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O Ônibus Espacial Columbia foi lançado nesta manhã do Cabo Canaveral, Florida, levando consigo um experimento especial patrocinado pela The Planetary Society.
Num esforço para promover o entendimento entre os povos de uma das mais conturbadas regiões do mundo, um pesquisador palestino em biologia e um estudante de medicina israelense se uniram a uma equipe científica na realização de um experimento de astro-biologia que está agora orbitando a Terra a bordo do Columbia.
Yuval Landau def Petah Tikva, e Tariq Adwan de Belém, estão trabalhando com cientistas e orientadores no monitoramento da experiência e analisando seus resultados. O Dr. Eran Schenker do Instituto Médico Aero-Espacial de Israel é o principal cientista do projeto, que irá contribuir para nosso conhecimento científico sobre as origens da vida na Terra.
O projeto ajuda a testar a muito debatida hipótese da “panspermia” – a crença de que micro-organismos de outros planetas chegarm à Terra no passado distante e ajudar a criar o desenvolvimento da vida na Terra. A teoria tem sido foco de um debate científico mesmo antes da descoberta em 1996 do que alguns cientistas acreditam ser micro-organismos fossilizados incrustrados numa rocha marciana descoberta na Antártica. A rocha, conhecida como asteróide ALH84001, foi arremessada ao espaço, da superfície de Marte, por um impacto de asteróide, e levou bilhões de anos no espaço antes de cair na Antártica. Se rochas como a ALH84001 tiveram um papel no desenvolvimento da vida, isso significaria que alguns micro-organismos são capazes de sobreviver às condições extremas envolvidas no arremêsso de um planeta e outro, através de longas jornadas no espaço.
O projeto patrocinado pela Planetary Society é parte de um crescente esforço científico que planeja testar se tal sobrevivência é possível. Conhecido oficialmente como GOBBSS [“Growth of Bacterial Biofilm on inorganic Surfaces during Spaceflight”] este programa examinará a formação de finas camadas de células microbianas, conhecidas como “biofilmes” nas condições de ausência de pêso e intensa radiação que prevalecem no espaço. Tais camadas foram conhecidas por se formar em superfícies metálicas a bordo da estação espacial MIR, assim como em outros vôos anteriores.
O GOBBSS testará se elas também se podem formar sobre superfícies inorgânicas cristalinas, que são seu ambiente mais comum na natureza. Se os biofilmes de fato se formarem sobre superfícies cristalinas sob essas rigorosas condições, isto aumentaria a probabilidade de que organismos vivos tenham sobrevivido a uma viagem inter-planetária, escondidas em cavidades de um meteorito como o ALH84001.
Junto ao Dr. Schenker no assessoramento do experimento estão o Dr. Johnny Younis do Hospital Universitário Poria em Nazaré, e o Dr. Ahmed Tibi, médico e deputado árabe no parlamento israelense [Knesset]. Os Drs. David Warmflash e. David McKay do Centro Espacial Johnson da NASA em Houston ajudaram os acadêmicos a projetar a experiência e auxiliaram na análise dos resultados.
Nesse projeto, a Planetary Society trabalha em cooperação com duas organizações dedicadas a promover o entendimento entre árabes e israelenses: A Seeds of Peace – Sementes da Paz (http://www.seedsofpeace.org/) é uma organização ativa na construção de pontes de entendimento entre jovens israelenses e palestinos. O Centro Peres para Paz, foi fundado por Shimon Peres, laureado com o prêmio Nobel da Paz, e promove a paz e o progresso para o futuro Oriente Médio.
A Planetary Society tem sempre acreditado que o estudo e a exploração do espaço não apenas expandem nossos horizontes no universo, mas tambem ajuda a unir os povos da Terra.
Isto é especialmente verdadeiro na idéia da “Panspermia” , que nos recorda de que a vida em todos lugares é conectadas, e que aquilo que compartilhamos supera em muito o que nos divide.
[ publicado no The Planetary Society em 16/01/03 – www.planetary.org/gobbss/ – traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]