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Os judeus norte-americanos, por uma margem de quase 3 a 1 (62% a 23%) apóiam o plano israelense de desligamento e a saída dos assentamentos de Gaza e de parte da Cisjordânia, conforme nova pesquisa divulgada hoje.
Além disso, uma grande parte dos judeus americanos acredita que, no contexto de um acordo de paz, Israel deveria se retirar da maior parte dos assentamentos judeus da Cisjordânia (41% vs. 27%).
Estses resultados emergem de uma pesquisa nacional por telefone, realizada na semana passada nos Estados Unidos com 501 judeus americanos, dirigida pelo professor Steven M. Cohen, sociólogo da Universidade Hebraica de Jerusalém para a Ameinu, organização sionista americana, que por 70 anos tem treinado lideranças para comunidades israelenses e judaico-americanas.
A pesquisa foi feita às vésperas da vinda do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon para um encontro com o presidente Bush em seu rancho em Crawford, Texas.
Quando questionados sobre o quão longe Israel deveria ir no contexto de negociação de um tratado de paz onde cada lado prometesse acabar o conflito de uma vez por todas, a vasta maioria dos judeus americanos – 70% a 10% – também acredita que Israel deveria se dispor a aceitar o estabelecimento de um Estado Palestino independente.
Neste momento de nova esperança, os judeus americanos se postam inequivocamente com Israel quando este se prepara a assumir grandes riscos pela paz, disse Kenneth Bob, presidente da Ameinu.
Como a vasta maioria dos israelenses, os judeus americanos apóiam massivamente o desligamento de Gaza e de parte da Cisjordânia e vêem isto como o primeiro de muitos passos em direção a uma paz duradoura, com dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado-a-lado, disse ele.
Ao mesmo tempo, os judeus americanos não estão nada convencidos de que, mesmo com um acordo de paz assinado, a grande maioria dos palestinos esteja preparada para viver em paz com os israelenses. Apenas 24% dos judeus americanos têm esta visão, 35% discordam, e o restante 41% está confuso ou não sabe.
Quando questionados sobre como os EUA devem se reportar ao conflito, uma grande maioria (75% a 10%) endossou a opinião de que os EUA devem pressionar ambos os lados na direção de um acordo de paz, mesmo diante de objeções de israelenses ou palestinos.
Os entrevistados foram bastante incrédulos (62%) sobre se o plano tornará Israel mais seguro; apenas uma pequena parcela de 22% (versus 16%) pôde ver o desligamento como fazendo Israel mais seguro do que menos. Ao mesmo tempo, 55% (contra 21%) concorda que o plano ajudará a ambos os lados a se aproximar de um acordo de paz.
No contexto de tal acordo, uma grande parte dos judeus americanos (41% a 30%) acredita que Israel deveria permitir o retorno de um certo número de refugiados palestinos àquelas partes de Israel que eles ou suas famílias deixaram.
Opiniões céticas, mas mescladas sobre as intenções palestinas emergiram em respostas a várias questões relacionadas. Por um lado, muitos (40% a 15%) acreditam que os atuais líderes da Autoridade Palestina estão preparados para assumir sérias negociações com Israel na direção de uma solução pacífica de seu conflito.
Ao mesmo tempo, os judeus americanos são profundamente céticos sobre as chances de acabar totalmente com os atentados terroristas contra Israel. Por uma maioria de 70% a 9%, eles concordam que mesmo com um acordo assinado entre Israel e a Autoridade Palestina, um grande número de palestinos continuará a usar o terrorismo contra Israel. Neste sentido, contrastando com os demais, os judeus ortodoxos opõem-se ao desligamento e são mais profundamente céticos sobre as intenções palestinas.
Como os israelenses de hoje, os judeus americanos apóiam intensamente o plano de desligamento, partindo da esperança de que ele possa produzir uma paz duradoura. Ao mesmo tempo, eles não têm ilusão sobre uma parcela de palestinos, acreditando que eles estão comprometidos em continuar com o terrorismo, apesar do desligamento e mesmo com um acordo assinado com a AP, comentou o prof. Cohen.
A maneira como os EUA devem se reportar ao conflito contém uma série de visíveis contradições. Uma forte maioria (67% a 9%) quer que os EUA pressionem os líderes palestinos a serem mais conciliatórios com os israelenses, enquanto muitos (47% a 20%) acham que se deve igualmente pressionar os líderes israelenses a serem mais conciliatórios com os palestinos. Sinais maiores de complexidade emergem nas respostas a duas idéias aparentemente opostas: por 48% a 14% eles concordam, em todas ou quase todas as instâncias, os EUA devem apoias as posições do governo israelense em suas relações com os palestinos,
Ao mesmo tempo, uma amostra de 40% (contra 31%) também defende que ao contrário de quase sempre ficar ao lado de Israel como o faz agora, os EUA deveriam ser mais firmes em sua abordagem do conflito entre Israel e os palestinos, às vezes apoiando os israelenses, e às vezes os palestinos.
É claro que a complexidade do conflito se espelha na complexidade das visões do conflito, seja pelos judeus americanos ou pelos israelenses, adicionou Cohen.
O escritório em Washington da Synovate Inc., grande empresa internacional de pesquisa de mercado, realizou a pesquisa de campo na semana passada, colhendo uma amostra aleatória de 501 entrevistados nos Estados Unidos, com idade igual ou superior a 25 anos, identificados como judeus por religião. A pesquisa tem margem de êro de +- 5%.
[ publicado pela ONG Ameinu em 11/04/2005 e traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]