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Parlamentares americanos aprovaram um pacote de emergência de ajuda aos palestinos nesta semana, mas algumas organizações judaicas e ativistas palestinos lamentam que a medida perdeu a oportunidade de apoiar o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas.Só U$140 milhões, dos U$200 milhões requisitados, pela administração Bush irão para projetos de desenvolvimento em Gaza e na Cisjordânia. Cerca de U$50 milhões da verba remanescente será destinada a ajudar Israel a construir passagens de fronteira high-tech ao longo da fronteira anterior a 1967, e outros U$5 milhões segregados para processos de auditoria para assegurar que os fundos sejam gastos adequadamente.
E, numa mudança que surpreendeu muitos observadores do Capitólio, U$2 milhões do pacote serão alocados para o Hadassah, uma organização sionista feminina dos EUA para apoiar serviços de saúde que seus dois hospitais em Jerusalém proporcionam a palestinos.
Somando-se à frustração dos que apóiam a ajuda estava a decisão do Congresso de vetar ajuda direta à Autoridade Palestina.
Isto envia uma mensagem equivocada a Mahmoud Abbas – disse Seymour Reich, ex-presidente da Conferência de Presidentes das Principais Organizações Judaicas dos EUA (Conference of Presidents of Major American Jewish Organizations e atual presidente do Israel Policy Forum (IPC) – Isto mina a sua liderança o que nos deve preocupar a todos.O IPC e a APN – Americanos por PAZ AGORA têm pressionado ativamente o Congresso para alocar todos os U$200 milhões e dar ao presidente Bush a delegação para desembolsar parte dos fundos diretamente para Abbas.
O pacote de ajuda é parte da lei de suplementação de emergência de U$82 bilhões de 2005, que fornece principalmente fundos para operações militares no Iraque e Afeganistão. Foi aprovada pela Casa de Representantes na semana passada e nesta 3ª feira pelo Senado.
A lei estipula claramente que nada da verba deverá ser gasta para apoio financeiro direto à Autoridade Palestina, embora permita a Bush contornar a restrição por razões de segurança nacional. Aloca fundos diretamente a duas ONGs – a Hadassah e o Hospital Sagrada Família em Belém, pequeno hospital-maternidade católico que receberá U$3,5 milhões.
A inclusão da Hadassah como beneficiário na lei surpreendeu muitos em Washington. Funcionários da Hadassah dizem que foram pegos de surpresa e creditaram ao republicano Eric Cantor, vice-líder da maioria na Casa. Marla Gilson, dirigente do Escritório da Hadassah em Washington, explicou: Eu comentei com a equipe de Cantor que ele parecia irônico por estarmos dando U$ 200 milhões à Autoridade Palestina, enquanto havia muitas organizações humanitárias [não-palestinas] que também prestam serviços na região, e somos uma delas.
A lei não estabelece claramente como a verba para a Hadassah deve ser usada. A alocação foi criticada por Ghaleb Darabya, que trata de assuntos políticos e congressuais na missão da OLP em Washington.Dinheiro para a Hadassah, que fica em Israel e não na Palestina – não está certo – disse Darabya – Isto é dinheiro que supostamente deve apoiar instituições palestinas.
Cantor defendeu a ajuta, dizendo ao Forward: Os hospitals operados pela Hadassah servem como ponte entre gente israelense e palestina ao cuidar de vítimas inocentes do terrorismo.
Na sua maioria, os palestinos expressaram quietamente sua frustração, tanto na Cisjordânia como em Washington. Afinal – disse um ativista pró-palestino em Washington – estamos recebendo quase U$150 milhões, e devemos receber outros U$150 milhões no orçamento de ajuda externa para o próximo ano.