n175
O livro de Ariel Fingerman foi lançado neste domingo na Hebraica de SP. Trata-se de uma coletânea de entrevistas feitas pelo correspondente paulistano em quase quatro anos de Intifada, que dá um panorama do conflito a partir de testemunhos de israelenses e palestinos e vai muito além das frias estatísticas da mídia.
Após o lançamento, houve um painel sobre o papel da imprensa no conflito, com o autor, o jornalista Moisés Rabinovici (que cobriu o acordo de paz Israel-Egito e a Guerra do Líbano) e o editor-adjunto de ‘Mundo’ da Folha de SP, Marcos Guterman.
> E os retratos da paz … ?
Questionou-se à mesa por que a mídia não divulga as várias iniciativas populares de paz, tais como o Acordo de Genebra, a Voz dos Povos e a One Voice, que contam com a adesão de centenas de milhares de israelenses e palestinos
Guterman explicou que os jornais dispõem de poucos recursos para tratar de uma enorme massa de informações, e dependem das grandes agências internacionais como fontes. E as agências ignoram essas manifestações não oficiais.
O PAZ AGORA/BR ofereceu à ‘Folha’ o fornecimento regular de informações sobre aquelas iniciativas – e muitas outras – além de abrir portas para entrevistas diretas com seus líderes. Fontes não faltam. Não dá pra não ver.
> Shalom, PAZ AGORA !
Amig@ israelense, clique aqui e participe das atividades do PAZ AGORA:
· Preparativos em todo o país para a Grande Manifestação de Tel Aviv em 19/3 em Apoio à Saída de Gaza.
· 04/3 – 6ª f – Tel Aviv – Habima : Jornada de Encontro de Ativistas: O DESLIGAMENTO E O DIA SEGUINTE: Encontro com Gideon Levi, Moriah Shlomot e apresentação da peça de teatro ‘Tashmad’.
· 05/3 – sábado- Haifa – 19h – Vigília no Chorev Center
· 11/3 – 6ª f – Tel Aviv – Tzavta – a partir das 10h30 : Dia Internacional da Mulher – com Yael Dayan, Shulamit Aloni e representantes do PAZ AGORA * Bat Shalom * Peace Forum * Yahad * Machsom Watch * Isha L’Isha * Merekaz Altopolo * Women in Black * The Israeli Palestinian Bereaved Parents Circle
> B’Tselem pede revogação de pena de morte
Em 17/02, Mahmoud Abbas confirmou sentença de morte dada a vários palestinos acusados de colaborar com Israel e outros crimes.
O B’Tselem (Centro Israelense de Informação sobre Direitos Humanos nos Territórios Ocupados) enviou carta ao presidente palestino, pedindo-lhe a revogação das sentenças, e o fim das penas capitais na Autoridade Palestina. “A pena capital viola o mais fundamental direito humano – o direito à vida”, afirma a carta.
O B’Tselem indicou que muitos dos prisioneiros condenados à morte não tiveram processo regular. A organização também condenou energicamente o recente atentado terrorista em Tel Aviv e pediu que a AP evite futuros ataques, perseguindo os envolvidos neste atentado e nos anteriores.
> Razões para não retaliar
Nos dias que precederam o atentado de Tel Aviv, fontes do exército de Israel (EDI) diziam que os serviços de segurança palestina tinham localizado e destruído 12 túneis para contrabando de armas ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito, por ordem do presidente Abbas. O EDI também havia elogiado a AP por ter evitado o lançamento de Qassams e morteiros contra Israel. Tais ações teriam sido amplamente apoiadas pela população palestina, cansada das lutas
> A solução para 68%
Pesquisa telefônica do movimento Keshet Israel perguntou a 100.000 adultos israelenses adultos :: “você é a favor ou contra o desligamento?”. 67.900 responderam ser favoráveis.
> Juro zero acabou nos territórios
Os ministérios das Finanças e de Habitação de Israel decidiram conceder mais ajuda para estimular casais jovens elegíveis para se assentar na periferia. Cisjordânia e Gaza foram excluídas pela primeira vez da lista das áreas incentivadas.
> 10.000 patriotas
Uma semana depois de ativistas de direita terem declarado haver conseguido 10 mil assinaturas de soldados israelenses numa petição pedindo desobediência às ordens de evacuar assentamentos, o Movimento Kibutziano anunciou idêntico número de reservistas dispostos a participar da evacuação.
Algumas relações já foram enviadas ao escritório do Ministro da Defesa, que agradeceu formalmente. Os nomes incluem também cidadãos urbanos. O PAZ AGORA foi a primeira organização a lançar uma campanha para recrutamento de israelenses dispostos a substituir soldados que se recusem a participar da evacuação.
> Voltando para casa
Colonos de Nissanit (Gaza), serão absorvidos pelo kibutz Karmia, ao sul de Ashkelon. Cerca de 60 famílias de Nissanit estão dispostas a se mudar para o kibutz sob condições, como a de cada família receber um lote para construir sua casa, e a construção de uma nova sinagoga.
Em troca de receber as famílias dos colonos, o kibutz receberá melhorias na sua velha infra-estrutura, incluindo reforma da piscina, nova mobília para o refeitório comum, novos ginásio de esportes e edifícios coletivos.
Os moradores do assentamento de Homesh (Cisjordânia), serão similarmente recebidos pelo kibutz Yad Hannah. No total, cerca de 300 das 1.700 famílias a evacuar já contactaram a Administração de Desligamento ou advogados, para se informarem sobre opções para deixar voluntáriamente os assentamentos
> Paz abre portas
O novo vice-ministro da Educação de Israel, Rav Michael Melchior, visitou Qatar na semana passada para conhecer instituições educacionais e participar de um debate sobre o futuro da paz no Oriente Médio, a convite de uma fundação chefiada pela esposa do Emir do Qatar. No mesmo espírito, o presidente da Tunísia enviou carta pessoal a Ariel Sharon, convidando-o para uma primeira visita a seu país. Qatar e Tunísia já tinham relações com Israel antes da Intifada.
> Exército de colonos (!)
O Conselho dos Colonos resolveu criar um “exército de resistência” para operar contra o EDI (Exército de Defesa de Israel) e a polícia israelense durante o desligamento.
Os colonos querem capitalizar a experiência de oficiais de reserva opostos ao plano de evacuação, para sabotar o desligamento usando meios criativos, caso fracassem seus esforços políticos. Criarão um “Estado Maior” especial, que operará de maneira militar, replicando a estrutura do exército e será dirigido por oficiais de alta patente na reserva.
Uma divisão logística será responsável por transportar manifestantes de Israel para assentamentos agendados para remoção e ajudar famílias que desejarem visitar familiares detidos.
A logística contará com a divisão de inteligência, que empregará colonos com experiência adquirida no EDI, para “espionar” o próprio exército e a polícia de Israel, reunindo informações como onde serão colocadas barreiras de estradas, para direcionar os manifestantes para rotas alternativas.
Uma divisão de relações públicas será criada, para instruir ativistas como lidar com a polícia. Também haverá uma divisão de operações, que criará soluções para ultrapassar bloqueios de estradas e uma divisão de pessoal para contatos com voluntários. Um corpo médico em Gaza, para atendimento médico a colonos feridos, também está nos planos…
> Mofaz interrompe demolições
O ministro da defesa Shaul Mofaz acolheu recomendação de um comitê do EDI para cessar a demolição de casas de palestinos suspeitos de realizar atentados contra israelenses.
O comitê, nomeado pelo chefe do Estado Maior Moshe Yaalon, desmentiu argumentos repetidos pelo governo de que as demolições teriam um efeito dissuasivo no terrorismo. Não houve referências às violações de direitos humanos inerentes a essas demolições punitivas, mas, segundo o Comitê, tais ações não desestimulam potenciais atacantes, prejudicando, ao contrário, os interesses israelenses.
> Massada 2005 ?
O líder dos colonos Pinhas Wallerstein declarou que os opositores à evacuação devem estar preparados para por suas vidas na linha de combate contra o desligamento.
“É claro que historicamente nós muitas vezes fomos forçados a por nossas vidas em perigo para proteger a Terra de Israel… Se houver necessidade, não hesitaremos e deixaremos nossas vidas no caminho para combater a evacuação”.
Informou-se que 3.300 colonos de Gush Katif possuem legalmente armas de fogo para auto-defesa. Aparentemente, essas armas não serão recolhidas antes da evacuação, apesar de o establishment de segurança temer que colonos extremistas possam atirar contra as forças de evacuação.
editado pelo PAZ AGORA/BR