A paz é difícil, pois ela se faz com aqueles que ameaçam e ferem aqueles que nos são caros.
A paz é difícil, pois ela pressupõe a esperança de poder um dia ter confiança no outro.
A paz é ainda mais difícil em vista da sucessão de provocações, dos atos terroristas premeditados e seu cortejo de represálias, mas esta paz deverá resultar muito mais da razão do que das paixões.
Hoje, as vozes das paixões são ensurdecedoras, e a razão, tanto do lado israelense como do lado palestino, está difícil de ser ouvida.
Entretanto, os atos de boa vontade e as iniciativas corajosas tem continuado a se manifestar durante os períodos mais difíceis desta última crise israelense-palestina. Hoje, quando tudo parece bloqueado, quando a intransigência e a impulsividade se encontram instaladas dentro de ambos os campos em confronto, essas iniciativas tomam mais e mais força.
Uma Coalizão Israelense-Palestina pela Paz foi criada. Ela reagrupa as forças políticas de primeira linha do movimento Shalom Achshav (PAZ AGORA), assim como intelectuais e políticos israelenses e palestinos. Ela defende uma solução para o conflito baseada em dois Estados e condena o terrorismo e o prosseguimento da ocupação.
Apelamos pelo apoio a esta iniciativa, única capaz de devolver às duas populações a esperança e a confiança na outra.
Diferentemente daqueles que, aqui, dentro de um maniqueísmo reducionista designam um dos dois lados como único culpado, nós devemos sustentar as ações coordenadas em comum por ambos os campos pacifistas na região.
Nós sabemos que a única saída para o conflito é política e não militar, que ela passa por um retorno aos princípios e aos termos elaborados em Camp David e Taba, em continuidade aos acordos de Oslo. Os mitos e as falsas esperanças devem cair de ambos os lados.
Haverá um Estado Palestino Independente, e uma solução ao problema dos refugiados de 1948 será encontrada, que não deverá por em perigo o caráter judeu do Estado de Israel.
– Jerusalém, onde os dois Estados – o israelense e o palestino – terão suas capitais e seus respectivos direitos, tornar-se-á um símbolo da paz.
O princípio do retorno às fronteiras de 1967 será estabelecido, dentro de um quadro de ajustes mútuos de fronteira, e da evacuação da quase totalidade das colônias de assentamento israelenses.
A paz e as chances de uma reconciliação futura têm este preço, e todo mundo sabe disso. Tempo demais já foi perdido. Os mártires são inúteis, e cada dia que passa continua a fazer vítimas.
Apoiemos ativamente as forças de paz dos dois campos, que lutam corajosamente para que esses princípios se tornem realidade, o mais rapidamente possível.
Paz, Agora ! |