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MANIFESTAÇÃO CONTRA O GOLPE SOFRIDO PELA DEMOCRACIA ISRAELENSE
Amanhã, sábado, 4 de janeiro, às 18:30, o Movimento PAZ AGORA fará uma manifestação diante da residência do Primeiro-Ministro, próximo à Praça Paris em Jerusalém, contra a decisão de desqualificar os deputatos Azmi Bishara, Ahmad Tibi e o Partido BALAD (Pacto Nacional Democrático) de concorrer nas próximas eleições ao Knesset.
Essa decisão do Comitê Central Eleitoral (composto quase inteiramente por representantes de partidos políticos) excluirá uma grande parte da população israelense do sistema democrático do país.
Tal exclusão representa um claro e perigoso sinal da tirania da maioria, violando direitos básicos da minoria.
Mesmo que seja muitas vezes difícil ouvir ou aceitar as visões destes membros árabes do parlamento israelense, sua exclusão oficial do Knesset não pode ser tolerada. A decisão de desqualificá-los deve ser vigorosamente rejeitada por todos aqueles que tem como caros os princípios da democracia.
OPOSIÇÃO POLÍTICA SIM ! EXCLUSÃO NÃO !
[ Yariv Oppenheimer – porta-voz do Movimento PAZ AGORA – traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]
Comunicado à Imprensa – 23|12|2002
CENTRO ÁRABE-JUDAICO PARA A PAZ DE GIVAT HAVIVA
O Centro Árabe-Judaico para a Paz de Givat Haviva expressa sua profunda preocupação com a campanha de marginalização da população árabe de Israel e a deslegitimização de seus representantes políticos. Fechamento de um jornal, recomendações para desqualificar um partido político, desqualificação de candidatos árabes ao parlamento, limitações de movimento e viagens ao exterior e outros passos tem sido tomados contra cidadãos árabes, aprofundando o fosso e a alienação entre as duas comunidades.
Especialmente num período tão sensível como numa campanha eleitoral, cada uma de tais ações é vista como significando uma brutal interferência do Estado e de suas autoridades legais em sua consideração aos eleitores árabes, e uma tentativa de com isso distorcer os resultados da eleição.
Recentes pesquisas indicam o distanciamento da população árabe da arena política e uma crescente perda de confiança nas autoridades governamentais e na democracia israelense. Cerca de um terço dos árabes entrevistados em pesquisas já disseram não pretender votar nas próximas eleições – um dado que também atesta o continuado desapontamento com a cidadania israelense e com sua capacidade de ter uma influência. Isto, adicionado à decadente situação econômica e à posição dos árabes no topo da lista dos pobres e desempregados, se constitui num real perigo à estabilidade social e política do país.
Na qualidade de instituto educacional que trabalha para aproximar ambas as comunidades e alcançar plena igualdade civil para todos os cidadãos, e sem expressar nenhuma opinião político-partidária:
Clamamos às autoridades estatais de Israel para cessar a campanha contra os cidadãos árabes e seus líderes.
Clamamos à população árabe para que exerça maciçamente os benefícios de seus direitos democráticos, e a participar nas eleições, de forma a reforçar sua legítima parceria cívica no país, e de forma a trazer a renovação do processo político para alcançar a paz em nossa região.
Recomendamos a retomada do diálogo entre judeus e árabes em Israel, por meio de encontros, atividades conjuntas e deliberações profundas na substância da cidadania, formas de parceria e meios de definir o bem comum para as duas nações.
Chamamos a todos para o quais o tema seja importante, para que se unam a nós demandando que o o Governo de Israel mude seu método de tratar a população árabe, e que a liderança árabe apresente claramente suas posições à população judia, de forma a encorajar a parceria e o diálogo entre as partes.
Givat Haviva, 23|12|2002
[ traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]