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Comunicado à Imprensa dos Amigos do PAZ AGORA na França
No Relatório feito pela CAP-JPO sobre a manifestação “pacifista” de sábado em Paris, está relatado que um grupo de jovens judeus agrediu duas jovens que portavam keffias, as quais teriam insultado, antes de fugir diante de dezenas de manifestantes que vieram socorrê-las. Os manifestantes anti-guerra, tendo perseguido os jovens judeus, caíram em seguida, nas palavras da CAP-JPO, sobre um grupo de cerca de 20 pessoas, armados de barras de ferro e bastões de baseball, que os esperava em emboscada numa rua perpendicular, aos gritos de “Israel, Israel”. Mas os manifestantes, ainda segundo o Relatório, se recusaram a descrever esses provocadores e teriam preparado um informe à polícia que seria colocado como interposição.
Ao ler esse Relatório, questiona-se de qual manifestação o mesmo trata. Porque se é daquela que teve lugar no sábado, 22|03 em Paris, à altura do Boulevard Beaumarchais, devemos nos inquietar pela saúde mental do redator do mesmo. É suficiente (sem falar de testemunhos ao vivo) visitar o site digipresse.com, de uma agência de imprensa que estava presente nos locais e que filmou os fatos, para lá encontrar alguns trechos do filme, ainda não difundido até essa data nas cadeias de TV, assim como um relatório preciso dos acontecimentos. Esse filme mostra com evidência que foram os manifestantes saídos da passeata da CAPJPO que agrediram violentamente, de início, um jovem judeu, que portava uma kipá, o qual perseguiram até o local de seu movimento, o Hashomer Hatzair, movimento juvenil sionista de esquerda, que milita pela paz de forma próxima às idéias do PAZ AGORA.
[ Para ver o filme da Digipresse, clique em http://digipressetmp4.teaser.fr/jt2ie.htm ]
Os manifestantes “pacifistas” tentaram, ainda, invadir o local, empurrando uma mulher de uns cinqüenta anos que tentava se interpor, e aterrorizando o grupo de crianças de 8 a s17 anos que lá se encontrava para suas atividades semanais. Um outro jovem, que veio ajudar o primeiro, e que respondia às questões da jornalista da Digipresse foi, por sua vez, agredido a golpes de barras de ferro.
Sim, esse filme mostra bem que certos manifestantes “pacifistas” da CAP-JPO costumam desfilar armados de barras de ferro! Somente a intervenção de forças policiais puderam restaurar a calma à rua, afastando os manifestantes, comandados por um deles que, com um megafone, incitava ao ódio racial.
Ao final, uma mulher e seus quatro pequenos filhos foram agredidos, dois dos quais tiveram que ser levados ao hospital.
Esses fatos nos permitem tirar um certo número de conclusões que nos parece importante lhes comunicar:
Da visão de trechos da filmagem da Digipresse, fica claro que os agressores, saídos da passeata da CAP-JPO, não eram jovens desempregados, mas adultos organizados, dos quais vários estavam armados e que desejavam espancar um judeu. É urgente que os poderes públicos assumam suas responsabilidade face a esse fenômeno, que tome as medidas necessárias contra esses indivíduos e assegurem a segurança de todos os cidadãos deste país, quaisquer que sejam suas religiões. Um requerimento já foi feito e os filmes permitem reconhecer os agressores, e uma ação judicial deverá feita sobre esses fatos.
Para a CAP-JPO, o fato de ser judeu ou assim parecer, por exemplo portando uma kipá ou uma estrela de David, parece justificar amplamente o direito de ser estigmatizado.
O comportamento desses manifestantes é a conseqüência das palavras de ordem lançadas pela CAP-JPO, e que refletem suas análises maniqueístas do conflito do Oriente Médio. Ao reduzi-lo a uma exposição de vítimas, todas por essência palestinas, os agressores, que evidentemente não poderiam ser israelenses e judeus, prepararam este ambiente de anti-sionismo fomentador de anti-semitismo. Ao associar nas palavras de ordem ou sobre os cartazes os nomes de Sharon e de nazista, ou a estrela de David à cruz gamada, eles deram de fato uma justificação moral a tais comportamentos.
Estes fatos nos reforçam em nossa convicção que não é assim que se sustentará, nem a causa palestina, nem a causa da paz.
É cada vez mais urgente promover a confiança e o diálogo entre as comunidades árabe e judaica na França, no lugar de procurar alimentar este conflito, opondo-as.
Este é o único caminho para ajudar, dentro do que podemos aqui, a aproximação dos dois campos, esperando influir sobre o curso dos acontecimentos, em apoio aqueles que estão no Oriente Médio engajados na busca de uma solução.
É este o caminho com o qual estamos comprometidos.
Paris, 25|03|2003
Amigos do Paz Agora na França (Les Amis de Shalom Arshav)
[traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]