos na cidade durante feriados nacionais e judaicos. Por exemplo, em 23/09/2002, durante Sucot, o EDI impôs sobre os palestinos um toque de recolher para permitir que os colonos de Hebron recebessem em segurança milhares de israelenses que vinham visitar a cidade.
No último Purim, o IDF impôs um toque de recolher para permitir aos colonos realizar sua parada anual e comemorar o aniversário da morte de Baruch Goldstein, aquele que cometeu o massacre na Tumba dos Patriarcas”.
> Para detalhes sobre os arranjos de segurança em Hebron e seus impactos, clique AQUI.
Após o massacre de 1994, novos procedimentos de segurança foram impostos sobre a cidade de Hebron, especialmente para evitar ataques de vingança de palestinos contra colonos. Estes procedimentos – formalizados “Protocolo para Redisposição em Hebron” de janeiro de 1997 (ou “Acordo de Hebron”) – tornaram-se a fundação da já duradoura divisão de Hebron e do virtual cerco e despopulação da área central do mercado dos palestinos.
Qual o relacionamento entre colonos e soldados em Hebron
É uma relação tensa, com soldados do EDI freqüentemente sendo vítimas do ódio dos colonos. Além de proteger os colonos dos palestinos, os soldados ísraelenses em Hebron têm assumido crescentemente o papel de proteger os palestinos dos colonos.
Qual o relacionamento entre colonos e soldados em Hebron?
É uma relação tensa, com soldados do EDI freqüentemente sendo vítimas do ódio dos colonos. Além de proteger os colonos dos palestinos, os soldados ísraelenses em Hebron têm assumido crescentemente o papel de proteger os palestinos dos colonos.
Um artigo recente reportou sobre um projeto de soldados israelenses intitulado “Breaking the Silence” [Rompendo o Silêncio], mostrando fotos e testemunhos de soldados que serviram nos territórios ocupados. Conforme o artigo, um soldado afirmou:
“O que finalmente entendi, após seis meses, era que eu estava protegendo os palestinos dos judeus. Não estávamos lá para guardar e proteger os judeus. Eram mais os judeus que estavam ameaçando os palestinos nessa área”.
Em maio de 2005, foi reportado que a situação em Hebron havia deteriorado ao ponto de que o IDF estava considerando remover seus soldados da cidade. Como reportado na edição de 16/05/2005 do Relatório da APN:
“…Oficiais graduados do EDI estão totalmente contrariados pelo fato de que muitos dos colonos da cidade desrespeitam soldados israelenses e até mesmo os atacam fisicamente. Testemunhos reunidos pelo Comando Central mostram um retrato feio da atitude dos colonos judeus para com os soldados.
A situação está se tornando mais extrema à medida que se aproxima a data de implementação de desligamento [de Gaza]. Conforme o testemunho de soldados que servem no assentamento, os colonos de Hebron atiram neles verduras e mesmo sacos de urina. Outros testemunhos mostram que entre as várias agressões e xingamentos que recebem em seu serviço, o de chamá-los de “nazistas” tornou-se o mais comum.
Qual a orientação política e religiosa dos colonos da área de Hebron?
Os colonos de Hebron partilham, em geral, das ideologias mais extremistas do movimento de colonos. Suas fileiras incluem líderes e ativistas afiliados (antigamente e no presente) aos proscritos movimentos Kach e Kahane Chai. Sentimentos racistas e fanaticamente anti-palestinos, anti-muçulmanos e anti-árabes são onipresentes em Hebron, pixados em hebraico sobre os muros e nas portas de propriedades palestinas nas áreas vizinhas às dos colonos (clique AQUI para exemplos).
Peculiarmente, Hebron fornece um olhar sobre um dos mais importantes rachas ideológicos dentro da linha-dura da comunidade religiosa-nacionalista de Israel: é visível a divisão entre a extrema-direita institucional (os religiosos nacionalistas que apóiam a existência do Estado de Israel e seu governo soberano, como hoje existente – um país baseado em leis seculares, sendo as autoridades religiosas algumas entre muitas vozes no governo) e a extrema-direita anti-institucional (religiosos-nationalistas que enxergam o Estado israelense e seu governo como historicamente obsoletos e teologicamente irrelevantes e ilegítimos, preferindo um Estado organizado em torno de instituições religiosas e governado por autoridades religiosas).
Enquanto os colonos de Hebron são alguns dos ideologicamente mais extremistas na Cisjordânia, a principal Yeshivá da cidade, “Shavei Hevron”, é conhecida por seu compromisso com a idéia da santidade do Estado de Israel. Isto contrasta, por exemplo, com o rabino-chefe e líder da Yeshivá de Elon Moré, Rabi Levanon, que é um explícito defensor do fim do governo secular de Israel e da ascensão do domínio da religião.
Quem sustenta os colonos de Hebron?
Além dos subsídios normais e incentivos fornecidos pelos colonos de toda a Cisjordânia (e dos custos adicionais de segurança cobertos pelo governo de Israel, bem como os arranjos especiais para a cidade), os colonos de Hebron levantam fundos de apoiadores em todo mundo. Por exemplo, doações isentas de impostos podem ser feitas dos Estados Unidos através do Hebron Fund (em Brooklyn) que, conforme seu site, foi criado em 1979 “como uma organização associada à comunidade judaica em Hebron”. O Hebron Fund recebe anualmente centenas de milhares de dólares do milionário americano Irving Moskowitz, e tem atividades regulares de levantamento de fundos, incluindo seu último Jantar Anual em 21/03/2005, e seu cruzeiro anual de verão “Cruise & Shmooze” no Rio Hudson.
Os assentamentos de Hebron mantêm seu próprio site para arrecadação de fundos, ligado ao site do Hebron Fund (para o qual também há links em outros sites como o da Orthodox Union). Numa promoção criativa, por exemplo, os colonos de Hebron vendem tickets de uma loteria cujo vencedor pode ganhar um apartamento num assentamento da cidade.
Além disto, a Yeshivá Shavei Hevron levantou fundos substanciais através da American Friends of Yeshiva Shavei Hevron (ONG baseada em Ashland, Virginia) e os colonos de Hebron mantém uma loja on-line. Kiriat Arba também mantém sua rede de arrecadação (a “Friends of Yeshivat Nir” no Brooklyn, a Yeshiva Hesder em Kiriat Arba e a “Friends of Yeshiva High School in Kiryat Arba” em Nova York). Finalmente, os assentamentos de Hebron parecem receber fundos através de várias ONGs cristãs (como as Christian Friends of Israeli Communities).
Como esses assentamentos impactam a vida civil e econômica dos palestinos?
O grupo israelense de direitos humanos B’tselem (www.btselem.org) escreve:
Em 25|02|1994, um colono israelense chamado Baruch Goldstein entrou na Mesquita de Ibrahim (a porção muçulmana do complexo da Tumba dos Patriarcas) e abriu fogo com um fuzil de assalto M-16 sobre muçulmanos que faziam suas orações de 6ª feira, matando 29 e ferindo centenas.
A cidade de Hebron está bloqueada a leste pelo assentamento de Kiriat Arba, e a sudoeste pelo assentamento de Bet Hagai. Dentro do coração de Hebron, há uma série de assentamentos judeus espalhados, com uma população total de aproximadamente 400 habitantes.
Nos acordos de Oslo, a presença desses assentamentos conduziu ao controle israelense (área H-2) toda uma faixa no leste da cidade. Os assentamentos no coração de Hebron prejudicam seriamente não apenas o desenvolvimento urbano da cidade, mas também a capacidade de seus moradores terem uma vida normal.
O principal resultado disto é a violência sistemática exercida contra os moradores pelos colonos que vivem nessas áreas. Desde o início da atual intifada, e menos em períodos anteriores, o EDI vem impondo toques de recolher por longos períodos sobre os 30 mil palestinos que vivem na área H-2, com o objetivo de permitir que os colonos da cidade continuem sua vida normal, tanto quanto possível.”
> leia a íntegra do relatório do B’tselem AQUI.
Um outro relatório do B’tselem, mais recente, detalha impactos negativos sobre os palestinos de Hebron decorrentes dos atuais arranjos de segurança na cidade, assim como a violência dos colonos e sérios abusos de soldados sobre civis palestinos (alguns resultaram numa investigação oficial e no desemantelamento da delegacia de Hebron da Polícia de Fronteira).
O mais interessante, talvez, desse relatório é uma apresentação detalhada (pgs. 9-12) – preparada pela Administração Civil israelense – , sobre objetivos, estratégia e métodos dos colonos em Hebron. O B’tselem nota que a existência dessa apresentação indica que o “establishment de defesa sabe muito bem o que está acontecendo” e que “conforme a apresentação, a violência dos colonos é bem planejada e tem por intenção expandir a colonização judaica em Hebron e provocar a saída dos palestinos de suas casas na área H-2.”
Relatório elaborado em outubro de 2005 por Lara Friedman (diretora para relações governamentais da APN – Americans for Peace Now) e Dror Etkes (diretor da Equipe de Monitoramento de Assentamentos do PAZ AGORA).
Traduzido por Moisés Storch para o PAZ AGORA|BR – www.pazagora.org